Delírios em sexta-feira de paixão, sobre os endireitas e quejandos…

Só quem assuma o exílio interno e estando fora do tempo, para poder ter razão antes do tempo, é que pode vislumbrar com precisão o que vai suceder quando passar a bebedeira dos que querem bater palmas ao vencedor, especialmente se apostaram no cavalo errado. Com efeito, concordo que a próxima direita e a próxima esquerda serão o que as actuais esquerdas e direitas não forem. Coisa que só poderá acontecer a quem encontrar a chave da abóbada do templo que permita ao pesquisador descobrir a agulha salvífica no presente palheiro, mas desde que o dito cujo consiga, depois, fazer passar o camelo, com as duas bossas, a da frente e a de trás, pelo buraquinho da mesma agulha certeira. Para tanto, de acordo com as melhorias teorias académicas, é preciso que ele actue de olhos fechados e que tenha a intuição do dever-ser. Com efeito, tal como para as vítimas do “tsunami”, o introspectivo medo da transparência parece estar a vencer as necessidades, face ao piramidal desastre eleitoral que a memória viva não consegue recordar, num país que nunca gostou de ali ter estrangeiros a presenciar a luta fratricida que opõe o exército estadual ao movimento pela libertação dos contribuintes. Em face dos considerandos supra-referenciados, o subscritor destes delírios de exílio interno, declara, para os devidos efeitos, que quebrou, há muito, todas as cordas que o ligavam à realidade da direita a que chegámos. Repetindo a metáfora que tem vindo a bloguear há muito, continua a considerar-se alguém do extremo-centro, coisa que não é, nem nunca foi, o rigorosamente ao centro da equidistância, o tal estado geométrico que nos permite acedermos a ministros da esquerda, mas antes um centro excêntrico que nos eleva ao concêntrico do bom-senso. Estando, como sempre esteve, na esquerda da direita, procura continuar a ter a coragem de esquerda para se afirmar de direita, porque a esquerda a que chegámos sofre do vírus que afectou a tal direita que serviu de pretexto para a passada presente vitória da esquerda. Tem, aliás, a certeza que a nova direita velha que é a direita de sempre tem a estupenda vantagem de não existir ainda, dado ter saudades de futuro e estar à espera do “tsunami”. Amen!

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