Eleições no PS, eleições no Sporting ou de como o que se passa em baixo pode prenunciar o que vai passar em cima, onde a hiper-informação, os grandes eleitores, as agências de comunicação e o sonhar é fácil dos pudins instantâneos das promessas por cumprir pode gerar incidentes de descrença num sistema onde não há “fair” e onde o libertino se confunde com o livre
A agenda não escondida do situacionismo, sem ideias vagas e com toda a responsabilidade política, num país rendido ao aparelho de poder que a si mesmo se decreta como o monopólio do interesse de Portugal. Quem paga, come e cala, como é costume.
A oposição é que tem ideias vagas e irresponsabilidade política. Neste simples diploma que não é barafunda nem cambalhota, criamos uma verdadeira trincheira na Europa contra a invasão do FMI, por acaso dirigido por um camarada da Internacional Socialista, porque o PS nunca governou com o FMI (antes de agora não havia um verdadeiro PS…)
Se o nosso Primeiro-Ministro fez um ajuste directo com a pretensa chefe da Europa, é natural que os chamados concursos públicos entrem no “simplex” de um mais amplo ajuste directo, sobretudo quando um governo de gestão se transformou no principal palanque da campanha eleitoral, com diários tempos de antena de sucessivos ministros do pretenso partido-Estado! As clientelas aplaudem!
No Sporting, se vigorasse o regime “one man, one vote”, este presidente não tinha sido eleito. O sistema censitário e gerontocrático, ao condicionar o sufrágio directo e universal tem equivalente, na corrida eleitoral geral da nação. Há muitas pressões no controlo da informação, na mentira e no financiamento das campanhas que deveriam ter, desde já, observadores eleitorais, para eleições “fair and free”!
Espero não dizer como Alexandre Herculano em 1843: “sofismam-se quase todas as leis salutares…aumenta-se a rede do funcionalismo estéril…não se faz uma só lei que não seja para interesse particular…o centro da agiotagem devora tudo…política de ineptos Machiaveis, de Talleyrands rançosos e caducos…um governo de cenventículos, …uma associação nauseabunda de estéreis ambições”.
Continuo a dizer como Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, morto em combate na Patuleia: “o princípio único de toda a Política é a Moral. Finanças, interesses materiais, formas de Governo, tudo é adventício, tudo é subordinado a esse princípio único” (1843)
Não quero reconhecer como João de Lemos em 1844: “o dinheiro é sempre uma alavanca poderosa em toda a parte, mas num país empobrecido o dinheiro é tudo”.
Não quero “eleições sem eleição. Eleições verdadeiramente fabricadas nas trevas e para as trevas. Comédia, que seria para rir, se não fosse para chorar” (António Feliciano de Castilho em 1847). Convém evitarmos a tentação cabralista!
Sondagem da Intercampus/TVI anuncia fim do interregno e aponta para a necessidade de concertação, até agora liderada pelo PSD, a dez pontos do PS. Por outras palavras, PS ainda pode chegar ao poder, mantendo-se em coligação, desde que se livre de quem o lidera agora…todos os marechais o pensam e têm de fazer o teatro do fingimento, embora as clientelas o comecem a perceber.
Apesar do apoio de Sócrates, a senhora Merkel parece ter perdido mais umas eleições. O PS português parece que ainda não mandou adequadas saudações ao SPD…prefere zurzir no PSD.
Como a população da Islândia quase cabia toda nas casas não habitadas existentes só no concelho de Lisboa, poderíamos fazer um adequado negócio: mandávamos para lá quem nos desactiva e importávamos a totalidade desse activismo, só para reformarmos de alto abaixo quem proíbe, condiciona a lusitana antiga liberdade. Seis meses depois, poderiam regressar com novas regras. Os islandeses poderiam permanecer.
Brasileiros começam a divulgar o plágio que o “Financial Times” fez de uma proposta séria de mestre Agostinho da Silva. Ele não propunha a anexação, mas antes o nosso pedido de adesão à federação brasileira. Mas há uma alternativa: devíamos ter mudado de nome depois do grito do Ipiranga. Porque há mais tugas no lado de baixo do equador: são os “portugueses à solta” (Manuel Bandeira)
Queria saudar o acaso divino que que nos permitiu a vista de Lula e de Dilma, nesta semana de começo do fim do interregno. Secundando as propostas dos derrotados do Sporting, proponho que Lula fique cá por mais um ano, para nos treinar na saída da crise! Pode mobilizar Queiroz do puxa-saco para substituir o Laurentino, no controlo do “dopping” global que nos afectou.