Jul 02

Ser liberal é ser pela aventura do risco

Há quem suponha que com banha da cobra se pode resistir ao vil metal e alguns capatazes da velha fazenda ainda dizem que só as quintarolas exíguas é que não defendem a murro a herança do ainda vamos ser um imenso império colonial…

O abstracto mercado, que nenhum empresário alguma vez apalpou, nem para um liberal está acima do ainda mais abstracto Estado, porque este é concreto quando nos vai ao bolso e nada tem a ver com a metafísica curandeira daqueles que dizem ter contactos imediatos de primeiro grau com os superiores interesses do país…

Os “eus” são uma emanação das “circunstâncias”. Por enquanto, apenas há sementeira de resistência espiritual, onde pode haver quem seja quebrado, mas não torça por dentro

Ser liberal é ser pela aventura do risco, mas com o pragmatismo dos pés no chão, reconhecendo que Estado sem força é impotência que não pode ser colmatada pela propaganda, pela demagogia ou pela ideologia. Política tem de ser sonho servido pela arte do possível…

Para cumprirmos as regras deste jogo da globalização e da hierarquia das potências temos de submeter-nos para sobreviver, para continuarmos a lutar para vivermos com a vontade de sermos independentes. Ninguém mete o Rossio do Tratado de Lisboa na betesga dos jurisconsultos de rabo pelado, alimentados pela parecerística…

Quando ex-europeístas convictos se deixam enredar nas teias argumentativas de certo ressequido corporativismo de estadão, ai da patronagem e da empregadaem deste socialismo de consumo que cai no mais dos caricaturais dos proteccionismos do “a Vivo é nossa, a PT é nossa, nossa, nossa…”

Quanto mais é a mania do cientismo progressista, maior pode ser o charlatanismo ocultista. Prefiro os que não perderam o sentido do sonho e continuam a sublime aventura poética e espiritual de olhar as estrelas do transcendente com os pés no lodo da existência…

Ai de quem justifica o paradoxo com o catecismo de seita …
Fiquei a saber que faço parte da “nova religiosidade de mana-tabu da cristandade gnóstica do progressismo libertário”. Mas a crítica é profunda e merece divulgação. Obrigado!

Cavaco, Santana Lopes e Manuel Alegre acabaram de inscrever-se retoricamente no partido de Bava/Granadeiro. Assim se confirma como as empresas de regime não foram uma invenção de Sócrates… Por mim, prefiro a clarividência de Belmiro de Azevedo, embora não tenha os respectivos interesses…