Jun 03

Farpas

Cavaco corre o risco de não perder as eleições de domingo…os resultados das presidenciais podem repetir-se. Pena, terem demorado tanto tempo a realizar-se.

Se o PS sair do governo, um qualquer líder pode dizer, com toda a justiça que o partido não assinou nenhum acordo com a troika. Partidos troikados foram só o PSD e o CDS. Porque o governo de Portugal não é nem era o PS. Não é problema de forma. É de fundo. Era a mesma coisa que dizermos que Cavaco representa o PSD, o CDS e o MEP.

Não tarda que o PS teorize a tralha socrática…

Ontem, depois dos telejornais, foi patético demais aquele debate onde o MEP aparecia ao mesmo tempo em quatro televisões, no deferimento de um diferido com que cumpriram uma providência cautelar. Resta saber se vai haver outra para a nulidade das eleições ou para a inconstitucionalidade do acordo da troika…

Belmiro deve ter mais peso do que Basílio e Manel Pinho juntos, mas nenhum deles é minimamente povo.

O largo espaço que vai das empresas de regime às escolas de regime, depois de afogar os socialistas, prepara-se para liquidar as esperanças de Passos, através das velhas técnicas do congreganismo dos carreiristas cobardes que, há muito, investiram nos próximos ministeriáveis e nas viúvas do costume, com seus discursos de rapina resiliente…

Até no carreirismo universitário isso é frequente nos transportadores de pasta do profe… visando garantir o sindicato das citações mútuas que nos leva a atrasos seculares, filhos da inquisição, da censura e das modaas que passam de moda

O situacionismo é mera consequência do arquipélago corrupto de sub-situacionismos que nos vão sufocando em rede, a dos comadres e compadres que abocanharam a mesa do orçamento num fartar vilanagem de “outsourcing”, consultadoria e falta de vergonha, através de uma ampla coligação de padrinhos que vai do salazarismo aos arrependidos da extrema-esquerda, com PSD e PS no núcleo distribuidor das prebendas…

O que estará em cima é o que já está em baixo, nas quintarolas sub-estatais do regabofe. Ainda ontem, lia discurso de um destruidor institucional, até há pouco ministeriável, onde, sentado no poder, invocava o regresso ao modelo so situacionismo anterior. Exactamente aquele que o dito da dita carreirística espatifou. Está à espera que o subchefe compadre vá mesmo a ministro.

Se, pessoalmente, continuo sem saber onde votar, reparo como o vento mudou e a corrente dominante até arrasta o próprio Sócrates para subliminares discursos onde abundam formas verbais só em pretérito. Por outras palavras, até Sócrates já é pós-socrático, sem que o PSD se torne pós-cavaquista, devido à sombra mediática de Portas…

Tempos de antena: quem os viu e quem os vê

O tvi24.pt percorreu os filmes dos partidos e percebeu tendências entre o melhor e o pior: da esquerda caviar bloquista à força das imagens iconográficas do CDS

 

PorSérgio Pereira2011-06-01 20:06

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Os tempos de antena já não são o que foram: é impossível esquecer a época em que a falta de opções obrigava famílias inteiras a acompanhar quatro ou cinco minutos de mensagens propagandísticas na televisão estatal. O cabo e os canais informativos centraram a mensagem nos comícios, nas arruadas e nos discursos com tempo de antena, sim, mas nos noticiários.

 

Os tempos de antena verdadeiros, os que são obrigatórios por lei, sobrevivem com esforço. Por vezes até acompanham a mudança. Um olhar sobre todos eles destaca por exemplo a sofisticação dos tempos de antena do CDS. «São tempos de antena muito profissionais», diz José Adelino Maltez ao tvi24.pt. «Têm uma imagem forte, cuidada, que transporta uma mensagem forte.»

 

No caso do CDS a mensagem assenta numa ideia simples: «Este é o momento». O que surge embrulhado numa representação sóbria, mas animadora: entre cores moderadas e o sorriso. «Paulo Portas dizia há uns temos que os jornalistas são preguiçosos, tem de se lhe dar a papinha toda numa folha e de preferência no primeiro parágrafo. Os tempos de antena do CDS são sobretudo isso.»

 

 

 

Mais à esquerda, no partido do governo, não há mais sucessos dos Vangelis, é verdade, mas continua a haver música de orquestra. A imagem iconográfica é moderada, sobre tons claros. «E o veículo de passagem da mensagem central de um partido muito centrado em si», atira o politólogo. «O PS tem menos apoio autárquico do que o PSD. Por isso passa uma mensagem centralizada.»

