Jul 20

Pedro Delgado Alves da velha Boina Frígia

O Pedro Delgado Alves da velha Boina Frígia é o novo líder da Juventude Socialista. Sou suspeito. Tenho-o acompanhado desde que episodicamente fomos professor e aluno na Faculdade de Direito de Lisboa. É daqueles de quem espero que, lá em cima, mantenha a rebeldia que sempre manifestou cá em baixo. Uma grande abraço de boa estrela!

A melhor constituição da Europa é a inglesa: nunca ficou escrita num código, desses que anda sempre a ser revisto. E das escritas, as que mais duram são as que se aproximam da estrutura de um poema. A nossa caiu na tentação de ter um autor dominante e vários parentes, ditos pais-fundadores…

Um ilustre professor, ex-candidato a provedor pelo PS, veio ajudar o PS contra o projecto de proposta de Passos Coelho. Está contra todas as revisões que não lhe peçam conselho. E até puxou de uma proposta, em separata, que logo ofereceu ao entrevistador. Com mais personalizações do poder constitucional deste género, reforço a minha perspectiva de legitimidade tradicional.

Sou totalmente favorável à reposição em vigor das Actas das Cortes de Lamego. E acrescento-lhes, “Os Lusíadas”, revistos, acrescentados e elevados à metafísica pela “Mensagem” de Fernando Pessoa. Ou então encomendava-se outra a Manuel Alegre, mas sem a ideologia que ele diz ter: só com o ritmo de pátria, que ele tão bem conjuga (é verdade, não é ironia…).

Não há ninguém que diga ao Manuel Alegre para ele não exercer o papel que outrora teve Vitalino Canas e que resultou mal com o Silveira… Para aparecer mais nos “meios” da “imagem e da sondagem”, mesmo sem “sacanagem” não convém que ande a reboque de um processo de “agenda setting” que tem mão bem visível: a da contrapropaganda oficiosa do situacionismo!

Quando Alegre cai nas teias situacionistas do governamentalismo, foge da única área onde tem autenticidade: a da metapolítica. Para ser maldoso, até posso imaginar que Mário Soares deve rebolar-se de gozo com a casca de banana em que vai caindo o grande poeta, quando assim vai além da chinela onde é mestre!

JS em mudança

O Pedro Delgado Alves da velha Boina Frígia é o novo líder da Juventude Socialista. Sou suspeito. Tenho-o acompanhado desde que episodicamente fomos professor e aluno na Faculdade de Direito de Lisboa. É daqueles de quem espero que, lá em cima, mantenha a rebeldia que sempre manifestou cá em baixo. Um grande abraço de boa estrela! Os da boina estão aqui na coluna da esquerda de quem olha desde que há coluna da esquerda neste blogue, numa cumplicidade antiga…

A última vez que falámos academicamente foi sobre a hipótese de um trabalho sobre o perfil dos governos provisórios na história das democracias portuguesas. Julgo que, na JS, há um conjunto de jovens quadros de muita experiência e boa preparação política que, pelo menos, vão desafiar a JSD a assumir tal patamar. É pena que as lideranças das jotas não saibam comunicar esta renovação a que tenho lentamente assistido ao país, porque é por dentro e de menino que se pode torcer o pepino de certa partidocracia…

Tenho este defeito de estar sempre solidário com os alunos com quem cultivei a vivência de escola. Neste caso faço-o com a intuição de quem sente uma renovação sustentável. Espero poder dizer a mesma coisa da JSD dentro de momentos…

Jul 18

O problema de Portugal não está em Sócrates nem em Cavaco

O problema de Portugal não está em Sócrates nem em Cavaco. O problema está na circunstância de metade dos politiqueiros estar de pé-atrás e outro tanto em bicos-de-pé. Logo é só bicos de papagaios…

Pior do que Sócrates são os socratinhos que em cada canto se multiplicam, sonhando estabelecer uma sucessão de bloqueios centrais com os restos de cavaquinhos que nos vão cogumelizando…

E todos os mais papistas do que os papas nem reparam como se cruzam com a memória salazarenta do decretino e das pequenas personalizações de poder, refinando a cobardia, os tarados do poder pelo poder, o carreirismo e a endogamia. E o que anda assim pelos baixios burocráticos gerou o que está em cima, num circuito vicioso de autoclausura reprodutiva…em nome da lei!

Jul 17

Quatro obstinados do século XX português

Quatro obstinados do século XX português: João Franco, António Maria da Silva, António de Oliveira Salazar e Vasco Gonçalves. Um deu em regicídio. Outro foi o bonzo coveiro da nova República Velha. O terceiro foi para uma guerra colonial julgando que a Terceira Guerra Mundial ocorrerria em meados da década de sessenta. O quatro caiu nos votos de 25 de Abril de 1975, sem necessidade de tiros.

