Mar 26

QUEM MANDA? PORQUÊ? E COMO?

QUEM MANDA? PORQUÊ? E COMO?

Por José Adelino Maltez

Quando nos resignamos com a falta de alternativas, face à ordem exógena importada, podemos agravar a anomia. A tal situação onde não existem leis nem regras, mesmo que existam muitas e muitas, para serem confusas, contraditórias ou ineficazes. Isto é, se o grupo ainda permanece, corremos o risco de não haver mais solidariedade entre os indivíduos, que perdem sistemas de apoio e pontos de referência, isto é, a memória e a identidade. Até não falta a presente hiper-informação, onde nos embebedam de propaganda que não parece propaganda e tentam controlar-nos pela “agenda setting”, para que as árvores e os ramos de árvore não nos deixem ver a floresta. Daí não se tornar visível o sistema hierárquico dos efectivos donos do poder, com níveis de concentracionarismo sucessivamente crescentes. Também no Congresso do PSD, ao separar-se o poder governativo do poder partidário, ficámos sem saber dos vértices e das respostas visíveis para “Who rules? Why? How?”. Porque a montra da teatrocracia deixou de corresponder aos movimentadores da ”revolução tranquila” (um lema que vem do Quebeque, de há 50 anos). Um pouco como a “força tranquila” de Mitterrand, onde só é novo aquilo que se esqueceu. Não tarda que Seguro possa responder com “Tant qu’il aura un coeur il batera à gauche”. Quem quer correr a maratona, não pode untar-se de sebo nem tomar estricnina. Mesmo que tenha a convicção de morrer tentando, como Francisco Lázaro, em 1912, com receita inadequada para o desafio.

No DN

Mar 24

Criticando Sampaio, trazendo de novo Hannah Arendt

Jorge Sampaio diz que os regimes portugueses, mesmo no fim, duram mais uma dúzia de anos, ao reconhecer que a crise académica de 1962 “prenunciou o princípio do fim do Estado Novo”. Duvido da observação. Basta ler a lista dos ministros de Salazar nesse momento. E sermos tolerantes para com o máximo de situacionismo que se assume em nostalgia pela revolução perdida. Eu continuo a gostar mais das revoluções evitadas.

O ex-Presidente diz que nesse dia percebeu a força da “acção colectiva”. Aos estudantes de hoje pede “inovação” para enfrentar a crise.

Apenas insisto numa ideia de Edmundo Burke glosada por Hannah Arendt em “On the Revolution”, a propósito das revoluções inglesa e norte-americana que mudaram bem mais que o período jacobino da chamada Revolução Francesa. O mesmo poderemos dizer da bolchevique de 1917. E de todas as que pretendem continuar Robespierre ou Lenine.

Claro que incluo no conceito de revolução jacobina as revoluções ditas ao contrário do fascismo e seus derivados, a partir de 1922. Meros irmãos-inimigos.

O Estado Novo, mesmo o de hoje, sempre foi o Estado Velho. O dito bom e velho estado a que chegámos.

A grande força da acção colectiva que derrubou o regime foi a da tropa em golpe de Estado. Isto é, quem o fez foi quem o desfez.

É preciso mesmo reler Hannah Arendt. A que não foi em ideologia nenhuma. Apenas linguajou o que pensava. O que muitos pensam. Há vinte e cinco séculos.

Apenas me apetece dizer que, tal como os chineses, retomaram Confúcio e estão vencendo, por cá, nestas bordas do mar interior, houve quem fosse contemporâneo de Confúcio e nos pensasse. Arendt apenas retoma a senda. Diz de novo o que é antigo, mas não antiquado.

Eu, como sou professor dessas coisas, porque dentro das coisas é que as coisas realmente são, apenas repito. E aplico. Embora reconheça a velhice, porque também sou avô de mim mesmo.

Inovar sempre foi relembrar. A tal anamnese. Onde ana é trazer de novo e mnesis é memória.

O mal das crises é o esquecimento.

