Abr 13

Viagem aos meandros sub-estatais do sistema elogiado pelo banqueiro do regime…

O regime vai falando endogamicamente, para as suas próprias tripas e volutas: diz pensar nas escolas-seminários do circuito fechado da subsidiologia; diz punir a corrupção, pedindo discursos a sobrejuízes, super-polícias, ex-criadores de elefantes brancos e oficiais de diligências de planos de combate à dita, todos postos em acetatos e “powerpoint”… Suas Senhorias estão todos de consciência tranquila e irão todos à missinha de Sua Santidade em pleno Terreiro do Paço remodelado, porque a música celestial, a literatura de justificação e os barcos a remos que partem do Cais das Colunas os podem levar sempre à outra banda, para voltarem, de barco à vela, em dia de nevoeiro e buzinão… Os pequenos e médios micro-autoritarismos subestatais, plenos de “outsourcing” e de paradigmas enrolados, vão gaguejando as modas que passam de moda, com que os cursilhos para altos dirigentes os formataram, num misto de saudades estalinistas, barroquismos teológicos e meia dúzia de neologismos do tecnocratês gestionário… Os pequenos e médios altos dirigentes do SIADAP, e da avaliologia suicida, continuam a ganga do construtivismo destruidor, em que sublimaram o revolucionarismo frustrado. E assim se perpetua o despotismo ministerial, entre seminaristas frustrados, doutores da mala ruça, salazarentos ajaconizados, educacionólogos e cantilenas neoPombalistas, a que chamam integração europeia ou turismo científico, assim enobrecidos pelo terceiro mundo cá do contenente…. Qualquer modernizador que pensa ser reformador encartado julga que, por usar duas ou três palavrões do calão anglo-americano, de contratar as consultadorias dos cartões de visitas dos formadores, ou de se envolver no neofeudalismo clientelar do “outsourcing”, se torna, “ipsofacto” engenheiro social, mesmo sem reconhecimento da Ordem…. O Estado é este estado a que chegámos, porque persiste o inquisitorialismo, a persiganga e o antiquado despotismo ministerial, quando quem está em cima é exactamente igual a quem está em baixo: instrumentaliza a máquina dependente da cobardia e do carreirismo oportunista! Até algumas autarquias locais querem serem Estados absolutistas em miniatura. Sobretudo as que se suburbanizam em dormitórios e se destribalizam, com autarcas entalados entre engenheiros de pontes, calçadas, lombas e parques de estacionamento e frustrados professores do ensino secundário. Todos deixam de compreender a pluralidade identitária dos povos que foram chamados a governar… Algum autarquismo de paraquedistas politiqueiros pode volver-se em mero agente colonizador do centralismo e do capitaleirismo, servindo inconscientemente abstracções unidimensionalizadoras, mesmo que o activista comandante não consiga que o verniz socialista, ou social-democrata lhe apague o rasto do teólogo sem Deus, ou do revolucionário sem ideia…