Este que nos desgoverna, João Maria de Oliveira Gonçalves, continua a receber apoio de um partido que se diz herdeiro dos antifranquistas, não-bonzos, anti-salazaristas e anti-gonçalvistas, contra endireitas e canhotos. Resta que um dos seus agentes do respectivo SNI proclame: “eu não sou de direita nem de esquerda, sou do partido republicano” (Silva o disse na véspera do 28 de Maio)…

Porque já mataram o Machado Santos e podem instrumentalizar o Mendes Cabeçadas, prefiro reler as crónicas da “Seara Nova” sobre a matéria. Sobretudo, os conselhos de Raul Proença. Não quero cometer os erros dos relatórios do embaixador britânico, sobre Silva como potencial líder fascista, já depois de ele ter recebido apoio dos catolaicos do CCP no parlamento, um dos quais era António de Oliveira Salazar…

Jul 16

novas variantes para o verbo mendonçar

O lusitano léxico continua a encontrar, quotidianamente, novas variantes para o verbo mendonçar. Isto é, quando o ministro fala, ninguém o interpreta correctamente, pelo que tem que ser emitida interpretação autêntica, a partir do gabinete do mesmo ministro. Especialmente quando ele tenta dizer que temos de pagar…

Outro novo verbo, em processo de nota oficiosa em curso, é o verbo silvapereirizar, isto é, falar à frente das bandeiras, para responder a António Costa, explicando, convictamente, que todo o governo está mesmo mobilizado. Não era necessária a demonstração…

Defensor de Moura entra nas candidaturas presidenciais, não para tirar votos ao candidadato do PS/Bloco de Esquerda ou a Fernando Nobre, mas para evitar que o homem da esquerda moderna, apoiado por Freitas do Amaral, ganhe à primeira volta…

Jul 15

o estado a que chegámos já são são vários Estados ao mesmo tempo

O bom e velho Estado…ei-lo de volta à retórica. Só que o estado a que chegámos já são são vários Estados ao mesmo tempo, sobre o mesmo território e a mesma população. Por cá e agora, é a República Portuguesa, União Europeia, NATO e os estados dentro do Estado a que chamamos grupos de pressão. Sebastião José já não volta, Mouzinho da Silveira era urgente…

A realidade dos números é…uma coisa de Hermes, de Pitágoras e dessa ciência exacta chamada… discurso de José Sócrates Pinto de Sousa, o nosso Primeiro-Ministro, que gosta dançar o tango, porque a bailar, a bailar, nos injecta confiança. A maioria continua a fugir com o rabo à seringa, mas, apesar disso, eis que nos continuam a seringar…

Jul 14

Não sou optimista nem pessimista, sou determinado

Não sou optimista nem pessimista, sou determinado. Mestre Jean Monnet o tinha como lema..

Por cá e agora, a lenga longa deste quintal de monocultura politiqueira, com os habituais capatazes do negócio do betão e das chouriçadas saídas das fábricas de sôtores, a que continuam a chamar universidades…

O mal deste país é a mania das grandezas que não nos deixam comparar com coisas do nosso tamanho. Continuamos, muito esquizofrenicamente, a querer acabar com o capitalismo global e a construir agências de “rating” alternativas…

Sócrates e Cavaco não existem. Vivem no inferno das boas intenções… Um dia dizem que a situação é insustentável. No dia seguinte querem dar-nos uma injecção de confiança. Mas nunca acerta na veia.

Um dia fazem orçamento. Noutro, revogam-nos com o PEC 1. Logo a seguir dançam o tango. E vão para o PEC 2. Mas depois de uam viagem a Bruxelas, logo passam para o 3. Perderam os papéis da rota. Avariaram o GPS. Agora navegam à vista de costa…

O homem do leme tem o aparelho escangalhado. Roubaram os mapas. O nevoeiro não deixa ver os astros. O GPS avariou que não pagámos a mensalidade. O barco já não é navio e ainda não é jangada de pedra. Está quase em “out of control”…

Estivemos adiados por três eleições num ano. Ficou tudo pior. Agora estamos adiados por uma recandidatura. Não ficaremos melhor. Valia mais um contrato social refundador do regime, contra o sistema. Onde o máximo de apoio da aritmética parlamentar (CDS, PS, PSD, PCP) acrescesse ao apoio da geometria social, mesmo que o governo fosse minoritário, mas que cumprisse o pacto.

Desadiemos Portugal, saiamos do círculo vicioso politiqueiro, mas sem hipocrisia. Os problemas económicos apenas se resolvem com medidas económicas, mas não apenas com medidas económicas. Devem subordinar-se a uma política que seja pilotagem do futuro. Que seja mesmo política.

Primeiro, a vontade de sermos independentes. Aqui e agora. Gerindo dependências e navegando na interdependência. Submeter-nos para sobreviver. Ter um sonho para lutar. Porque só quem luta consegue ir além do sobreviver. Para viver.

Nunca reduzir-nos ao presente paralelograma de forças bancoburocráticas e eurocráticas. Quebrar a teia de Penélope. Em tempo de circunstâncias extraordinárias, decisões extraordinárias, sem estado de sítio nem pais tiranos, mesmo que sejam iluminados déspotas…

Governo presidencialista ou de iniciativa presidencial precisava de Constituição do tempo de Eanes. O PS de Soares e o PSD de Sá Carneiro revogaram esse preceito. Agora só para Proença de Carvalho nos fazer esquecer que foi ministro da propaganda de um governo presidencialista, como lhe chamou Sá Carneiro num comício, antes de o derrubar.

