Jul 31

Farpa

Começam a dizer os despachos noticiosos que republicanos e democratas já chegaram a acordo. Recordo o que ontem disse à Lusa: há uma “grande pluralidade contratual” dos senadores e representantes com o seu eleitorado: “O poder nos Estados Unidos é, de facto, contratual. Mesmo um senador ou um representante tem o seu contrato e ai dele se não o cumpre. Não é tanto de carneirada, como são os partidos de Portugal”

Jul 30

Conspiração de avós e netos

Releio os primeiros dias da liberdade, a seguir a 24 de Agosto de 1820, entre martinhadas e contra-martinhadas, e, sobretudo, com o partido dos becas contra o partido da tropa, tal como noutras ocasiões onde a sacristia enfrentava a cavalariça. Em 1820, o mais radicais de esquerda acabaram miguelistas, poucos anos volvidos. Agora, apenas cavalgaduras que se dizem sacristas e os sincréticos do costume, aproveitando.

 

É no que dá a conspiração de avós e netos. O bisavô apenas repete as pagelas da tradução em calão. Nem sequer repara que, há muitos anos, os originais estão “on line”.

Jul 30

Farpas

Eis a crise: “Há um aumento considerável de animais a serem entregues e a serem abandonados..”. Alguns são atirados, de noite, por cima de muro. Daí a explosão de animais errantes.

Uns dizem razia. Outros, fundir. Vale mais o velho “pare, escute e olhe” antes do atravessamento. Uma casca de banana pode levar a que a composição descarrile. Sobretudo em tempo de fogos estivais. O velho duche, para cabeça fria e uma aspirina evitarão o recurso ao antibiótico para esta clara infecção viral.

Jul 29

Farpas

Estou vendo o que previ, no JN, como sendo “o primeiro debate entre dois gajos porreiros, dois jotas formados no regime da conversa democrática. Prevejo ‘passos seguros’, no sentido da dialéctica da palavra, sem pulsões temperamentais”.

Uma regra da experimentação, bem antiga: nas campanhas negras, depois dos golpes podem suceder-se os contragolpes.

Uma bela metáfora sobre esqueletos…na chaminé e que bem poderá acontecer a outros que assaltam por cima: Um homem ficou preso na chaminé de um banco, no estado do Louisiana, que tentou assaltar há 27 anos. O corpo foi encontrado agora quando o edifício entrou em obras. O esqueleto foi identificado como sendo de um jovem de 22 anos que estava dado como desaparecido e já tinha cadastro na altura do assalto.

 

É o que se chama falta de adequados serviços de informação… os da família do esqueletado. Estava a borrifar-se para o gajo… O que será quando fizerem obras em certos sítios que cá sei. Por isso é que há muita fumarada.

Se todos puxarem para baixo, fica tudo rasca. O pior dos défice é o da educação cívica. O processo de niilismo em curso que certa politiqueirice tem fomentado está a criar um ambiente susceptível de ser manipulado por um inesperado populismo que dois ou três controladores podem acelerar. Puxem para cima, por favor! Quem com ferro da demagogia mata, com o mesmo ferro pode morrer.

Jul 29

Farpas

Não há mister audácia, nem inteligência, nem ciência – audácia porque o adversário não responde. Inteligência, porque o adversário não corrige. Ciência porque os únicos que podem corrigir estão sob um sigilo que lhes inibem a correcção.

E glosando Pope, assinala: os parvos entram onde os anjos temem entrar.

 

O segredo das democracias exige boas oposições para melhores governos. Só que, os adversários têm um lugar comum no diálogo, até para acordarem no que estão em desacordo. E não são acordos de governo nem acordos parlamentares, ou folclóricos acordos de regime. São coisas não escritas chamadas consenso nacional. Foi assim que refundámos a democracia. Os velhos pais-fundadores sabem.

Há uma saída facílima, um acordo entre Passos e Seguro, confirmando que eles não são meros feitores das forças vivas. Um acordo não escrito, evidentemente, mas sagrado, de palavra de honra, renunciando aos habituais métodos do clientelismo e da compra do poder. Eles sabem melhor do que nós. Até confio que queiram. Livrem-se dos intermediários! Retomem o primado da política.

