Hoje é um dia CDS demais em termos de efemérides, porque se assinalam duas datas que marcaram o fim do velho CDS: primeiro, em 1992, quando Manuel Monteiro, com o apoio de Paulo Portas, se tornou presidente do partido, sucedendo a Diogo Freitas do Amaral, com o qual tinha regressado José Ribeiro e Castro; segundo, em 1998, quando Paulo Portas sucedeu a Manuel Monteiro, sem o apoio deste, na mesma presidência. Por outras palavras, dois antigos estudantes da Universidade Católica assumiam, pela primeira vez, destaque na cena política nacional, antes de o director do IEP da mesma se transformar na sombra consultora, “neocon” e “neolib”, do palácio de Belém.
E tudo acontece no mesmo dia de 1911, em que se dava a criação das Universidades de Lisboa e do Porto, as quais passavam a fazer companhia à de Coimbra, depois de extinta a Universidade de Évora. Já em 1929, o salazarismo financeiro levava à estadualização do frutuoso e mutualista crédito agrícola que o ministro republicano Brito Camacho havia dinamizado, com o apoio do antigo ministro da monarquia, D. Luís de Castro.
Já me esquecia de dizer que ontem assisti à segunda intervenção quinzenal de Portas no “Estado da Arte”. Gostei do artista, não gostei do líder político feito o tradicional ausente-presente. Reparei como o antigo aliado de Rumsfeld não é tão flexível quanto Barroso. Ficou-lhe bem ser o último dos “bushiman”.