Algumas letras da Constituição estão a ofuscar-nos o espírito da democracia que é o princípio básico da Constituição. E a letra pode matar o espírito. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos… disse um tal de Siracusa, antes de Colombo pôr o ovo de pé. Basta um furo na casca…

Parabéns, João Bosco Mota Amaral! É bom recordar o futuro. No princípio era o homem, não era o Estado… (Maritain o disse, aprendi-o com Lucas Pires).

Não há jornal da sexta, mas ainda há notícias, mesmo sobre magistrados do MP. Não são apenas os encartes pagos de um jornal londrino com entrevistas ao nosso primeiro. Pagos por empresas públicas, empresas de regime ou empresas contratadas pelo principado vigente…Só falta o SNI…

A aritmética parlamentar pode não coincidir com a geometria política. E quando se usa e abusa da partidocracia das enferrujadas canalizações representativas, o país da realidade pode afastar-se deste país nominal. Estamos mesmo à beira de uma necessidade de refrescamento da legitimidade. Precisamos de mais legitimidade de exercício e não deste abuso da legitimidade de título…

Jul 12

É uma coisa muito difícil, este país não é um país nada fácil

“É uma coisa muito difícil, este país não é um país nada fácil”

Portugal é um país diferente «do norte para o sul, do litoral para o interior»

«É mais fácil a coordenação de uma equipa de futebol, onde há um treinador que manda e eles são apenas 11 a jogar, mas aqui são 10 milhões, portanto não basta uma pessoas para coordenar, é preciso milhares de pessoas a coordenar, uns são Presidentes da República, outros são membros do Governo, outros são presidente de Câmara»

Existe como que «uma mão invisível a fazer a coordenação»

‎”É preciso articulação, que não podem estar uns a atirar para um lado a bola e outros a atirar para outro”.

«Eu disse que é difícil, mas não estou a dizer que falta, é preciso muito trabalho para conseguir de facto coordenação, para jogarmos todos no mesmo sentido»

Pedimos desculpa por eventuais erros de transcrição, mas não consultámos o “site” de presidente de espada à cinta…

Custa ler esta notícia sobre o uso do nome do poeta António de Monforte, usando o nome de baptismo desse polémico e sublime doutrinário António Sardinha.

12.7.10
Breve dicionário para análise desta conjuntura de interregno
Autodeterminação A revolta dos Países Baixos e o posterior 1 de Dezembro de 1640 transformaram as Províncias Unidas e Portugal nos iniciadores da autodeterminação contemporânea. Não foi contra Espanha, foi contra a usurpação da falsa monarquia universal que tentava construir a Europa pelo imperialismo. Demos-lhe sova e, desde então, somos aliados euro-atlânticos…

Avaliação O problema não está na avaliação, está no reaccionário que avalia, segundo o padrão da pesada herança que nos deixaram. Pior ainda quando dizem que a porcaria que fizeram se chama progresso e ciência. Anedótica é esta aliança que fazem com politiqueiros sistémicos e garotada conspirativa…Já viram o que era o sistema político se ele fosse avaliado através de contrato com a Fundação Mário Soares? E se a comissão fosse presidida pelo Almeida Santos, com Mota Amaral, pelo Freitas do Amaral, pelo Casanova e pelo Major Tomé? Conheço sistemas avaliativos onde a média mental e etária ainda tem mais uma ou duas décadas de endogamia…

Basílio Horta O “Expresso” diz que Sócrates tentou imitar Soares com um governo PS/CDS. Teria sido em casa de Basílio Horta. Falhou e o “tango” foi segunda escolha…Por mim, prefiro que continue o Luís Amado.

Bloco Central Ora aí está um potencial chefe de governo do presidencialismo do Bloco Central que foi vítima de enrascanços de tesouraria: o presidente da televisão pública escolhido por um governo PSD/CDS e que este governo pôs a gerir a defunta Junta Autónoma das Estradas…

Campeões europeus Afinal, quem ganhou a final foi Portugal. Em “rugby” de sete, lá para Moscovo, no campeonato europeu…A bola não é esférica, mas continua redonda. Parabéns aos sete!

Canavilhas Interessa mais o jogo dos Países Baixos contra a Espanha do que passar os olhos por um comunicado ministerial contra um seu director-geral, nomeado por um anterior ministro do governo do mesmo partido, sob a mesma eminência, porque, neste negrume em que vivemos, todos os gatos são pardos mesmo que toquem piano e sejam canavilhas…

Capital sem pátria Qualquer palerma sabe que o capital não tem pátria, mas sabe o que é perder e ganhar, porque não vive naquele pretenso capitalismo de Estado onde apenas se arrisca o dinheiro que é dos outros, com muitos discursos de justificação…

Capitaleirismo Há dois dias que ando pelos meandros capitaleiros. E basta duas ou três carregadelas na procura da informação, para ter que me calar sobre certos meandros. Só os revelaria se, por acaso, me tivesse expressamente equivocado nas minhas previsões. Apenas confirmo a intuição, agora passível de silogismo clássico…

Catalunha Uma das Espanhas que, por cá, há quem não queira ver, ouvir nem ler. Viva a liberdade nacional da Catalunha!