A velha herança da hipocrisia é que permite as sucessivas faltas de autenticidade dos poderes estabelecidos. Preferimos estórias de teorias da conspiração e genealogias de notáveis, mas somos incapazes de identificação dos grupos de interesse e dos grupos de pressão. Dos que têm mais poderes que o próprio poder, mas que fogem sempre com o rabo à seringa nominativa, sobretudo para quem precisa de protecção.

A velha técnica do sofisma persiste no estadualismo sem dor. De meia dúzia dos nomeados, uns atacam os mais competentes e o nomeador apenas defende os mais competentes, nada dizendo da nebulosa dos escritórios de advogados ou dos que continuam a suprema missão da presidências das assembleias gerais e dos conselhos fiscais. Passam ambos ao lado, entre o contrismo e o clientelismo.

No debate parlamentar, estão a pôr muita água na fervura dos picaretas falantes. Devem saber muito bem o que amanhã serão as parangonas.

Estou vendo o que previ, no JN, como sendo “o primeiro debate entre dois gajos porreiros, dois jotas formados no regime da conversa democrática. Prevejo ‘passos seguros’, no sentido da dialéctica da palavra, sem pulsões temperamentais“.

Uma regra da experimentação, bem antiga: nas campanhas negras, depois dos golpes podem suceder-se os contragolpes.

Quem viveu o PREC, sabe perfeitamente que, em Portugal, quem desencadeou os golpes foi sempre derrotado pelos contragolpes da coligação negativa. Até na grande política europeia da história contemporânea.

Espero que o Primeiro-Ministro de Portugal tenha a autoridade democrática de vencer as corporações, as facções e as forças vivas à solta. Por acaso, até confio.

Espero que o Parlamento e as oposições compreendam o momento. E que todos nos defendam desta profunda brecha institucional e que a liberdade de imprensa e pensamento saiam incólumes.

Conclusão: que pena não haver mesmo jornalismo de investigação há muitos anos. Sempre foi melhor prevenir que remediar.

Se todos puxarem para baixo, fica tudo rasca. O pior dos défice é o da educação cívica. O processo de niilismo em curso que certa politiqueirice tem fomentado está a criar um ambiente susceptível de ser manipulado por um inesperado populismo que dois ou três controladores podem acelerar. Puxem para cima, por favor! Quem com ferro da demagogia mata, com o mesmo ferro pode morrer.

Acabo de ouvir na SICN três antigos altos dirigentes do PSD, do PS e do CDS, abordando de forma bem informada a questão das fugas de informação que põem em dúvida os nossos serviços de informação. Todos confirmaram que a dúvida já pertence ao pretérito, remoto e menos remoto. O ponto de não regresso já não admite pensos rápidos e já não chegam intervenções aparentemente cirúrgicas.

O principal do Estado, aqui e agora, é ser feitor da Troika. Ah! Ah!

O Estado, desde que Maquiavel inventou o nome, sempre esteve de acordo com a etimologia: uma forma substantivada (estado) derivada de um verbo (stare). Quando se tentar captar a coisa, ela foge-lhes por entre os dedos analíticos goza quem nem uma perdida

O melhor Estado do mundo ocidental, isto é, aquele que até pode ser império com o “free trade”, teve sempre uma pequena vantagem: nunca teve o conceito de Estado. Por cá, no manual de OPAN, ele sempre foi “a nação politicamente organizada”. Isto é, música celestial para o tradicional conto do vigário.

Não há governo do nosso último quarto de século que não tenha proclamado reduzir o Estado. Na prática, o aparelho deglutiu e discurso e cresceu até à custa de tal discurso. Seria conveniente notar que o Estado é um problema que só se resolve quando se tiver uma ideia dos Estados dentre do Estado e além do próprio Estado. Ele não é uma coisa, é uma relação e, consequentemente, uma ralação…

Dos piores gestores e dirigentes da administração pública que eu conheci, e conheço, estão alguns dos mais encartados reformadores das engenharias das pretensas reformas da coisa e que nisso vão mantendo emprego em regime de cogumelos venenosos. Os mais fracassados são os idiotas úteis que acreditam neles e os chamam para as engenhocas legiferantes.

