Da profissão de ciência política. Depoimento ao Forum Estudante

Como é o seu dia-a-dia profissional? Quais são as suas principais tarefas
e funções?

 

Apesar de ser um profissional da ciência política em regime de exclusividade, não sou propriamente o paradigma do politólogo, dado que me assumo como um típico catedrático que vive inteiramente para a missão da docência e da investigação, desde a clássica actividade das aulas e das restantes tarefas de administração pedagógica às relações de prestação de serviços gratuitos à comunidade, nomeadamente através das conferências, da publicação regular de artigos na imprensa e nas revistas da especialidade, das intervenções na rádio e na televisão e, sobretudo, através da Internet, onde mantenho uma página profissional (http://maltez.info) e blogues de difusão científica e de intervenção cívica (http://tempoquepassa.blogspot.com). As próprias disciplinas que lecciono têm um blogue e o Centro de Estudos do Pensamento Político que dirigia ainda mantém um “site” (http://www.iscsp.utl.pt/cepp) que conta com cerca de meio milhão de entradas.

 

- Trabalha frequentemente com profissionais de outras áreas? Quais?

A ciência política ainda está a dar os seus primeiros passos de implantação científica como província autónoma do saber em Portugal e, portanto, ainda tem uma intensa marca interdisciplinar, mantendo um intenso diálogo com outros ramos do saber como a sociologia, a história, a economia, a teologia, a filosofia, as relações internacionais e o direito, pelo que há naturais relações de cumplicidade e de conflitualidade com tais sectores. Eu próprio fui durante cerca de uma década professor convidado da Faculdade de Direito de Lisboa, onde leccionei tanto ciência política como política internacional, para não falar na própria filosofia do direito e do Estado, com especial incidência em matéria do pensamento político.

 

 

- O seu trabalho é principalmente em equipa ou autónomo?

Tenho as duas vertentes. Há um trabalho em equipa a nível docente e de investigação, naquilo que é sempre a ideia e a prática de escola, e há depois a criatividade individual que, mesmo quando se exerce através da necessária solidão do criador, não deixa de ser colectivo, porque cada um de nós é sempre membro de uma corrente de ideias e um espelho do tempo em que vive, logo reflexo do passado e com muitas saudades se futuro.

 

 

- Quais são os problemas mais habituais? Como os resolve?

 

O problema mais grave está neste ambiente decadentista da pátria, onde, como dizia Almada Negreiros, ninguém a ninguém admira e todos, a determinados, idolatram. Especialmente no âmbito das universidades que lidam mal com a avaliação do mérito, caem habitualmente no vício do corporativismo neofeudal, do lado dos avaliadores, e no do carreirismo oportunista, do lado dos candidatos. Daí que as escolas se fechem sobre si mesmas, muito endogamicamente, premiando-se os postos de vencimento e não se fomentando o trabalho competitivo. Que bom seria não inventarmos o que já está inventado, nem descobrirmos o que já está descoberto, nacionalizando tendências estrangeiradas. Por exemplo, modelos anglo-americanos de sucesso, onde cerca de um terço do corpo docente de cada escola muda todos os anos e onde a subida na carreira exige a mobilidade do corpo docente e efectivos concursos públicos e não como acontece entre nós, onde quase todos são com fotografia, para garantir a subida dentro dos pequenos quintais feudais. Acresce que o sistema de avaliação caiu nas teias da gerontocracia e do favoritismo, onde não faltam descaradas vindictas e uma má adoração de certas marechelices da república…

- Como é o ambiente no seu local de trabalho?