Comemorações da república Ouvindo estes programas de rádio sobre as comemorações da república, tenho de concluir que não é o regime frustrado que se comemora, mas o bom trabalho de recuperação da memória levado a cabo nos últimos anos pelas faculdades de ciência histórica… logo, cientificamente, todos concluem pela verdade: 1910-19126 foi mera continuação de 1820-1910… Nem a República é a República nem o que foi inspirado por Newton é o naturalismo positivista da viragem do século XIX para o século XX. Seria o mesmo do que alguns dizem sobre o Vaticano, de ainda estar com Torquemada e de não ter aderido ao demoliberalismo a partir de 15 de Maio de 1891… Gosto de ouvir o velho Tengarrinha-historiador…agora elogia José Estêvão e a oratória parlamentar… quando era “a própria pátria que fala”. Há pouco, homenageavam o Sampaio Bruno e o Cardeal Saraiva. Afonso Costa lá deu mais umas voltas na tumba…E o programa termina com Bordallo a desenhar a esfera armilar…depois de terem recordado, com rigor, a efectiva censura que, depois de 1910 e antes de 1926, recaiu sobre o que designavam como jornais monárquicos…

Decadência Portugalório em arrastadeira, uma receita para a decadência. Pega-se num aposentado ou num reformado, com privilégios pela antecipada e põe-se com outros vegetais da mesma espécie molho de banho maria, fazendo-o regressar aos rapapés da velha chefia burocrática, dando-lhe o nome de avaliação…

Demagogias Sua eminência, qual D. Quixote contra os mercados, defendeu o papel do Estado. Estado, qual Estado? Do velho Estado contra o Super-Estado europeu, no caso da “golden share” da PT, foi no primeiro parágrafo. Da governação económica do tal super-Estado com moeda única, isso foi no parágrafo seguinte. Porque quando os pés passam a ocupar o lugar da cabeça isso dá conversa em família, com cadeira contra as quedas…

Estado e soberania Republicanamente realista, me continuo, sem o qualificar. Mais uma vez. Porque tudo quanto sobre a matéria me escrevi é contra o Estado de Maquiavel e a soberania de Carlos V, de acordo com João Pinto Ribeiro e António Ribeiro dos Santos, contra Sebastião César de Menezes e Melo Freire.

Europa Prefiro o belo sonho de estarmos, hoje, juntos, Portugal, Países Baixos e Estado Espanhol. Mas torci para que vencesse a Catalunha. Apesar de uma das minhas máximas emoções patrióticas: a de ter sentido a fidelidade da Sinagoga Portuguesa de Amsterdão, talvez a única que Hitler teve que respeitar quando ocupou parte da Europa. Sião não esquece. A Nova Jerusalém também não… E Portugal é assim mais universal!

Europeísmo Eu que, por criticar a palha sarkoziana do Tratado de Lisboa fui acusado de retrógado anti-europeísta, perante este espectáculo de xenofobia demagógica de um ministro de Estado e de um primeiro-ministro, clamo pela Europa e temo que não se volte ao velho esquema do ser crime discutir a pátria, reduzindo esta às palavras de um desses chefes transitórios da encruzilhada…Seria interessante que Soares e Sampaio fossem interrogados sobre esta deriva discursiva do partido da Europa Connosco! Por isso vou reler Antero e as causas da decadência dos povos peninsulares…

Futebolítica Jogarmos com a dignidade de uma nação, como Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa brincam com os passes dos jogadores transaccionáveis na época do defeso, pode ser grave se não estivermos acautelados com uma boa cláusula de rescisão!

Gerontocracia Em muitos sectores onde deveria primar a criatividade e o sentido de risco, estamos dependentes de padrões esquizofrénicos de uma gerontocracia que nos continua a amarrar a algemas de uma autoclausura reprodutiva das chouriçadas e almoçaradas em “outsourcing”… Nem a Senhora de Fátima já nos pode valer nesta ditadura de corporações fora do tempo que vão do passado para o presente sem pilotagem de futuro!

Iniesta O Iniesta é da Mancha, mas joga no Barcelona desde os doze anos…Pedimos desculpa por esta interrupção, a independência da Catalunha segue dentro de momentos… Hoje até em Barcelona vai haver manif!

Iberismo Unamuno bem anunciava a necessidade de portugalizarmos as Espanhas. É inevitável a coligação iberista das liberdades nacionais da nossa península. É este o meu iberismo. Como o de Antero, Pessoa, Torga e Saramago. Repito. Insisto. Convergir o que anda disperso. Dividir para unificar. Com a Europa como congregadora.

Inside information Depois de ler a última crónica de Nicolau Santos no “Expresso” (ainda não está “on line”), apenas concluo que o fundamental nos negócios é a “inside information”. Por isso defendo que o Estado que resta não meta a pata na poça do intervencionismo e da ciência das relações, como foi a praticada por ex-ministros como Dias Loureiro ou Armando Vara, nem que tomem refeições privadas com Clinton…

Krugman Casillas obrigou ao prolongamento… E Krugman prevê uma expulsão e o consequente contágio… Estamos lixados e ainda por cima com amadorismos no departamento médico da selecção. Chamem o Mourinho!

Laranjas Os laranjas estão subir nas sondagens dos avançados, mas os vermelhos, pintados de azul escuroi, ganharam o jogo no prolongamento… Cuidado, relvas! Eles podem fazer uma chicotada psicológica.