 

 

 

Ao contrário do PSD, está bom de ver. Os tempos de antena social-democratas dividem-se em quatro episódios semelhantes: têm músicas alegres, cores fortes, antigos líderes do partido, palavras como «esperança», «mudar» e sobretudo uma mensagem centrada em Passos Coelho. «Os tempos de antena de PS e PSD são o reflexo de um partido que é governo e outro que quer ser.»

 

«O PSD é um partido federalista, muito assente nas autarquias e nas forças distritais. Para o PS, infelizmente, nem todo o país é Matosinhos: a força que tem nas autarquias depende muito de um ou outro nome forte. Por isso o PSD passa uma mensagem alegre, de congregação à volta do líder. Apela à união dos focos distritais como base da vitória e passa uma mensagem de mudança.»

 

 

 

A viagem pela criatividade faz passagem obrigatória nas mensagens do Bloco Esquerda. São vários filmes e passam por duas rubricas: Retratos da Geração à Rasca e o Bê-á-Bá da Renegociação. Todos eles têm uma imagem cuidada, por detrás de uma história de sensibilidade, sentimento e alguma saudade. «É um mainstream entre Deolinda e Homens da Luta», diz José Adelino Maltez.

 

O politólogo adianta que os tempos de antena reflectem «a esquerda caviar». A esquerda dos catedráticos e dos artistas. «Louçã é o único candidato a primeiro-ministro que ainda é catedrático», refere. Os tempos de antena reflectem essa forma de estar. Defendem as ideias de esquerda, mas embrulham tudo na melhor qualidade de som, imagem ou criatividade.

 

Em contrapartida os tempos de antena da CDU raramente mudam. Reflectem a mesma imagem, assente nos mesmos ideais e no mesmo discurso. Durante décadas. «Podiam ser a preto e branco que ninguém reparava na diferença», garante. «Acho que não é preciso dizer mais nada.» Só uma coisa, talvez: os tempos de antena dizem também eles cada vez menos.

Jun 03

Farpas pré-eleitorais

Se, pessoalmente, continuo sem saber onde votar, reparo como o vento mudou e a corrente dominante até arrasta o próprio Sócrates para subliminares discursos onde abundam formas verbais só em pretérito. Por outras palavras, até Sócrates já é pós-socrático, sem que o PSD se torne pós-cavaquista, devido à sombra mediática de Portas…

O que estará em cima é o que já está em baixo, nas quintarolas sub-estatais do regabofe. Ainda ontem, lia discurso de um destruidor institucional, até há pouco ministeriável, onde, sentado no poder, invocava o regresso ao modelo so situacionismo anterior. Exactamente aquele que o dito da dita carreirística espatifou. Está à espera que o subchefe compadre vá mesmo a ministro.

O situacionismo é mera consequência do arquipélago corrupto de sub-situacionismos que nos vão sufocando em rede, a dos comadres e compadres que abocanharam a mesa do orçamento num fartar vilanagem de “outsourcing”, consultadoria e falta de vergonha, através de uma ampla coligação de padrinhos que vai do salazarismo aos arrependidos da extrema-esquerda, com PSD e PS no núcleo distribuidor das prebendas…

O largo espaço que vai das empresas de regime às escolas de regime, depois de afogar os socialistas, prepara-se para liquidar as esperanças de Passos, através das velhas técnicas do congreganismo dos carreiristas cobardes que, há muito, investiram nos próximos ministeriáveis e nas viúvas do costume, com seus discursos de rapina resiliente…

Cavaco corre o risco de não perder as eleições de domingo…os resultados das presidenciais podem repetir-se. Pena, terem demorado tanto tempo a realizar-se.

As frases que comentam as sondagens já estão todas as escritas. Só falta uma coisa, a votação. Os programas eleitorais já foram todos escritos. Só faltam uma coisa, troiká-los…

 

Jun 03

O dia da reflexão

Dito à bruta: as sondagens não conseguem acertar na abstenção. Mesmo que em dez portugueses, dois não sejam urneiros, poderemos dizer que o nosso problema político está nisto: há um dedo para o CDS, um para o PCP, um para o Bloco, dois para o PS e dois para o PSD. O dedo que falta é o decisivo, costuma passar do PSD para o PS e do PS para o PSD.