Li a entrevista de Jorge Silva Carvalho ao DN. Li a resposta de Ricardo Costa à Lusa. É fácil de concluir que há aquilo que em estratégia se qualifica como “ponto de não regresso“. Prefiro a interpretação que o grande poeta António Manuel Couto Viana deu ao mote kaulzista do tema. Vai ser um jogo bem duro.

 

 

Jul 28

Quando se inventa um inimigo obsessivo num ponto de não regresso

Quando se inventa um inimigo obsessivo é costume que a interacção reproduza os próprios traços fundamentais do outro no próprio eu. O manifesto de Breivik poderia ser de Bin Laden, um pouco à imagem e semelhança da fantasia de Hitler sobre o Estado Judaico e que ele tanto temia como admirava. Os irmãos inimigos são sempre iguais, especialmente quando, com dolo eventual, se reduzem os assassinados a danos colaterais.

Fiquem sabendo que vozes de blogue ou de FB não chegam ao céu! Apenas servem para que o bloggers sejam nomeados assessores de controlo das redes. Foi assim com o regime da contra-informação de Sócrates. Espero que não seja assim com Passos. Bloggers já há, felizmente ainda não apareceu a palha de abrantes. Convém não nos resignarmos, para citar o presidente Cavaco, antes da reeleição.”

Surgiu aqui no Facebook um grupo exigindo a publicação das nomeações no Portal do Governo. E lá fui ao dito. Já estão as dos chefes de gabinete. As de adjuntos e assessores aparecem na II Série do DR, hoje, sistema gota a gota. Sem a exigível nota curricular. E se pedíssemos todos à JSD que faça a si mesmo o que fez nos últimos minutos ao governo socrático? Pelo menos, o “software” era bom!

Li a entrevista de Jorge Silva Carvalho ao DN. Li a resposta de Ricardo Costa à Lusa. É fácil de concluir que há aquilo que em estratégia se qualifica como “ponto de não regresso”. Prefiro a interpretação que o grande poeta António Manuel Couto Viana deu ao mote kaulzista do tema. Vai ser um jogo bem duro.”

Não há governo do nosso último quarto de século que não tenha proclamado reduzir o Estado. Na prática, o aparelho deglutiu e discurso e cresceu até à custa de tal discurso. Seria conveniente que o Estado é um problema que só se resolve quando se tiver uma ideia dos Estados dentre do Estado e além do próprio Estado. Ele não é uma coisa, é uma relação e, consequentemente, uma ralação…”

Dos piores gestores e dirigentes da administração pública que eu conheci, e conheço, estão alguns dos mais encartados reformadores das engenharias das pretensas reformas da coisa e que nisso vão mantendo emprego em regime de cogumelos venenosos. Os mais fracassados são os idiotas úteis que acreditam neles e os chamam para as engenhocas legiferantes.”

Não há governo do nosso último quarto de século que não tenha proclamado reduzir o Estado. Na prática, o aparelho deglutiu e discurso e cresceu até à custa de tal discurso. Seria conveniente notar que o Estado é um problema que só se resolve quando se tiver uma ideia dos Estados dentre do Estado e além do próprio Estado. Ele não é uma coisa, é uma relação e, consequentemente, uma ralação…”

O Estado é a medida de todos os discursos políticos, confundindo-se quase sempre o Estado-Aparelho de Poder com o Estado-Comunidade. E depois, até nos comparam com os States, não reparando que aí há mesmo comunidade, ou com o British, não tendo aprendido que aí há mesmo Establishment. As corporações caseiras agradecem o provincianismo destes “naïfs”. Comem-nos na primeira conversa de factos. E sem molho.”

