Apesar de algumas insistências, não será desta que tomarei posição quanto à intervenção de qualquer candidato na corrida para o arranque das presidenciais, onde quase todos os que até agora se assumiram vivem dos mesmos “slogans” antifascistas, socialistas, laicos e de uma ética republicana cheia de complexos de esquerda, quase iguais à outra face da moeda do mesmo rotativismo, desse sebastiânico candidato da não-esquerda, o tal que já foi da esquerda moderna, social-democrata e bernsteiniano, nada liberal, que, com idêntico pensamento único, ameaça levar de vencida os slogans “expressos” pelos entediantes debates televisivos, onde é o poder estabelecido que define o que é a esquerda e o que é a direita, nesse bailado dos prós e contras do eterno situacionismo, que até põe ministros de Salazar a apoiarem os ministros presentes do mesmo antigamente. A presente fuga populista, bairrista, fragmentária ou ultra-caciqueira da presente campanha autárquica é uma espécie de mola amortecedora que nos dá a ilusão de podermos manter a presente tirania do “status quo”, onde até os os “opinion makers” sistémicos se assumem como uma espécie de grandes educadores das presentes classes mediacráticas. Por mim, que sempre fui de direita e sempre fui do contra, sou tanto da direita a que chegámos que até estou disponível para votar num candidato de esquerda, dado que nunca passarei um cheque em branco ao pai autêntico deste cavaquismo que nos enreda e destes restos salazarentos que me fazem repudiar o presente situacionismo, onde a nossa governança é, cada vez mais, uma mera bissectriz de um paralelograma de forças.