Megalomania A megalomania, ao provocar altas expectativas, costuma gerar mais altas frustrações. Espero que a procura da condenação, a que nos sujeitámos, tenha sido mera táctica, dentro de uma estratégia negocial. Se, com o desabrochar do fruto, verificarmos que apenas navegámos à bolina, temos de concluir que quem o provocou é irresponsável. Esperemos pelo fim de um bom negócio!

Negocismo Não me parece que o nosso actual estadão consiga navegar flexivelmente no mar encapelado dos negócios, sem que alguns dos respectivos agentes caiam nas tentações do negocismo…

Neoliberais Quando os socialistas clamam contra os neoliberais, quase tentam invocar a ortodoxia liberal que não assumem, mas que os marcou…pena que a deriva neojacobina do verbalismo propagandístico retome certos fantasmas e rejeite parte da boa herança da I República e da monarquia constitucional!

Notário da República Lá vou ouvindo Sampaio…É um simpático pedaço do passado onde, como notário da república, não há nada para odiar…Declara que está ali para não dizer nada, apesar de exercitar um ensaio de consulta psiquiátrica, a fim de “dramatizar” a necessidade de um compromisso que vá além das forças parlamentares…

Ocultistas Porque nem os ocultistas conhecem Hermes, o chefe a que me refiro não é um “ele”, mas todos os que, tomando “posse” confundem o hábito com o monge…

Polvo Consta que o nosso primeiro está no aquário do polvo Paulo, cujos tentáculos acertaram em pleno… A lei portuguesa não permite que tal bichano possa ser nomeado assessor, nem com arroz malandrinho à mistura.

País de suicidas e regicidas Antero foi um dos que acabou em suicídio. Em Ponta Delgada, sob o muro do Convento da Esperança, sob o bronze de uma âncora…Continuo a esperar que não tenha morrido em vão. Pouco antes, andava a fazer comícios na Liga Patriótica do Norte, procurando abanar os sonâmbulos que todos continuamos! Miguel de Unamuno, depois de viver intensamente a morte de Camilo Castelo Branco, numa carta a Manuel Laranjeira, qualificou-nos como “um país de suicidas”…Isto foi antes de logo passarmos a ser um país de regicidas, presidenticidas e primeiroministicidas, entre 1908 e a Noite Sangrenta…passando pela Leva da Morte onde um dos autores morais do regicídio também acabou a tiro…

Partido dos provedores Depois de longos comentários do provedor das agências de viagens, por acaso deputado do PS, vem agora o provedor do trabalho temporário, também do PS, isto é, do partido dos provedores, proclamar que o líder da oposição está contra os interesses nacionais, porque se ajoelha em Madrid… O apelo de Sampaio para os compromissos resultou em cheio!

Patriotorrecas A invocação patriotorreca a que certos sectores se dedicaram, incluindo os que me acusaram de antipatriótico por ser tão iberista quanto Antero, Torga, Pessoa ou até Saramago, é directamente proporcional ao europeísmo dos que ao primeiro tiro rasgaram logo a bandeira das doze estrelas, que, sem ser por acaso, era a do Padre António Vieira para o devido Quinto Império que subscrevo!

Pescada Resta saber se a teoria da pescada, quanto ao negócio maior ainda é susceptível de pesca, atendendo ao auto-desmantelamento da frota a que nos dedicámos com sucessivas implosões de navios e barcos destes últimos dias…

Polémica Vossa Senhoria está, sem dúvida acima das minhas lérias, das minhas botas e das minhas perdigotas, por isso vou continuar como sempre fui, renascentista, neopolítico e os raios todos que me continuam a partir. Mas reparo, mais uma vez, como só é possível o diálogo entre quem tem “loci” ou “topoi”…

PT Empresas de grande dimensão e até mesmo multinacionais, devemos ter ambição em criá-las, mas seguindo exemplo de Estados com a nossa dimensão: em parceria estratégica. Até com Espanha, se coincidirmos em interesses e salvaguardarmos a honra. 2010 não é 1640 nem 1383-1385. Aprendamos com holandeses, helvéticos e catalães. Tenhamos juízo!

Queiroz Queiroz ficou aliviado. Afinal só perdeu por um zero com o campeão do mundo…

Recandidatura Sampaio, de forma indirecta, ao dizer que ficaria surpreendido se Cavaco não se recandidatasse, veio assim confirmar que não se recandidatou porque nunca se recandidataria contra uma recandidatura de um actual presidente que institucionalmente respeita. Por outras palavras, Alegre e Nobre surgem por causa do não de Sampaio a uma recandidatura.

