Vou ouvindo a reunião comissão permanente do parlamento. A velha guarda do PCP, que nos habituou a linguagem bíblica, assume agora expressões catrogueiras e neovicentinas, tipo “fartar vilanagem”…
Relembro o desfile de hoje dos candidatos a chefes do partido da troika, junto da selecta audiência do Sheraton, mobilizada pelo Diário Económico. O previsível do politiquês adocicado. Não sei porquê, apeteceu-me fazer uma sondagem junto de tal mobilização, procurando saber quantos recordavam os nomes dos chefes dos partidos e dos últimos governos da monarquia liberal e da primeira república…
Há uma incrível semelhança psicológica entre Sócrates, Teixeira de Sousa e António Maria da Silva. Todos teimam em criar realidades paralelas. Mas Sócrates supera-os, embora não chegue aos calcanhares de João Franco. Até Mário Soares se assemelha a José Luciano. Há comparativismos psicológicos inadiáveis. Mas quem acaba por vencer são os credores internacionais…
Ao prefaciar a obra de Jorge Sá, de há anos, disse “A abstenção pode significar uma atitude de superior desprezo, em protesto contra a usurpação da democracia… quem cala (eleitoralmente) tanto pode consentir como nada dizer… Depois das doenças da apatia e da indiferença, estamos em azedume e teme-se a explosão, que bem pode vestir-se de rebelião das massas.”
Ouvindo e vendo o debate dos chamados pequenos partidos. A qualidade da maioria dos intervenientes demonstra como os cinco grandes se empobreceram. Há poucos números dois dos dominantes com o nível destes pequenos-grandes, como o MEP, o PAN, o MPT, o PPM e o próprio PCTP. Obrigado, pequenos-grandes por esta demonstração, mesmo com o incómodo do palhaço.