Como os mais atentos podem notar, o gavião foi para o Valbom, lá para os lados de São Julião da Ericeira. Na cidade, de costas para o Tejo, ficou a imagem do hetrónimo que aparece agora na coluna da esquerda. O gavião não nega os factos nem as relações sociais e até escreve e descreve tudo aquilo em que bica e debica. O gavião continuará a viver como pensa sem pensar como depois há-de viver. E continua fiel ao lema de Antoine Saint-Exupery, segundo o qual, se temos de submeter-nos para sobreviver, precisamos de lutar para continuar a viver. Como o gavião não existe como demiurgo, sendo apenas ínfima parcela de uma corrente, ele já existe há dois séculos e continuará nos próximos, porque ainda faltam muitos para os amanhãs que cantam. E mesmo aqui, em São Julião, mais perto que estou do mar sem fim, não me considero em cima do promontório dos séculos. Apenas olho o homem de sempre, liberto das guerrazinhas de homenzinhos, desses que fazem e aplicam as regras do jogo que têm o tamanho do tempo que passa…
Abr
08