Portugalório em arrastadeira, uma receita para a decadência. Pega-se num aposentado ou num reformado, com privilégios pela antecipada e põe-se com outros vegetais da mesma espécie molho de banho maria, fazendo-o regressar aos rapapés da velha chefia burocrática, dando-lhe o nome de avaliação…
O problema não está na avaliação, está no reaccionário que avalia, segundo o padrão da pesada herança que nos deixaram. Pior ainda quando dizem que a porcaria que fizeram se chama progresso e ciência. Anedótica é esta aliança que fazem com politiqueiros sistémicos e garotada conspirativa…
Já viram o que era o sistema político se ele fosse avaliado através de contrato com a Fundação Mário Soares? E se a comissão fosse presidida pelo Almeida Santos, com Mota Amaral, pelo Freitas do Amaral, pelo Casanova e pelo Major Tomé? Conheço sistemas avaliativos onde a média mental e etária ainda tem mais uma ou duas décadas de endogamia…
Ora aí está um potencial chefe de governo do presidencialismo do Bloco Central que foi vítima de enrascanços de tesouraria: o presidente da televisão pública escolhido por um governo PSD/CDS e que este governo pôs a gerir a defunta Junta Autónoma das Estradas…
O “Expresso” diz que Sócrates tentou imitar Soares com um governo PS/CDS. Teria sido em casa de Basílio Horta. Falhou e o “tango” foi segunda escolha…Por mim, prefiro que continue o Luís Amado.
Em muitos sectores onde deveria primar a criatividade e o sentido de risco, estamos dependentes de padrões esquizofrénicos de uma gerontocracia que nos continua a amarrar a algemas de uma autoclausura reprodutiva das chouriçadas e almoçaradas em “outsourcing”… Nem a Senhora de Fátima já nos pode valer nesta ditadura de corporações fora do tempo que vão do passado para o presente sem pilotagem de futuro!
Silva Pereira e Sócrates sobem a parada salazarenta. O chefe da secção nacional de um partido multinacional perde as estribeiras e já declara que quando o chefe de outra secção multinacional rival do mesmo europeísmo faz declarações em Madrid está a criticar a pátria no “estrangeiro”. Mário Soares deve recordar-se do que a PIDE lhe fez quando ele em Londres criticou Caetano…
O chefe é um homem pragmático. Leu um estudo de opinião onde se garante que a demagogia anti-espanhola dá votos e aplica imediatamente a receita. Não tarda que Barroso seja qualificado como Cristóvão de Moura…resta saber se a defenestração não pode voltar o feitiço contra o feiticeiro….
Porque nem os ocultistas conhecem Hermes, o chefe a que me refiro não é um “ele”, mas todos os que, tomando “posse” confundem o hábito com o monge…
Eu que, por criticar a palha sarkoziana do Tratado de Lisboa fui acusado de retrógado anti-europeísta, perante este espectáculo de xenofobia demagógica de um ministro de Estado e de um primeiro-ministro, clamo pela Europa e temo que não se volte ao velho esquema do ser crime discutir a pátria, reduzindo esta às palavras de um desses chefes transitórios da encruzilhada…
Seria interessante que Soares e Sampaio fossem interrogados sobre esta deriva discursiva do partido da Europa Connosco! Por isso vou reler Antero e as causas da decadência dos povos peninsulares…
Antero foi um dos que acabou em suicídio. Em Ponta Delgada, sob o muro do Convento da Esperança, sob o bronze de uma âncora…Continuo a esperar que não tenha morrido em vão. Pouco antes, andava a fazer comícios na Liga Patriótica do Norte, procurando abanar os sonâmbulos que todos continuamos!
E lá vou meditando… de como a sondajocracia dos pretensos governos de opinião pode toldar a democracia…
Uma das Espanhas que, por cá, há quem não queira ver, ouvir nem ler. Viva a liberdade nacional da Catalunha!
Unamuno bem anunciava a necessidade de portugalizarmos as Espanhas. É inevitável a coligação iberista das liberdades nacionais da nossa península. É este o meu iberismo. Como o de Antero, Pessoa, Torga e Saramago. Repito. Insisto. Convergir o que anda disperso. Dividir para unificar. Com a Europa como congregadora.