Mar 01

Nesta democracia de notáveis

Nesta democracia de notáveis em que nos vamos sportinguizando, apenas temos que reconhecer a desorientação que reina entre alguns segmentos da sociedade de corte capitaleira que, graças a agências de comunicação e claques, faz uma competição sobre o mais capaz de pedinchar à banca. Apesar da hiper-informação opinativa da futebolítica, quem manda é o circuito fechado da chamada engenharia financeira.

Pobre pátria, que já não espera por D. Sebastião, mas pelos sinais de fumo que sejam emitidos depois de uma reunião entre o nosso chefe do governo e a liderança em figura humana da potência hegemónica desta regressada hierarquia das potências…

Uma bela imagem de quem efectivamente estamos, em termos de selecção dos seleccionadores. Mais um dos espelhos da nação, sobretudo nos passos perdidos que nos enredam. Que este sinal dos tempos não seja mais um retrato prospectivo do que podem ser os líderes políticos, donde ele veio, até como governador civil antes de ser deputado, mas sempre nos dois lados do bloco central.

Um antigo ministro de Santana Lopes tem a frase do dia: “se o governo não muda, é do interesse nacional mudarmos o governo”. Concordo. Desde que também se mude a forma como costumamos fingir mudar. Logo, também deve mudar a própria oposição. Para que ela, feita governo, não volte a cair de pôdre, pelo mais do mesmo do rotativismo.