 

O ambiente do trabalho na escola é óptimo em termos de instalações, péssimo em termos tecnológicos e antiquado em termos de apoios bibliográficos, pelo que prefiro trabalhar em casa e em regime ambulante, utilizando o meu portátil, os meus livros e o meu “software”, dando, de vez em quando, um salto até algumas “Mecas” estrangeiras para me desanuviar do tribalismo e dialogar com outros colegas, bibliotecas e livrarias. Na escola, o mais importante é o contacto com os alunos que são os meus melhores mestres, mas, infelizmente, a muitos dos excelentes que tenho tido, aconselho-os à emigração, porque aqui continua a ser impossível uma caminhada que permita uma adequada avaliação do mérito, sem o recurso às tradicionais muletas da cunha, da inscrição numa juventude partidária ou da engenharia da caça ao subsídio, mesmo a nível da investigação dita científica, especialmente na área das ciências sociais que, para o efeito, continuam a ser tratadas como ciências ocultas, dado que as personalidades escolhidas para as avaliações vêm de influências de muitos espíritos que não são santos, mas antes ungidos pela partidocracia ou pelas relações de obediência e temor reverencial face a certos “manitus” vingativos.

- Como é o seu horário? Costuma levar trabalho para casa?

 

Já disse que a casa é o meu principal lugar de trabalho solitário de investigação e de recolha e difusão de informação. Infelizmente. E quem tem a paixão pela investigação não tem horário nem para dormir ou ter férias. Sou, de facto, um “workalcoolic”, um viciado na leitura, na pesquisa e na escrita, porque tenho a sorte de ter a profissão que queria e de, trabalhando, cumprir meu sonho. Mais do que profissionalmente realizado, sou feliz a trabalhar.

Agora, perguntas de carácter mais opinativo.

- Quais são, na sua opinião, as competências e os saberes necessários para
ser cientista político?

 

O pior desta área do saber é o nome da profissão, porque quem tem uma licença em ciência política, de acordo com a etimologia, apenas tem licença para continuar a estudar na pós-graduação, sem necessidade do controlo avaliativo dos professores. Nem todos os licenciados em geologia ou matemática são cientistas da geologia ou da matemática, são geólogos ou matemáticos. Daí que fosse preferível qualifica-nos, à maneira francesa, como “politólogos”, embora, se eu pudesse, retomava a expressão portuguesa do século XVI e dava-lhe o nome de “repúblicos”. Acontece que vivemos numa espécie de Portugal dos Pequeninos com a mania das grandezas e continuamos a fabricar licenciados como chouriços, sem atendermos à nossa escassez de recursos científicos, pelo que considero um atentado ao bom-senso termos tantas licenciaturas e pós-graduações nessa área, onde a quantidade não pode corresponder à qualidade, atendendo ao número de doutorados e mestres que produzimos. Logo, vou cometer a heresia da verdade e dizer que apenas devíamos ter uma ou duas licenciaturas nessa área e até considero que seria de concentrar nas mesmas a zona da ciência política em sentido estrito, enquanto ciência da república, isto é, do poder político institucionalizado em Estado e da sociedade civil, e a das chamadas relações internacionais. Enquanto continuarmos a viver nesta ilusão de fartura não teremos autonomia metodológica da ciência política, mas antes muitas ciências políticas, isto é, um “cocktail” de saberes que apenas têm em comum um mesmo objecto de estudos. Isto é, temos objecto material, mas não temos objecto formal e, portanto, qualquer político pensa que pode invocar a ciência política, quando pensa que a mesma serve para fabricar certos políticos de aviário que temos. Mas como esta perspectiva não convém à burocracia avaliadora nem aos fabricantes de universidades públicas, concordatárias e privadas, poucos têm a coragem de dizer que o rei vai nu, afastando-nos dos padrões internacionais desta área do saber e enganando os sonhos juvenis e os investimentos familiares. Se não fizermos uma serena autocrítica neste sonhar é fácil dos vendedores de ilusões, os resultados serão funestos, apesar de todos sabermos que a culpa continuará a morrer solteira.

- Na sua perspectiva, como se encontra o mercado de trabalho quando um recém-licenciado nesta área procura entrar nele? Qual a melhor aposta para quem procura um primeiro emprego?