República A pedido da comissão comemorativa do centenário da tal coisa pública, como se antes não houvesse democracia nem república, a final do campeonato do mundo de futebol vai ser entre duas realezas que o voltaram a ser depois de terem experimentado a forma não monárquica de chefia do Estado…

Salazarentos Silva Pereira e Sócrates sobem a parada salazarenta. O chefe da secção nacional de um partido multinacional perde as estribeiras e já declara que quando o chefe de outra secção multinacional rival do mesmo europeísmo faz declarações em Madrid está a criticar a pátria no “estrangeiro”. Mário Soares deve recordar-se do que a PIDE lhe fez quando ele em Londres criticou Caetano…

SARL A melhor forma de defendermos os accionistas-cidadãos da “República Portuguesa SARL” está em transformá-la na “Portugal SA”. Onde se convoquem assembleias gerais apenas quando se instaurar a efectiva transparência e se possam demitir os negocistas de certa ditadura da incompetência…Sou radicalmente liberal e, por isso, defendo a integridade do Estado! Passar da SARL à SA significa instaurar a verdadeira responsabilidade política e impedir que esta se transforme na tal “responsabilidade limitada” onde a culpa costuma morrer sempre solteira…

Soberania Conjugo Portugal como observador do jogo dos Países Baixos contra o Estado espanhol. Os três, entre eles, entre cada um deles com cada um dos outros, já estivemos sob a mesma soberania, já tivemos, todos, guerras bilaterais e multilaterais, mas foi há séculos. Hoje temos o respeito pela memória e pelo sonho de futuro conjunto. Por isso, sou mais europeísta do que iberista…

Sondajocracia E lá vou meditando… de como a sondajocracia dos pretensos governos de opinião pode toldar a democracia…

Super-nação Uma das soluções para a crise era a do sonho indisciplinador de Agostinho da Silva: pedirmos a inclusão na república federativa do Brasil e criarmos em Olivença uma universidade comum. Nós que resistimos a Castela, em nome das Espanhas e de Portugal, devimos acirrar nossas plurais pertenças, lusófonas e ibéricas. Até essa foi a última mensagem de mestre Gilberto Freyre…Por outras palavras negociais, só depois de termos feito um compromisso com o Brasil, e com Angola, é que podemos concluir um acordo com Madrid. O capital não tem pátria, mas quem o instrumentaliza em nome do bem maior que é a política, tem que ter o sonho do Portugal universal e conjugar o abraço armilar!

Traidores à pátria O chefe é um homem pragmático. Leu um estudo de opinião onde se garante que a demagogia anti-espanhola dá votos e aplica imediatamente a receita. Não tarda que Barroso seja qualificado como Cristóvão de Moura…resta saber se a defenestração não pode voltar o feitiço contra o feiticeiro….

Triângulo estratégico Apenas digo que o criador do triângulo estratégico do “mare clausum”, o fundador do Rio de Janeiro e de São Paulo de Luanda, acabou por mandar para os infernos a respectiva boa intenção. Perdeu-se nos areais, desterrou D. Jerónimo Osório e, com tantas escolas de espiões, não foi informado da existência de huguenotes como conselheiros militares dos adversários marroquinos…
Tribunal europeu O poder judicial da cooperativa multinacional a que nos vinculámos já decidiu conforme a teoria da pescada, o que antes de o ser já o era. Era tão óbvio que qualquer porreiro-pá também o previu. Logo, racionalmente, meditando, tenho de concluir que o nosso máximo decisor apenas anda à procura de factos negociais para um compromisso…O Tribunal que vigia pelo cumprimento do dito Tratado de Lisboa condenou-nos por causa dessa invenção neoliberal dos anos oitenta, dita “golden share”. É tão engraçado ver os socialistas agarrados a essa cláusula “neolib” e “neocon”!… Eu que sou dos liberais sem néon, apenas chamo a atenção para a circunstância de, por tal coisa, terem sido accionados outros Estados europeus, mas dos grandões…

Vacas Loucas Sampaio diz que quando foi presidente teve crises igualmente graves, como a das vacas loucas. Agora, regista, em todo lado há paredes e que se dissesse alguma coisa, todos os holofotes da comunidade internacional o podiam tresler…

Vuvuzelas E lá se foram nossas vuvuzelas e aqueles comentadores que falavam na crise do futebol europeu. O campeão mundial vai ser da União Europeia. Torço pelas Províncias Unidas e desejo que a Espanha chegue à final…Viva a Rainha! Viva o Rei! E saudações ao Uruguai que teve deputados nas nossas Cortes Vintistas… memória da colónia do Sacramento e de D. João VI!

Jul 11

Queiroz ficou aliviado. Afinal só perdeu por um zero com o campeão do mundo…

Sua eminência, qual D. Quixote contra os mercados, defendeu o papel do Estado. Estado, qual Estado? Do velho Estado contra o Super-Estado europeu, no caso da “golden share” da PT, foi no primeiro parágrafo. Da governação económica do tal super-Estado com moeda única, isso foi no parágrafo seguinte. Porque quando os pé …

Quando os socialistas clamam contra os neoliberais, quase tentam invocar a ortodoxia liberal que não assumem, mas que os marcou…pena que a deriva neojacobina do verbalismo propagandístico retome certos fantasmas e rejeite parte da boa herança da I República e da monarquia constitucional!
Ouvindo estes programas de rádio sobre as comemorações da república, tenho de concluir que não é o regime frustrado que se comemora, mas o bom trabalho de recuperação da memória levado a cabo nos últimos anos pelas faculdades de ciência histórica… logo, cientificamente, todos concluem pela verdade: 1910-19126 foi mera continuação de 1820-1910…
Nem a República é a República nem o que foi inspirado por Newton é o naturalismo positivista da viragem do século XIX para o século XX. Seria o mesmo do que alguns dizem sobre o Vaticano, de ainda estar com Torquemada e de não ter aderido ao demoliberalismo a partir de 15 de Maio de 1891…
Gosto de ouvir o velho Tengarrinha-historiador…agora elogia José Estêvão e a oratória parlamentar… quando era “a própria pátria que fala”. Há pouco, homenageavam o Sampaio Bruno e o Cardeal Saraiva. Afonso Costa lá deu mais umas voltas na tumba…

