Mar 14

Uma intrincada rede neofeudal de enfraquecidos que pedem protecção e de incompetentes que os protegem

Há psicopatas sentenciadores que já foram carrascos e, depois, acabaram promovidos a chefes das repressivas, mas que, restaurados pelo revisionismo, continuam a espatifar-nos, fazendo as derradeiras patifarias. A madeira de eucalipto que nos desertificou ainda continua a flutuar. Serve de jangada para os náufragos que nos decadentizam.

Há quem leia coisas diversas do motivo que me levou a postar em categoria, isto é, em geral e abstracto. Sinal que a besta tem muitas cabeças, mas não é hidra. Cresce da realidade, a partir dos nossos fantasmas e preconceitos. E basta soprarmos em coragem, para que estes medos se dissipem. Que peçam a demissão, ou sejam demitidos. Há primavera na rua, libertem-nos! Porque até os cemitérios estão cheios de insubstituíveis…

O erário público continua a alimentar muitas feiras de vaidades e uma intrincada rede neofeudal de enfraquecidos que pedem protecção e de incompetentes que os protegem, todos conjugando a lealdade em vez da competência. Isto é, o exacto contrário de Estado racional-normativo, pós-carismático e pós-patrimonialista. A este atavismo chama-se decadência.

Mar 14

Demagogia e populismo

Eu sei perfeitamente o que alguns entendem por demagogia e populismo: são aquelas coisas que, há uns anos, serviam para os mesmos denegrirem publicamente quem, denunciando-as, tinha razão antes do tempo. Agora que as mesmas coisas já são subscritas pelo pensamento dominante, elas já não são demagogia nem populismo. Demagogia e populismo são aquelas coisas que os fabricantes mentais do situacionismo ainda não admitem. Os que só sabem fazer prognósticos depois do fim do jogo. Por alguma razão eles são bem pagos por quem manda e censura. Felizmente, não nos lêem. Porque não sabem ler aqueles que detestam. Preferem papagaios que os engraxem.