O melhor Estado do mundo ocidental, isto é, aquele que até pode ser império com o “free trade”, teve sempre uma pequena vantagem: nunca teve o conceito de Estado. Por cá, no manual de OPAN, ele sempre foi “a nação politicamente organizada”. Isto é, música celestial para o tradicional conto do vigário.”

O Estado, desde que Maquiavel inventou o nome, sempre esteve de acordo com a etimologia: uma forma substantivada (estado) derivada de um verbo (stare). Quando se tentar captar a coisa, ela foge-lhes por entre os dedos analíticos goza quem nem uma perdida” 11 O principal do Estado, aqui e agora, é ser feitor da Troika. Ah! Ah!”

Lembro-me de ter dissertado, na dita tese de doutoramento, numa coisa titulada “ensaio sobre o problema do Estado”. E recordo o subtítulo “Da razão de Estado ao Estado-Razão”. Chamaram-me poeta. E com propriedade profética. Foi feita ao mesmo tempo que caía o Muro. Mas continuaria a subscrever noventa por cento.
Hoje pediram-me que fizesse uma boa acção, daquelas do tempo da meninice, que era apenas a de conversar com alguém que se sentia só, por acaso o Ângelo. Senti a felicidade de quem recebeu e deu. E arrependi-me de não fazer isto todos os dias. Amigos, do Facebook, cada um tem o seu Ângelo a quem pode telefonar e dar um abraço. Vamos, então, mudar o mundo!”

Acabo de ouvir na SICN três antigos altos dirigentes do PSD, do PS e do CDS, abordando de forma bem informada a questão das fugas de informação que põem em dúvida os nossos serviços de informação. Todos confirmaram que a dúvida já pertence ao pretérito, remoto e menos remoto. O ponto de não regresso já não admite pensos rápidos e já não chegam intervenções aparentemente cirúrgicas.

Jul 24

De Breivik a memórias vivas destes e doutros Passos

Conheço alguns suínos em figura humana que, ao lerem o relatório Breivik, se excitam em aprovação silenciosa. Porque são mesmo cobardes. Pior do que eles: conheço outros tantos chefes da porcaria que os instrumentalizam e apaparicam. Isto é, utilizam-nos como método para proclamarem hipocritamente o exacto contrário. Por causa deste entulho é que os Breivik florescem.

Começam os pormenores do sincretismo assassino. Coisas que andam dispersas aqui no Facebook. Até já vi pormenores desses em dissertações de mestrado, para gáudio dos catedráticos orientadores, com suas secretas legiões de bufos. Muito aqui e agora.”

Esta pulhítica de devorismo sem dor vai necessariamente degenerar em crédito mal parado, como sempre acontece quando, em vez da competência, se premeia a fidelidade, revigorando o feudalismo, o patrimonialismo e o sultanismo, com falsos carismas, quando isto devia ser racional-normativo e racional-axiológico, de acordo com a democracia do Estado de Direito.
“‎”…filhos bastardos de mãe nobre e que estão no Pireu os que com uma carta de recomendação mercantil assinada pela ordem, julgam converter o país em uma feitoria sua de poder, salientando que foi a revolução que deu aos ordeiros talher na mesa do orçamento.” (José Estêvão, 1840)”
“‎”O espírito de liberdade morreu e o absolutismo assentou-se tranquilamente sobre o país, quando cessou entre nós o direito político do povo, o reinou despeiado o absolutismo” (Alexandre Herculano, 1837)”

“‎”Portugal não será uma prefeitura britânica nem Sua Majestade um alto-comissário das ilhas Jónicas…Porque Sua majestade manda o que não pode ou o que não deve. ” (Passos, dirigindo-se a um dos sobrinhos da Rainha Vitória, em 1836)”

“Um grande incêndio devasta o Palácio do Tesouro, no Rossio, que havido sido a sede do governo da regência e, antes, Palácio da Inquisição (14 de Julho de 1836)”

“‎”A Nação e as Cortes têm o direito de saber a verdade e toda a verdade, e, sendo nossos males tão profundos, é necessário que sejam conhecidos para serem remediados. A Nação achava-se cansada da guerra civil e de uma luta sanguinária, as fortunas estão desbaratadas pelos fautores da usurpação, e o primeiro dever do governo é entrar nas vias de uma administração económica.” (id.)”

