A pátria, enquanto soberania formal e ritual de Estado, nunca estará em perigo, mas as nações são coisas que nascem, crescem e morrem. Aliás, hoje, não passamos de mera subsecção de um armazém maior, onde tudo depende dos agentes da contabilidade e da segurança, nesta Europa e nesta república de uns portugueses crescentemente despolitizados, mas que tem de concorrer com outras entidades políticas onde, além de haver autonomia da sociedade civil, há também indivíduos autónomos que já se habituaram à edição e cumprimento das próprias normas que editam. O sentido cívico da república não aguenta este vazio de futuro e esta falta de esperança que nos vai desmobilizando. Mas avizinha-se uma mais grave crise de confiança nas instituições públicas, fragmentadas que estão pelos pequenos interesses de campanário e negocismo, nestas trocas e baldrocas de corrupção e nepotismo, onde os ricos são cada vez menos e cada vez mais ricos e os pobres cada vez em maior número e cada vez mais pobres. Vale-nos o céu azul e o sol a rodos esta suave sombra dos pinhais, em tempo de canícula, bem como apetecerem longos passeios à beira mar.