O morto-vivo deste sistema partidocrático e plutocrático, com os seus aparelhismos de controlo da política, da economia, da sociedade e dos indivíduos, bem como dos financiamentos da conquista do poder, parece estrebuchar, mas ainda tem suficiente energia para nos continuar a amarfanhar em podridão de pântano…
As raízes do patriotismo foram decepadas pela propaganda e pelo “agenda setting”, onde se elevam a protagonistas os meros activistas que transportavam a pasta para as velhas récitas de salão paroquial, com guiões comprados em saldos de naftalina.
Só a soberania da coragem pode dar uma resposta institucional a estas circunstâncias excepcionais. Não há um qualquer D.Sebastião orgânico que possa fazer um golpe de Estado constitucional. Apenas resta um acto de humildade: o Parlamento renunciar à ditadura sistémica da partidocracia…
Temo que as sereias do situacionismo nos atirem para a instabilidade de um centrão nauseabundo e conformista, onde, na falta de rei, um qualquer roque pode servir, para que continue o regabofe desta clausura sistémica e auto-reprodutiva…
E nem sequer nos serve que continuem a tecer a presente renda de bilros constitucional, especialmente a que nos impede uma solução democrática imediata, só porque estamos suspensos por uma eleição presidencial, num modelo que ameaça lançar-nos para o redemoinho de uma república impotente…
Sinel de Cordes, Teixeira dos Santos, Grande Empréstimo da SDN, Relatório da OCDE, é tudo forma de comemorarmos o 5 de Outubro. Portanto, haveria que relembrar os habituais fins de regime. Incluindo o da monarquia constitucional, a de um outro Carrilho. E no falhanço de Oliveira Martins como ministro da fazenda. Prefiro o gesto do boneco do republicano Bordalo: um belo manguito para o mexicano de ferro…