Mai 09

Nem o silêncio de Deus já é possível

As sucessivas mudanças de sinal na programação emitida pelos partidos da toika confirma a coisa mais evidente desta encruzilhada: andam todos de cabeça perdida que cada cabeça sua sentença… “Não será fácil mudarmos hábitos instalados”, diz a última mensagem facebookeira do “inspirador”.

Mais um festival de catroguismo na TSF, ou ilusão de derrube do socratismo pelo neocavaquismo de um respeitável aposentado que retrata o país através do Blackberry da sua mansão da Lapa e recorda velhas viagens pela agricultura através das suas antigas funções adubeiras…

Eduardo Lourenço vem dizer-nos aquilo que a euforia enganadora dos campanheiros esconde. Nem o silêncio de Deus já é possível.

Mai 09

Sócrates contra Portas. O debate e o empate

Segundo jogo das meias finais da taça da nossa agonia. Entre o senhor candidato e o comprador de submarinos: “o senhor comprou-os, quem os pagou fui eu”. O mesmo que disse: “o país ficou pior, com o acordo, mas eu dei o meu melhor”. Infantilismos que reduziram Judite a nova apresentadora do programa da Júlia sobre os gordos e as sombras.

 

Um está na estratosfera e o outro inventou uma nova unidade de conta, o submarino que é vinte vezes inferior ao TGV. Para os dois, não há factos, mas apenas manipulações, de toma lá papel.

 

Sócrates insistiu na narrativa, mas aceitou ser “incompetente”, para poder chamar ao outro “ausente”, face a um terceiro “inconsistente”. Até disse que essa de não governar com o FMI era para não aceitar uma derrota. Isto é, aceitou a derrota.

 

“A história não começou há seis semanas, começou há seis anos”. E outro: “quarenta dias depois do bota-abaixo, o senhor deputado ainda não tem programa”.

 

Portas enredou-se nas medidas, entre famílias, recibos verdes e PMEs. Sócrates repetiu o tom do debate de 2009. Em argumento que ganhou não se mexe. O país e a gestão de percepção é que podem ter mudado. Depende do voto.

 

Os dois empataram. Por outras palavras, vão tentar guardar os golos para os jogos com Passos Coelho. Quem desceu de divisão fomos nós todos.