E o programa termina com Bordallo a desenhar a esfera armilar…depois de terem recordado, com rigor, a efectiva censura que, depois de 1910 e antes de 1926, recaiu sobre o que designavam como jornais monárquicos…

Depois de ler a última crónica de Nicolau Santos no “Expresso” (ainda não está “on line”), apenas concluo que o fundamental nos negócios é a “inside information”. Por isso defendo que o Estado que resta não meta a pata na poça do intervencionismo e da ciência das relações, como foi a praticada por ex-ministros como Dias Loureiro ou Armando Varo, nem que tomem refeições privadas com Clinton…

Não me parece que o nosso actual estadão consiga navegar flexivelmente no mar encapelado dos negócios, sem que alguns dos respectivos agentes caiam nas tentações do negocismo…

A melhor forma de defendermos os accionistas-cidadãos da “República Portuguesa SARL” está em transformá-la na “Portugal SA”. Onde se convoquem assembleias gerais apenas quando se instaurar a efectiva transparência e se possam demitir os negocistas de certa ditadura da incompetência…Sou radicalmente liberal e, por isso, defendo a integridade do Estado!

Passar da SARL à SA significa instaurar a verdadeira responsabilidade política e impedir que esta se transforme na tal “responsabilidade limitada” onde a culpa costuma morrer sempre solteira…

Qualquer palerma sabe que o capital não tem pátria, mas sabe o que é perder e ganhar, porque não vive naquele pretenso capitalismo de Estado onde apenas se arrisca o dinheiro que é dos outros, com muitos discursos de justificação…

Miguel de Unamuno, depois de viver intensamente a morte de Camilo Castelo Branco, numa carta a Manuel Laranjeira, qualificou-nos como “um país de suicidas”…Isto foi antes de logo passarmos a ser um país de regicidas, presidenticidas e primeiroministicidas, entre 1908 e a Noite Sangrenta…passando pela Leva da Morte onde um dos autores morais do regicídio também acabou a tiro…

Antero foi um dos que acabou em suicídio. Em Ponta Delgada, sob o muro do Convento da Esperança, sob o bronze de uma âncora…Continuo a esperar que não tenha morrido em vão. Pouco antes, andava a fazer comícios na Liga Patriótica do Norte, procurando abanar os sonâmbulos que todos continuamos!

Interessa mais o jogo dos Países Baixos contra a Espanha do que passar os olhos por um comunicado ministerial contra um seu director-geral, nomeado por um anterior ministro do governo do mesmo partido, sob a mesma eminência, porque, neste negrume em que vivemos, todos os gatos são pardos mesmo que toquem piano e sejam canavilhas…

Afinal, quem ganhou a final foi Portugal. Em “rugby” de sete, lá para Moscovo, no campeonato europeu…A bola não é esférica, mas continua redonda. Parabéns aos sete!

Casillas obrigou ao prolongamento… E Krugman prevê uma expulsão e o consequente contágio… Estamos lixados e ainda por cima com amadorismos no departamento médico da selecção. Chamem o Mourinho!

Os laranjas estão subir nas sondagens dos avançados, mas os vermelhos, hoje pintados de preto, ainda podem ganhar o jogo no prolongamento… Cuidado, relvas!

Golo de “nuestros hermanos”… Uff!

O Iniesta é de Castela, mas joga no Barcelona desde os doze anos…Pedimos desculpa por esta interrupção, a independência da Catalunha segue dentro de momentos… Hoje até em Barcelona vai haver manif!

Queiroz ficou aliviado. Afinal só perdeu por um zero com o campeão do mundo…

Consta que o nosso primeiro está no aquário do polvo Paulo, cujos tentáculos acertaram em pleno… A lei portuguesa não permite que tal bichano possa ser nomeado assessor, nem com arroz malandrinho à mistura.

Jul 10

Portugalório em arrastadeira, uma receita para a decadência

Portugalório em arrastadeira, uma receita para a decadência. Pega-se num aposentado ou num reformado, com privilégios pela antecipada e põe-se com outros vegetais da mesma espécie molho de banho maria, fazendo-o regressar aos rapapés da velha chefia burocrática, dando-lhe o nome de avaliação…

O problema não está na avaliação, está no reaccionário que avalia, segundo o padrão da pesada herança que nos deixaram. Pior ainda quando dizem que a porcaria que fizeram se chama progresso e ciência. Anedótica é esta aliança que fazem com politiqueiros sistémicos e garotada conspirativa…

Já viram o que era o sistema político se ele fosse avaliado através de contrato com a Fundação Mário Soares? E se a comissão fosse presidida pelo Almeida Santos, com Mota Amaral, pelo Freitas do Amaral, pelo Casanova e pelo Major Tomé? Conheço sistemas avaliativos onde a média mental e etária ainda tem mais uma ou duas décadas de endogamia…

Ora aí está um potencial chefe de governo do presidencialismo do Bloco Central que foi vítima de enrascanços de tesouraria: o presidente da televisão pública escolhido por um governo PSD/CDS e que este governo pôs a gerir a defunta Junta Autónoma das Estradas…

O “Expresso” diz que Sócrates tentou imitar Soares com um governo PS/CDS. Teria sido em casa de Basílio Horta. Falhou e o “tango” foi segunda escolha…Por mim, prefiro que continue o Luís Amado.