 

Mar 23

Um normal anormal, conforme o guião

Um normal anormal, conforme o guião

No DN

 

A greve geral transformou-se numa rotina, num desses normais anormais, onde correu tudo conforme o previsto e o ensaiado. Onde todos concluíram que todos cumpriram o guião. Assim, é mero pilar da ponte do tédio que foi da grandiosa manifestação de rua para mais um exercício de retórica por parte do porta-voz do conselho de ministros. Ficou adiado o ensaio de confronto entre a pressão extrema de uma classe que nunca existiu, como geral, e uma entidade que diz ser o representante da vontade geral e assume o monopólio da violência legítima, principalmente quando sublima a violência em impostos, que finge legitimar em campanhas eleitorais. Porque era previsível que, por tacticismo, os governamentais desvalorizassem, não arreganhando o racha-sindicalismo. Mas os sindicalistas preferiram a manutenção de um situacionismo que se diz anti-situacionista. Ganharam todos. Uns dizendo que não somos a Grécia. Outros, que o poder sindical continua. O chamado empate técnico, com muito antijogo, de parte a parte.

Mar 21

Homem revoltado, sob o peso do nosso tempo

Sérgio chamava a esta coisa moluscular, cuja cobardia permitia o salazarismo, reino cadaveroso. Não vale a pena replicar, dizendo república cadaverosa. Já não somos reino nem república, mas estadão prenhe em venerandos, exigindo respeitinho. Mas continuamos o cadaveroso, do adiadamente, sempre enjoado, com medo de ficar à solta e com grandeza. Só com homens revoltados poderemos refundar-nos. Não com ministerialismo sentenciador, de ministros e ex-ministros, fingindo que são alternativa.

Os governantes que temos, isto é, que vamos tendo e tivemos recentemente, todos ele têm medo. Não do povo, que importa construir, mas da liberdade de cada um dos indivíduos. A única realidade que nos separa dos aparelhos que nos tramam em solidão, para esmagarem na nossa intimidade e a nossa criatividade. As que passam pela libertação face ao estado de necessidade com que nos continuam a escravizar. Enquanto nos enredarem nesta manipulação discursiva, continuaremos a ser mandados. Libertação, precisa-se! Para crescermos por dentro!

Glosando Pessoa, podemos dizer que o prestígio de actuais ministros também “nasceu vagamente da sugestão do seu prestígio universitário e particular, mas firmou-se junto do público, logo desde as suas primeiras frases como ministro, e as suas primeiras acções como administrador, por um fenómeno psíquico simples de compreender. Todo prestígio consiste na posse, pelo prestigiado, de qualidades que o prestigiador não tem e se sente incapaz de ter”.

Não é de estranhar que discursem sobre a meritocracia os seus exactos contrários, da mesma forma como não falta ocupação de tempos de antena de luta contra a corrupção por parte de quem, pelo menos, deveria envergonhar-se de falar no tópico. Politologicamente falando, a usurpação ainda resulta. Aqui e agora.

Os controladores do tráfego político, do “agenda setting” e da gestão da empregomania e da subsidiocracia ainda não perceberam que o respectivo GPS avariou, por mais palmas que recebam dos auditórios e por mais palmadinhas nas costas com que sejam mimoseados nos corredores da cunha. Um quarto de hora antes de morrerem ainda parecem vivos. E ainda despacham.

Nada mais clarificador do que ver juntinhos, numa só fotografia, um situacionista de agora, um situacionista de ontem e um situacionista de anteontem. São todos o mesmo. Está no registo do sindicato das nomeações mútuas.

Sou mais libertário, do anarquismo místico, que do embrulho populista com que se costuma disfarçar o jacobino, ou o seu irmão-inimigo reaccionário. Desculpem a revolta, mas os meus queridos Camus e Arendt, que pensaram o essencial no ano em que nasci, ainda me continuam a referenciar neste caminho.

Porque hoje é o dia mundial da poesia, ontem foi o mais do mesmo e amanhã, greve geral.  Vi este programa e li este artigo.