Um mercado de trabalho específico para licenciados em ciência política ainda não existe e pelo andar da carruagem não me parece que venha a existir… salvo nos folhetos de propaganda das várias universidades, onde há muita publicidade enganosa que qualquer associação de defesa do consumidor poderia denunciar. Hoje, felizmente, o licenciado deixou de ser o tradicional “sôtor” a que o Estado tem que dar emprego. Na área desta nova província do saber posso dizer que tem de ser o próprio licenciado a criar, pela demonstração de qualidades próprias, o seu próprio posto de trabalho que possa ser coberto por adequado lugar de vencimento. Posso é dizer que os bons profissionais licenciados em ciência política e relações internacionais vêm conseguindo boas colocações: vários na comunicação social, outros nos gabinetes de apoio ao governo, ao parlamento e às autarquias, não faltando os que trabalham ou criaram empresas, enquanto há os que enveredaram pelas áreas de recursos humanos e têm posições de relevo, ou para associações sócio-profissionais e ONGs. Há também os que percorrem o mundo, que andam por organizações internacionais ou até que publicam livros sobre a geopolítica do petróleo, ou enveredam pela diplomacia. Infelizmente, poucos conseguiram prosseguir uma carreira académica, tanto por falta de verba como pela exclusão a que normalmente estão sujeitos os que escapam ao controlo dos saberes da gerontocracia corporativa que prefere repetidores, lentes ou papagaios de fotocópias importadas.

 

 

 

- Considera importante investir em formação ao longo da vida? Que tipo de
cursos sugere a um profissional no campo da Ciência Política?

 

Se eu fosse a acreditar nos pareceres da criticável comissão de implementação do Processo de Bolonha a nível nacional, onde se determina administrativamente como devem ser os licenciados em Ciência Política (http://www.mcies.pt/docs/ficheiros/Bolonha_Ciencia_Politica_Relacoes_Internacionais.pdf), perceberia até que ponto podem ir os malefícios do centralismo estadual, ao estilo do livro único Marquês de Pombal e do salazarismo. O irrealismo tecnocrático dos educacionólogos e dos avaliólogos pode atingir as raias de certa irresponsabilidade tanto científica como, sobretudo, de prospectiva profissional, dado que não se apela nem aos que produzem cientificamente nessa área nem aos que correram o risco do mercado na procura e na construção do emprego. Mas neste jardim das delícias ministeriais, das muitas comadres e compadres, parece que o país oficial continua a viver bem distante do país das realidades, para utilizar a cáustica terminologia de Alexandre Herculano. O construtivismo decretino dos nossos burocratas da educação e a irresponsbilidade dos eurocratas atingiu a dimensão do anedótico, porque todos lavam as mãos como Pilatos no etéreo do reformismo educativo que não assenta na experiência. Enquanto a mentalidade pombalino-napoleónica continuar a preponderar viveremos no “dopping” daqueles reformadores administrativos que há quase meio século nos modernizam em retroacção. Julgo que chegou a hora de cumprir o conselho de Frei Bartolomeu dos Mártires no Concílio de Trento: “Excelentíssimos e Reverendíssimos Reformadores da Educação e da Universidade, precisais de uma Excelentíssima e Reverendíssima Reforma…”. Julgo que basta uma simples investigação e um pequeno estudo que determine o quanto e como de todas as licenciaturas nessas áreas, determinando quantitativamente o número e até o nome dos graduados e as colocações que conseguiram para se desmentirem os relatórios oficiais. Não vale a pena continuarmos cegamente a pôr o carro à frente dos bois, isto é, as diáfanas adjectivações do educacionês e do europês a recobrirem com chitas a verdade nua e crua do emprego. O que digo, com o saber de experiência feito, é que os nossos licenciados têm mais êxito nas sociedades abertas do estrangeiro do que nesta sociedade fechada e castificada do Portugal das cunhas e da partidocracia. Não tardará, aliás, que as licenciaturas tenham uma espécie de prazo de validade, de, por exemplo, dez anos, cumprido o qual o licenciado deixava de o ser se não fizesse um curso de actualização das doutrinas básicas da sua ciência, de um certo número de horas. Aliás, o próprio mercado de trabalho dispensará os que não se actualizarem e crescerem em termos de conhecimento e valorizará os mais aptos. Diga-se que a chamada Estratégia de Lisboa, selou o compromisso de fazer da União Europeia, em 2010, o espaço económico mais competitivo do mundo, assente no conhecimento. O compromisso foi tomado olhando para as estrelas das intenções, mas nenhum governo tomou medidas conducentes a este objectivo comum…como se 2010 caísse do céu na passagem de ano que há-de vir.