“‎”Desgraçadamente, não se seguiu este caminho: a facilidade de obter dinheiro por via dos empréstimos produziu uma espécie de exaltação a favor do Crédito, e diferentes vezes se exageraram nesta Sala os seus prodígios” (Francisco António Campos, na qualidade de ministro da fazenda, em 1836).”
‎”Soberania popular … o princípio grande, generoso e protector que a nossos pais guiou, como uma estrela, no campo de Ourique e na sala de Almacave”
(Irmãos Passos em 1836)”
“Urgente estudar o processo de venda dos bens nacionais de 1835: “Mudamos de nomes de Senhores: e os bens que eram das extintas corporações e que se tornaram da Nação estão sendo em parte a presa de poucos ambiciosos”"
‎”Os homens que haviam chegado ontem a Portugal com as algibeiras vazias eram agora todos milionários, e escandalizavam a miséria pública com os seus palácios de mármore, e com as suas carroças douradas” (palavras do miguelista João de Lemos em 1847, sobre os devoristas).”

“Uma nação de empregados
É Portugal? Certamente
Até D. Miguel do trono
De Maria … é pretendente”
(Brás Tisana, versos de 1835)”
‎”Foge cão que te fazem barão… para onde, se me fazem visconde?”
(Almeida Garrett, analisando o mais frequente dos nossos situacionismos, o dos actuais comendadores)”
‎”Postos todos a comer à mesma mesa depressa passariam de convivas satisfeitos a amigos dedicados” (expressão de Rodrigo da Fonseca em 1835, quando se efectivou o regime devorista, pela nomeação de oposicionistas para altos cargos).”
“Temos de acabar de vez com esta economia privada sem economia de mercado, onde prevalecem os métodos salazarentos do condicionamento industrial, cultural e comunicacional, sem “glasnot” nem a prévia “perestroika”. Chegou a hora de PSD e PS rasgaram a pesada herança que os há-de tramar em desconfiança.”
“Este regime, de sociedade aberta mas dependente do condicionamento, continua a ser marcado por pactos de cavalheiros, à semelhança das reuniões de sacristia e de restaurantes finos que precederam a atribuição dos canais privados de televisão a Pinto Balsemão e D. José Policarpo, em detrimento de Daniel Proença de Carvalho, e com os equilíbrios e compensações posteriores”
“Já que o presidente da república não tem poderes suficientes para o desencadear, seria bom exemplo que a geração de jotas que agora comanda os principais partidos políticos desse o bom exemplo da transparência, chamando os bois pelos nomes, nomeadamente com a publicação de um livro branco das nomeações e avenças decretinas no regime, para que houvesse uma clara separação de águas entre a política e economia.”

“O bailado da “pantouflage”, apesar de muitos regulamentos, continua a não ser transparente e deveria ser objecto de imediata contratação pública entre os principais partidos políticos, dado que a chamada comissão de ética do parlamento apenas serve para música celestial e a a lista das incompatibilidades para as excepções que confirmam a regra. Não nos tomem como parvos.”

“No tempo do rotativismo, quando na presidência do Crédito Predial saía o Hintze para a chefia do governo, logo entrava o Zé Luciano, acumulando com a liderança da oposição. Agora é apenas Rui Machete substituindo Daniel Proença de Carvalho, neste nosso Bloco Central de interesses, das empresas de regime e seus clubes de reservado direito de admissão e grandes sociedades de advocacia.”
“Bastavam breves investigações para a elencagem daquilo que continua a ser o sindicato das arcadas, em que se sustenta o nosso poder banco-burocrático, dado que quase todos cabiam numa folha de excel, tratada diacronicamente. Por exemplo, dos PSD, PS e CDS na caixa Geral de Depósitos, bem como dos catedráticos de direito nos órgãos sociais desta e da outra banca.”