Mar 20

Ser vencido pode ser vencer…

Nem todos os agrupamentos humanos são políticos. Isto é, nem todos assentem na relação horizontal de homens livres e iguais, num espaço público. Não o foram os impérios nem as monarquias universais, muito menos as relações de colonização ou de invasão, os que assentem em comunidades internacionais étnicas ou de derivam de meros tratados comerciais ou de segurança. Nunca o poderia ser um mero governo mundial, mesmo o que assente fragmentariamente na geofinança ou na geo-economia. Não o será uma Europa assente na confederação de dois restos de império, o apátrida dos economeiros e financistas que gritam que não há alternativa ou a dos securitárias que aqui traduzem em calões estratégias de outras potências. Não repararam certos pulhíticos que, até em Portugal, desde a teorização do Infante D. Pedro, a república não passa de um concelho em ponto grande? Algo que se situa entre a aldeia e a república universal, sempre à procura da república maior…Não há nenhum república que não subscreva a tese clássica que nos diz que a política é sinónimo de democracia, até contra os usurpadores.

Estou farto dos terraplanadores, dos vendepátrias e dos niilistas. Houve regentes da república que foram mais fiéis ao reino do que pretensos reis que apenas serviram seus validos e as forças vivas que nos traíram.

O reino não é para os ministros, porque até os reis o foram para a república (regnum non est propter rex, sed rex propter regnum).

Há muita gente que não entende que o “regnum” apenas emergiu nos séculos XII e XIII quando as autonomias dos povos se libertaram das teias do patrimonialismo feudal, do império e do papado. Só então se voltou a conjugar a “polis”, a “respublica” e os foros e costumes dos homens livres, tanto nas nossas comunas sem carta, como eram as freguesias, como nos concelhos, burgueses e rurais, escapados aos senhorios. Foi desta gesta que nasceu Portugal. Não o matem com o ministerialismo e as suas “revoluções vindas de cima”, decretinas e cretinas.

Infelizmente, à esquerda, domina o jacobinismo pombalista que esqueceu o federalismo republicano e o socialismo centralista que nunca estudou Proudhon, porque veio do estalinismo reciclado. Infelizmente, à direita, ficou tudo salazarentado e nem sequer chegam ao princípio da subsidiariedade. Encantam-se com os teóricos de gabinete dos vários ministérios do interior e nem sabem quem é o autor da frase “comunas sem carta”. Preferem os sucessivos marchuetas que os empalmam em visitas à província e grandiosos discursos de palanque.

O Rodrigo da Fonseca, o raposa da partidocracia, chega sempre no “day after”, liquida a reforma do Mouzinho da Silveira e junta situacionistas e pretensos oposicionistas, como “alegres convivas”, à “volta da mesa do orçamento”. A maior parte deles satisfaz-se com restos. A caricatura continua. Espero que não se repita como tragédia. Ou tragicomédia.

Claro em pensar, e claro no sentir,
é claro no querer;
indifferente ao que há em conseguir
que seja só obter;
duplice dono, sem me dividir,
de dever e de ser-

não me podia a Sorte dar guarida
por não ser eu dos seus.
Assim vivi, assim morri, a vida,
calmo sob mudos céus,
fiel à palavra dada e à ideia tida.
Tudo o mais é com Deus!

Na imagem, armas do chefe do meu partido. O que foi vencido em Alfarrobeira. Mas venceu depois. O autor do primeiro tratado de política em português. Dito “O Livro da Virtuosa Benfeitoria”.

Mar 19

Carta matinal a uma amiga socialista

Grande parte da classe política, sobretudo a do PS, vive sitiada há décadas pelo processo de cenarização estabelecido pelo “Expresso” e por Marcelo Rebelo se Sousa. Hoje apenas discutem, em pânico, a hipótese de um candidato a presidente da república, aliado ao governo de direita, que entre bem à esquerda. isto é, ele, o cenarista. Como se o povo fosse barro, mas sem ser das Caldas. O problema é saber se até lá vai persistir republica, haver presidente ou, pior do que tudo, gente que possa continuar a dizer-se da direita e da esquerda. Ainda não repararam que a democracia está a ser quotidianamente ocupada pelos inimigos da política? Que até são bem piores do que os meros adversários da democracia.