 

- Qual é a remuneração média de um jovem no seu primeiro emprego?

O pior que pode acontecer a um licenciado nesta área é ir atender chamadas num “call center”, ser caixa num supermercado ou empregado num banco, mas alguns passam desses locais secundários a gerentes e outros até chegam a assessores de George Soros, porque fora de Portugal os concursos de avalição do mérito, às vezes, ainda praticam a justiça e cumprem o princípio da igualdade de oportunidades. Na primeira actividade, trabalhando 8 horas por dia pode ganhar-se 800 euros/mês, o que, afinal de contas, até está acima da média nacional. É claro que a generalidade das pessoas referidas ganha mais. Como jornalista não é difícil  chegar aos 1000 e poucos euros, no gabinete do ministro pode-se chegar aos 2000, 2500, como técnico superior do Estado 1250, numa empresa privada cerca de 1700…. a comprar e vender moedas pode-se ganhar 2000 euros apenas num fim-de-semana. Enfim, várias realidades.

- Acha benéfico trabalhar durante o curso? Que tipo de actividades práticas
pode um jovem estudante universitário desenvolver nesta área?

Posso garantir que aqueles que trabalham durante o curso, apesar de não terem as melhores notas, estão, infelizmente, entre os mais bem sucedidos profissionalmente, embora não estejam na profissão prevista pelos planeadores da papelada da burocracia educativa. Basta reparar na continuada atracção de jovens pelas universidades de Lisboa e do Porto, mesmo quando nas chamadas universidades de província há melhores cursos e até melhores professores. A primeira das causas da desertificação do país começa, aliás, na maneira como estamos a gerir a chamada autonomia universitária, pelo menos no sector público, onde deveríamos centralizar processos e não desperdiçar recursos, incentivando a deslocação para as zonas mais pobres e despovoadas através de um verdadeiro sistema de concursos públicos e até de uma transferência de escolas, como fazem países mais ricos que têm melhores resultados e menos desperdícios em educação pública. Essa actividade de estudante-trabalhador é, contudo, sinónimo de algum do nosso subdesenvolvimento, porque o mesmo se dispersa e não coloca o curso como prioridade, pelo que tende a ter notas baixas e uma mera relação instrumental com a universidade. Seria bem melhor que o mesmo estudante participasse em actividades de voluntariado e na organização de conferências, grupos de reflexão, tertúlias, “sites” académicos, etc.

 

 

- Quem são as principais entidades empregadoras?

Infelizmente, continuam a ser as entidades sustentadas pelos impostos dos cidadãos, neste país que ainda luta por um lugar à mesa do orçamento e pela empregomania, dado que falta autonomia da sociedade civil, onde predomina o ritmo do devorismo, do clientelismo e do favoritismo. Aliás, a degradação é tal que, algumas vezes, os melhores graduados alcançam, pelas qualidades próprias, um emprego competitivo, enquanto outros, menos talhados para lutar na selva, se arrastam pela procura de mestrados e até por certos cursos de doutorados, especialmente em universidades espanholas para exportação de títulos, prenunciando um grave risco para a formação das futuras gerações. Denota-se, contudo, nos últimos 4 anos, por força do cumprimento do défice, uma tendência para ser o mercado das empresas privadas a absorver a maior parte dos licenciados, mesmo porque as portas do sector público têm estado mais fechadas… mas, como quase em tudo neste país, não há dados estatísticos. Baseamos as nossas apreciações e, pior, as nossas decisões em palpites intuitivos!

 
- Quais são as suas referências profissionais em Ciência Política?

Para mim, são os professores que me despertaram a paixão por esta província do saber e não errarei se indicar a pluralidade de pertenças e o sentido de coragem cívica que teve Raymond Aron, que foi o exacto contrário dos que invocam a qualidade de cientista para serem políticos e a qualidade de políticos para poderem ser professores. Por outras palavras, tenho como modelo aqueles que querem viver como pensam e que, portanto, não podem pensar como vivem…

 

-Quais são, na sua opinião, as competências e os saberes necessários para ser cientista político?

