O estado a que chegámos é, ao mesmo tempo, pequeno demais e grande demais. Pequeno demais para os nossos grandes problemas. Grande demais para os pequenos problemas do quotidiano, quando os poderosos, fracos perante os grandes, se vingam nos pequeninos. Apenas estou a glosar Daniel Bell e a rir-me do espectáculo e da retórica do estadão.
Daily Archives: 29 de Junho de 2011
Dos liberalizadores de fachada
Bastava uma dúzia de decretos à Mouzinho da Silveira para refundar o Estado onde ele faz falta e extingui-lo no que ele é inútil. E somando reforço com abolição, a conta seria bem menos mesada. Por outras palavras, não chega liberalizar, impõe-se a libertação. Até dos chamados liberalizadores de fachada.
Programa de governo
Acabei de ler o programa de governo. Um espaço de transacção entre as ideias pessoais de alguns ministros e a falta de ideias consolidadas dos dois partidos da coligação. Nalguns casos, tornam-se impenetráveis as cláusulas gerais e os conceitos indeterminados. E metade do texto poderia ser subscrito pelos anteriores governantes socráticos.
Das forças da inércia
Faltam ideias claras de reformismo, sendo marcante a cedência ao politicamente correcto da velha pilotagem automática, dando esperança às forças da inércia, numa confusão de estilos que revela sincretismo de fichas e certas banalidades discursivas. Será um texto devorável pelo contexto e onde o estilo dos ministeriáveis e a ditadura das circunstâncias acabará por ser predominante.
Julgue-o quem não puder experimentá-lo
Quando eu era um miúdo, cheguei a ser especialista em programas de governo, nomeadamente nos presidenciais. Sei como se fazem essas coisas com assessores e adjuntos, como eu fui. Foi e é um erro, esse de programar discursos antes de fazer coisas. Porque, como dizia Camões, vale mais experimentá-lo que julgá-lo, mas que o julgue quem não pode experimentá-lo.
Conservadores do que está
Gostaria mesmo de não ter razão neste meu desassossego com os pés no chão, mas não me conformo com os conservadores do que está. E que estarão. Prefiro seguir meu signo de pensar ser dizer não, principalmente depois de ler a confirmação do rotativismo.
Das forças da inércia
Faltam ideias claras de reformismo, sendo marcante a cedência ao politicamente correcto da velha pilotagem automática, dando esperança às forças da inércia, numa confusão de estilos que revela sincretismo de fichas e certas banalidades discursivas. Será um texto devorável pelo contexto e onde o estilo dos ministeriáveis e a ditadura das circunstâncias acabará por ser predominante.
Julgue-o quem não puder experimentá-lo
Quando eu era um miúdo, cheguei a ser especialista em programas de governo, nomeadamente nos presidenciais. Sei como se fazem essas coisas com assessores e adjuntos, como eu fui. Foi e é um erro, esse de programar discursos antes de fazer coisas. Porque, como dizia Camões, vale mais experimentá-lo que julgá-lo, mas que o julgue quem não pode experimentá-lo.
Conservadores do que está
Gostaria mesmo de não ter razão neste meu desassossego com os pés no chão, mas não me conformo com os conservadores do que está. E que estarão. Prefiro seguir meu signo de pensar ser dizer não, principalmente depois de ler a confirmação do rotativismo.