Bem tento dizer a amigos socialistas que o capitalismo é mero subproduto do liberalismo e que eles, e elas, os e as socialistas assumem o essencial da herança do liberalismo político e individual, dito das causas sociais. Muitos não percebem que capitalismo não é liberalismo e, muito menos, as degenerescências do negocismo, da geofinança dos mercados comandada por partidos únicos e Estados autoritários, totalitários, mafiosos, confessionais, bandocráticos, fundamentalistas ou castíferos. Por cá, nem isso! É apenas o salve-se quem puder, com homilias dominicais e cunhas corporativas e de seita.

Quando o PS acorda nas segundas-feiras do costume e se sente encurralado com os pais todos ausentes-presentes, costuma cair na tentação dos velhos partidos republicanos, a do populismo jacobino inconsequente, restaurando fantasmas e agravando preconceitos sem saber “o que fazer?”. É fácil: reciclem a esquerda revolucionária pelo reformismo, federem a extrema-esquerda pelo socialismo autogestionário e libertário e tratem de dialogar com o centro excêntrico que já descobriu que a maioria dos votantes não se sente de esquerda nem de direita. Mas façam tudo isto com crenças, doutrinas e valores e sem o “catch all” da geometria variável da demagogia de visitas à província…

Detesto o pensamento único. Sobretudo quando o calmante é marca “pensar baixinho”. Entro em revolta. Mas a maioria gosta da droga.

E bate muitas palmas quando os venerandos se deslocam em visitas capitaleiras à paisagem da província.

Aliás, a palha está cada vez mais cara.

Entretanto, Gaspar marcha para os States. Como bom chefe de departamento de relações públicas. Não consta que Álvaro seja despachado, com a mesma função, a caminho do Canadá. Apenas pode notar-se que o governo socialista de Sócrates, sob a presidência social-democrata de Cavaco, nos meteu, de corpo e alma, no cepo da troika. Com o acordo do PSD e do CDS. E com a posterior ratificação do eleitorado, assente em meias verdades e muita propaganda, a que continua com prefácios que são pós-fácios.

Mar 18

A sabedoria não a recebemos apenas, somos recebidos, em comunidade ou irmandade

Ontem me reaprendi, porque a sabedoria não a recebemos apenas, somos recebidos, em comunidade ou irmandade. Parece que muitos esqueceram que a coisas pública assenta em pedras vivas e não em números ou abstracções. Só há colectivos e instituições se houver pessoas que se assumam como o “indivisus” da liberdade de consciência.

Mar 16

Esclareço que entendo devermos mudar imediatamente o estado a que chegámos

“O Ministério das Finanças esclarece que entende não existirem quaisquer incompatibilidades ou conflitos de interesses entre este cargo e as funções de consultoria”. Gosto do esclareço que entendo. Aliás, todos os cargos ministeriais deveriam ser em “a tempo parcial” com qualquer outra consultoria. Até podiam mudar as sedes da soberania para os consultórios. De uma qualquer clínica supranacional. Eu também esclareço que entendo. Ainda hei-de ver certos ministros como caixas de supermercado. Em consultoria.

Esclareço que entendo devermos mudar imediatamente o estado a que chegámos. Mesmo antes de mais uma comissão parlamentar de inquérito a consultorias.

Sou tão liberal que exijo os mínimos de supremacia do poder político sobre o poder económico.

As repúblicas dos bananas são apenas na banda desenhada.

Detesto o Estado-Partido, o Estado dos Partidos e, por maioria de razão, o Estado das Forças Vivas. Incluindo as versões banco-burocráticas.