Ter a capacidade de fazer uma espécie de cross-fertilization dos vários domínios do saber das ciências sociais e humanas, com pontes para as chamadas ciências duras. Ser intuitivo q.b., conseguir pensar e redigir bem e depressa, ler jornais, de papel, digitais ou televisivos, de todo o mundo todos os dias para perceber o registo do mundo e depois fazermos a nossa própria agenda. Não já com as lentes do jornalista das redacções, por vezes mandados a toque de caixa, mas com uma sabedoria histórica e sociológica e um adequado saber-fazer. Talvez fosse mais longe, exigisse uma espécie de retorno ao método peripatético e obrigando os estudantes a terem que frequentar certas disciplinas de outras faculdades (os de ciência política poderiam dar um salto a engenharia e os de direito ao mundo da biologia, por exemplo) e a terem que passar curricularmente por áreas artísticas e de desporto, como acontece nas escolas que estão colocadas no primeiro lugar do ranking universal. Isto é, cumprir o universalismo português que sempre soube misturar a aventura e o pragmatismo.

 

Na sua perspectiva, como se encontra o mercado de trabalho quando um
recém-licenciado nesta área procura entrar nele?

O mercado de trabalho segue a tendência da economia e, neste momento, está fechado. Associado ao crescimento do desemprego, encontra-se a estagnação da abertura de concursos públicos e de convite a candidaturas pelo sector privado. Além deste factor de natureza circunstancial, ainda têm de enfrentar o desconhecimento do curso por parte do empregador que quer é saber “ para que é que serve” e “o que é que sabe fazer”? … e a lei da procura e da oferta… bem sabemos que há mais oferta que procura de trabalho nesta área. O país pode até ter mais necessidade destas áreas que oferta, mas não tem procura… Nestes casos é preciso usar a imaginação para conseguir penetrar e manter-se no mercado do trabalho. Os bons conseguem, independentemente da licenciatura que tiram, os menos bons… cresçam e trabalhem para serem melhores. “no pain, no gain”.
 - Considera importante investir em formação ao longo da vida?

Inevitável para toda a sociedade portuguesa. Sim, é como comprar um computador, dado que o mesmo tem que ser trocado ao fim de dois anos, ou então as suas peças são de tal modo substituídas que mais vale comprar um novo. Importa o aprender a aprender, dado que estamos hoje na sociedade da aprendizagem constante. Aprendemos (a aprender) com os alunos a fazer um blogue, a aperfeiçoá-lo e a operacionalizá-lo, e depois ensinamos o que aprendemos a outros que agora blogam.., é uma cadeia ininterrupta. Isto é a sociedade em rede, uma verdade comezinha do rizoma. Com efeito, os problemas do mundo são comuns aos da Velha Europa, e nós temos o pior dela… apesar das particularidades inerentes aos espaços e à dimensão do país e dos seus recursos e também dos seus políticos, figurantes de teatro de revista que urge substituir… No fundo, a globalização competitiva é o ampliador que permite comparar directamente as eficiências de todos os países, e como a vitrina está à vista de todos, porque todos vêm os buracos que os queijos têm.

- Cursos sugere a um profissional no campo da Ciência Política?

Isso depende a orientação de cada um e das necessidades específicas do emprego que conseguiu. Não direi, como alguns, que aos 18 é ir para uma jota, aos 22 ter a licenciatura concluída, aos 24 ser deputado, aos 26 ser secretário de Estado e aos 30 ser ministro. Porque o principal curso que podemos ter é sermos todos homens cultos e livres para decidirmos melhor a nossa procura da felicidade e do serviço à comunidade. Talvez uma espécie de ensino para a mudança fosse útil, pelo que importa ter, à maneira anglo-americana, uma forte âncora de preparação para o pensamento e de conhecimento profundo da nossa história real.

 

 

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