Porque quem é filho de algo consegue sempre que haja um desses normais anormais, das excepções às regras desta amoralidade maquiavélica do neofeudal Bloco Central do situacionismo e lá consegue ascender ao olimpo dos instalados, mesmo que os controleiros desçam aos meandros das burocracias e não consigam ver os bois diante dos palácios, dado que todos eles fazem parte da raça dos macacos cegos, surdos e mudos, apesar de terem lido os versos de Sophia. Depois, lá tenho que aturar o pai do cunha do, a fazer discursos televisivos em comemorações oficiais, clamando contra a presente degenerescência do regime, que terá perdido a utopia. Por isso, ainda ontem, nas aulas, a pretexto do século XVI, lá eu distribuía pela sala, o original de John Gray, Black Mass, do século XXI, onde um teórico da LSE, que não dá cursos práticos de ciências sociais, nos alerta para esta encruzilhada de gnosticismo, incompreensível para toda uma geração que nada sabe de teologia e confunde sucedâneos religiosos com ideologias politiqueiras, quando, na prática, as teorias são outras, dado que, aqui e agora, só funciona a literatura de justificação dos eternos donos do poder, mesmo que as investigações alienígenas nos demonstrem a total falta de difusão da Kantiana ética republicana e a vitória da golpada fidalgueira, bem demonstrada pela fuga ao fisco e pela bandalheira da empregomania, porque nos continuamos a drogar com fátimas, futebóis e fados, entre tias de cascais na caridadezinha, loureiros no olhão que joga no boavista e ermelindas duartes no gaivota voava, voava.
Mai
06