Democracia não é oligarquia. E, muito menos, plutocracia. Nacional, ou multinacional.

Um reformou mais, desde que lá está, que toda a pátria em quase novecentos anos; o outro que é o mais descentralizador de todos; e um terceiro sente que o que está a fazer incomoda. Eu só sei que nada sei, mas mesmo assim sou capaz de saber que os que dizem saber apenas manifestam que não sabem. O parvo continuo a ser eu e todos os que lhes pagam, à força, para tanta prosápia.

Desculpem esta meditação multinacional e com pitadas de geofinança sobre o estado a que chegámos. Imagem de 1907, com forças vivas, armazém de vinhos e casa de câmbio. Na altura, já estávamos sob os efeitos da bancarrota, os adiantamentos à casa real, etc., mas havia muita alegria no trabalho, ainda sem FNAT e serões para trabalhadores.

Os meus avós andavam na Revolta do Grelo, misturando memórias da Patuleia com misticismo carbonário. Ainda usaram a sacholada em 1936-1938.  Depois, foram para o desterro. Uns, cá dentro.

Mar 16

O retrato do actual regime em mesa de pano dourado

O retrato do actual regime. O finlandês até citou Fernando Pessoa. Não foi na parte em que ele disse que Jesus Cristo não percebia nada de finanças.

Quando não se usam os auscultadores da tradução simultânea chegamos à conclusão que há pilares da ponte do tédio. Um estava a pensar na morte da bezerra. Outro, no discurso de Otelo…

Eu li a dissertação de Oli Rehn em Oxford…

Se calhar disseram-lhe que por cá não há liberais que lhe batam… (deve ter sido um dos assessores de Bar-Roso)

Deviam ter posto na mesa um jarrão com cravos “marca Salgueiro Maia” e, em vez do plástico da água engarrafada, uma garrafinha de cristal com água “marca Delcano”.

Digam-me qual é o patrão e depois verificaremos que é o mesmo patrão que nos manda a poeira dos carimbos ideológicos. Sempre foi assim. Na subversão. O patrão escolhe sempre um tipo de outro carimbo. Tipo américas com o Bin Laden. S´reparam nisso quando o tiro sai pela culatra. Mas não estou disposto a discutir a liderança da União Europeia por ex-maoístas.

Mar 16

A notícia do dia não é mais Salazar, é Otelo

Otelo Saraiva de Carvalho

A notícia do dia não é mais Salazar, é Otelo. Mas se alguém julga que me vou indignar, tirai o cavalinho da chuva que tarda. Apenas observo que ele ainda é do tempo de Salazar. O medo do golpe da tropa já não guarda a vinha. Tal como o medo da subversão operária ou camponesa. Por isso é que há as actuais facturas de electricidade e nos pomos todos de cócoras quando somos visitados pelo comissário Oli Rehn. Mas o cantarinho tantas vezes vai à fonte que um dia a velhinha que o carrega fica menos segura, escorrega e a bilha quebra. Nesse dia, tudo ficará em cacos, sem as habituais cunhas que nos seguram.

 

Em 1974, o poder todo, o da linha de comando que ia do Minho a Timor, e com três frentes de guerra, cabia todo dentro de uma Chaimite, no país mais absurdamente concentracionário e salazarento do mundo. Até se fez uma revolução que, segundo Mário Sottomayor Cardia, foi uma espécie de subversão a partir do aparelho de poder. Tanto foi patético o capitão arvorado em general a comandar o COPCON, o dos mandatos de captura em branco, como a precedente brigada do reumático, enobrecendo a acção patriótica do Seenhor Presidente do Conselho. Isto é, o Estado não passava de uma autarquiazinha, bem local. Infelizmente, houve sucessivas guerras por procuração que nos trataram como peões de um jogo de xadrez da guerra fria, sobretudo a nós, angolanos, a nós moçambicanos e a nós guineenses, para além do massacre de duzentos mil timorenses. Logo, nunca mais. Sou contra as revoluções egoístas!