Segundo um estudo de uma universidade castelhana, 40% dos portugueses quer a Ibéria. Ricardo Salgado, tal como antes Mário Lino, também o expressaram. Se for uma federação entre Lisboa e Madrid, digo como Febo Moniz: tomem! Mas era capaz de alinhar com Antero, com uma união ibérica entre Lisboa, Santiago de Compostela, Barcelona, Bilbau, Madrid, Sevilha e Valência, depois de extinto o imperialismo do Estado Espanhol. Portugal não foi fundado por D. Afonso Henriques. Foi sempre refundado pelos Portugueses que o quiseram ser. E refundação, precisa-se! Não há pensamento sem pátria, a “escola da super-nação futura” (Pessoa). Não se acede ao universal sem ser pela diferença… A identidade não exclui as várias repúblicas maiores da nossa pluralidade de pertenças… Obrigado, José Gil, eu também sou contra… o gilismo, essa criatura que se libertou do gilismo e inunda certas elites de praia em falta de vontade na procura de Portugal. Sonhar não é fácil. O abraço armilar, de que somos sinal, implica que se semeie a república maior da comunidade dos afectos, a comunidade das coisas que se amam. O século XXI pode ser o das múltiplas pertenças das repúblicas hispânicas, ibero-americanas e ibero-africanas, em regime de geometria variável, com mais povos do que cimeiras. Talvez este seja o necessário Quinto Império do poder dos sem poder. Hoje, só posso português e europeísta, se for iberista. Mas antes, o armilar, o Reino Unido de Portugal e do Brasil, em coligação com a CPLP. A pátria da língua portuguesa, não pode deixar de ter como irmãs as do castelhano, do catalão e do basco. Juntos, somos uma grande potência cultural, capaz de equilibrar a posição dominante do anglo-americano e a frustração do francês. A invencível armada é a do espírito!