Em muitos sectores onde deveria primar a criatividade e o sentido de risco, estamos dependentes de padrões esquizofrénicos de uma gerontocracia que nos continua a amarrar a algemas de uma autoclausura reprodutiva das chouriçadas e almoçaradas em “outsourcing”… Nem a Senhora de Fátima já nos pode valer nesta ditadura de corporações fora do tempo que vão do passado para o presente sem pilotagem de futuro!

Silva Pereira e Sócrates sobem a parada salazarenta. O chefe da secção nacional de um partido multinacional perde as estribeiras e já declara que quando o chefe de outra secção multinacional rival do mesmo europeísmo faz declarações em Madrid está a criticar a pátria no “estrangeiro”. Mário Soares deve recordar-se do que a PIDE lhe fez quando ele em Londres criticou Caetano…

O chefe é um homem pragmático. Leu um estudo de opinião onde se garante que a demagogia anti-espanhola dá votos e aplica imediatamente a receita. Não tarda que Barroso seja qualificado como Cristóvão de Moura…resta saber se a defenestração não pode voltar o feitiço contra o feiticeiro….

Porque nem os ocultistas conhecem Hermes, o chefe a que me refiro não é um “ele”, mas todos os que, tomando “posse” confundem o hábito com o monge…

Eu que, por criticar a palha sarkoziana do Tratado de Lisboa fui acusado de retrógado anti-europeísta, perante este espectáculo de xenofobia demagógica de um ministro de Estado e de um primeiro-ministro, clamo pela Europa e temo que não se volte ao velho esquema do ser crime discutir a pátria, reduzindo esta às palavras de um desses chefes transitórios da encruzilhada…

Seria interessante que Soares e Sampaio fossem interrogados sobre esta deriva discursiva do partido da Europa Connosco! Por isso vou reler Antero e as causas da decadência dos povos peninsulares…

Antero foi um dos que acabou em suicídio. Em Ponta Delgada, sob o muro do Convento da Esperança, sob o bronze de uma âncora…Continuo a esperar que não tenha morrido em vão. Pouco antes, andava a fazer comícios na Liga Patriótica do Norte, procurando abanar os sonâmbulos que todos continuamos!

E lá vou meditando… de como a sondajocracia dos pretensos governos de opinião pode toldar a democracia…

Uma das Espanhas que, por cá, há quem não queira ver, ouvir nem ler. Viva a liberdade nacional da Catalunha!

Unamuno bem anunciava a necessidade de portugalizarmos as Espanhas. É inevitável a coligação iberista das liberdades nacionais da nossa península. É este o meu iberismo. Como o de Antero, Pessoa, Torga e Saramago. Repito. Insisto. Convergir o que anda disperso. Dividir para unificar. Com a Europa como congregadora.

Jul 09

Há dois dias que ando pelos meandros capitaleiros

Há dois dias que ando pelos meandros capitaleiros. E basta duas ou três carregadelas na procura da informação, para ter que me calar sobre certos meandros. Só os revelaria se, por acaso, me tivesse expressamente equivocado nas minhas previsões. Apenas confirmo a intuição, agora passível de silogismo clássico…

Apenas digo que o criador do triângulo estratégico do “mare clausum”, o fundador do Rio de Janeiro e de São Paulo de Luanda, acabou por mandar para os infernos a respectiva boa intenção. Perdeu-se nos areais, desterrou D. Jerónimo Osório e, com tantas escolas de espiões, não foi informado da existência de huguenotes como conselheiros militares dos adversários marroquinos…

Por isso, conjugo Portugal como observador do jogo dos Países Baixos contra o Estado espanhol. Os três, entre eles, entre cada um deles com cada um dos outros, já estivemos sob a mesma soberania, já tivemos, todos, guerras bilaterais e multilaterais, mas foi há séculos. Hoje temos o respeito pela memória e pelo sonho de futuro conjunto. Por isso, sou mais europeísta do que iberista…

A revolta dos Países Baixos e o posterior 1 de Dezembro de 1640 transformaram as Províncias Unidas e Portugal nos iniciadores da autodeterminação contemporânea. Não foi contra Espanha, foi contra a usurpação da falsa monarquia universal que tentava construir a Europa pelo imperialismo. Demos-lhe sova e, desde então, somos aliados euro-atlânticos…

Prefiro o belo sonho de estarmos, hoje, juntos, Portugal, Países Baixos e Estado Espanhol. Mas torço para que vença a Catalunha. Apesar de uma das minhas máximas emoções patrióticas: a de ter sentido a fidelidade da Sinagoga Portuguesa de Amsterdão, talvez a única que Hitler teve que respeitar quando ocupou parte da Eu…