Há dois dias que ando pelos meandros capitaleiros. E basta duas ou três carregadelas na procura da informação, para ter que me calar sobre certos meandros. Só os revelaria se, por acaso, me tivesse expressamente equivocado nas minhas previsões. Apenas confirmo a intuição, agora passível de silogismo clássico…
Apenas digo que o criador do triângulo estratégico do “mare clausum”, o fundador do Rio de Janeiro e de São Paulo de Luanda, acabou por mandar para os infernos a respectiva boa intenção. Perdeu-se nos areais, desterrou D. Jerónimo Osório e, com tantas escolas de espiões, não foi informado da existência de huguenotes como conselheiros militares dos adversários marroquinos…
Por isso, conjugo Portugal como observador do jogo dos Países Baixos contra o Estado espanhol. Os três, entre eles, entre cada um deles com cada um dos outros, já estivemos sob a mesma soberania, já tivemos, todos, guerras bilaterais e multilaterais, mas foi há séculos. Hoje temos o respeito pela memória e pelo sonho de futuro conjunto. Por isso, sou mais europeísta do que iberista…
A revolta dos Países Baixos e o posterior 1 de Dezembro de 1640 transformaram as Províncias Unidas e Portugal nos iniciadores da autodeterminação contemporânea. Não foi contra Espanha, foi contra a usurpação da falsa monarquia universal que tentava construir a Europa pelo imperialismo. Demos-lhe sova e, desde então, somos aliados euro-atlânticos…
Prefiro o belo sonho de estarmos, hoje, juntos, Portugal, Países Baixos e Estado Espanhol. Mas torço para que vença a Catalunha. Apesar de uma das minhas máximas emoções patrióticas: a de ter sentido a fidelidade da Sinagoga Portuguesa de Amsterdão, talvez a única que Hitler teve que respeitar quando ocupou parte da Eu…