 

Dos nossos dez dedos, talvez só quatro é que trabalhem e um está desempregado, mas seis estão dependentes do aparelho de Estado. Infelizmente, os três a quatro dedos da emigração activa, praticamente, nenhum vota. Isto é, estamos deprendentes dos dependentes do ministerialismo.

 

A democracia não pode ser um jogo de soma zero, mas um jogo mobilizador, de soma variável. Logo, como quase todas as maiorias aritméticas parlamentares são socialmente minoritárias, só como lideranças regeneradoras e congregadoras pode haver governos efectivamente nacionais. Tenho esperança.

 

Não me apetece um governo desta direita, nem um governo desta esquerda. Serão sempre de esquerda com temperamento de direita, ou vice-versa. Prefiro um governo do centro excêntrico, contra o centrão mole e difuso que nos fez tornar indiferentes e permitiu a corrupção.

 

Odeio a cobardia das modas que passam de moda e estão sempre disponíveis para a saudação subserviente face ao vencedor. Porque só é novo aquilo que se esqueceu. E só há o verdadeiro fora do tempo. Mesmo que, normalmente, tenha razão antes do tempo.

 

Há, de certeza, homens de bem na meritocracia de Portugal que vão fazer pontes e talvez haja efectivas promessas de cooperação entre as principais forças políticas. Nem que seja um acordo sobre o que estão em desacordo, com cláusulas condicionais de cooperação. Foi assim que Soares e Mota Pinto nos governaram com Ernâni Lopes. A fórmula não vai repetir-se, mas pode inspirar

 

No preciso momento em que começa o dia de reflexão, estarei a votar com saudades de futuro.

Jun 03

Na véspera das eleições

Cavaco corre o risco de não perder as eleições de domingo…os resultados das presidenciais podem repetir-se. Pena, terem demorado tanto tempo a realizar-se.

 

Se o PS sair do governo, um qualquer líder pode dizer, com toda a justiça que o partido não assinou nenhum acordo com a troika. Partidos troikados foram só o PSD e o CDS. Porque o governo de Portugal não é nem era o PS. Não é problema de forma. É de fundo. Era a mesma coisa que dizermos que Cavaco representa o PSD, o CDS e o MEP.

 

Não tarda que o PS teorize a tralha socrática…

 

Ontem, depois dos telejornais, foi patético demais aquele debate onde o MEP aparecia ao mesmo tempo em quatro televisões, no deferimento de um diferido com que cumpriram uma providência cautelar. Resta saber se vai haver outra para a nulidade das eleições ou para a inconstitucionalidade do acordo da troika…

 

Belmiro deve ter mais peso do que Basílio e Manel Pinho juntos, mas nenhum deles é minimamente povo.

 

O largo espaço que vai das empresas de regime às escolas de regime, depois de afogar os socialistas, prepara-se para liquidar as esperanças de Passos, através das velhas técnicas do congreganismo dos carreiristas cobardes que, há muito, investiram nos próximos ministeriáveis e nas viúvas do costume, com seus discursos de rapina resiliente…

 

Até no carreirismo universitário isso é frequente nos transportadores de pasta do profe… visando garantir o sindicato das citações mútuas que nos leva a atrasos seculares, filhos da inquisição, da censura e das modaas que passam de moda

 

O situacionismo é mera consequência do arquipélago corrupto de sub-situacionismos que nos vão sufocando em rede, a dos comadres e compadres que abocanharam a mesa do orçamento num fartar vilanagem de “outsourcing”, consultadoria e falta de vergonha, através de uma ampla coligação de padrinhos que vai do salazarismo aos arrependidos da extrema-esquerda, com PSD e PS no núcleo distribuidor das prebendas…

 

O que estará em cima é o que já está em baixo, nas quintarolas sub-estatais do regabofe. Ainda ontem, lia discurso de um destruidor institucional, até há pouco ministeriável, onde, sentado no poder, invocava o regresso ao modelo so situacionismo anterior. Exactamente aquele que o dito da dita carreirística espatifou. Está à espera que o subchefe compadre vá mesmo a ministro.

 

Se, pessoalmente, continuo sem saber onde votar, reparo como o vento mudou e a corrente dominante até arrasta o próprio Sócrates para subliminares discursos onde abundam formas verbais só em pretérito. Por outras palavras, até Sócrates já é pós-socrático, sem que o PSD se torne pós-cavaquista, devido à sombra mediática de Portas…