“As lentes de muitos lusitanos continuam embaciadas. Dizem-lhe que podem discutir deus, discutir a pátria e discutir a família, mas já é bem difícil discutir os patrões da comunicação social em disputa, as nomeações para as secretas, as variedades da maçonaria ou o discurso dos congreganismos e fundamentalismos.”

“Continuamos cercados pelos fantasmas que, na monarquia napolitana, se identificavam pela tríade “festa, farinha, forca”, dado que os poderes fácticos vão cercando a democracia de antipolítica, a da antipolítica, seja a compra do poder, seja o niilismo, seja a violência terrorista.”

“Seguro está disponível para todos os acordos parlamentares contra a praga que domina o Estado de Direito: a corrupção. Aproveita, Pedro! E cheguem ao PCP e ao BE. Não tenham medo!”

“As sucessivas traduções em calão sobre a Noruega e as suas tradições, com que, muitos vão debitando informações, revelam como se perderam aqueles olhares antropológicos que nos davam universalismo. Quem confunde nomes com coisas nomeadas, até tudo pode explicar com a monarquia e a fé cristã obrigatória dos respectivos 20 000 maçons, do rito sueco, cuja lista é publicamente disponível.”

Jul 24

Farpas

Continuamos cercados pelos fantasmas que, na monarquia napolitana, se identificavam pela tríade “festa, farinha, forca”, dado que os poderes fácticos vão cercando a democracia de antipolítica, a da antipolítica, seja a compra do poder, seja o niilismo, seja a violência terrorista.

 

As lentes de muitos lusitanos continuam embaciadas. Dizem-lhes que podem discutir deus, discutir a pátria e discutir a família, mas já é bem difícil discutir os patrões da comunicação social em disputa, as nomeações para as secretas, as variedades da maçonaria ou o discurso dos congreganismos e fundamentalismos.

 

No tempo do rotativismo, quando na presidência do Crédito Predial saía o Hintze para a chefia do governo, logo entrava o Zé Luciano, acumulando com a liderança da oposição. Agora é apenas Rui Machete substituindo Daniel Proença de Carvalho, neste nosso Bloco Central de interesses, das empresas de regime e seus clubes de reservado direito de admissão e grandes sociedades de advocacia.

 

O bailado da “pantouflage”, apesar de muitos regulamentos, continua a não ser transparente e deveria ser objecto de imediata contratação pública entre os principais partidos políticos, dado que a chamada comissão de ética do parlamento apenas serve para música celestial e a a lista das incompatibilidades para as excepções que confirmam a regra. Não nos tomem como parvos.

 

Já que o presidente da república não tem poderes suficientes para o desencadear, seria bom exemplo que a geração de jotas que agora comanda os principais partidos políticos desse o bom exemplo da transparência, chamando os bois pelos nomes, nomeadamente com a publicação de um livro branco das nomeações e avenças decretinas no regime, para que houvesse uma clara separação de águas entre a política e economia.

 

Este regime, de sociedade aberta mas dependente do condicionamento, continua a ser marcado por pactos de cavalheiros, à semelhança das reuniões de sacristia e de restaurantes finos que precederam a atribuição dos canais privados de televisão a Pinto Balsemão e D. José Policarpo, em detrimento de Daniel Proença de Carvalho, e com os equilíbrios e compensações posteriores

 

Temos de acabar de vez com esta economia privada sem economia de mercado, onde prevalecem os métodos salazarentos do condicionamento industrial, cultural e comunicacional, sem “glasnot” nem a prévia “perestroika”. Chegou a hora de PSD e PS rasgaram a pesada herança que os há-de tramar em desconfiança.

 

Reparei que Seguro está disponível para todos os acordos parlamentares contra a praga que domina o Estado de Direito: a corrupção. Aproveita, Pedro! E cheguem ao PCP e ao BE. Não tenham medo! Peçam um papel ao Luís de Sousa. Ele faz isso em duas páginas de A4. Caso não o façam, podem morrer todos à vista de costa.

 

Esta pulhítica de devorismo sem dor vai necessariamente degenerar em crédito mal parado, como sempre acontece quando, em vez da competência, se premeia a fidelidade, revigorando o feudalismo, o patrimonialismo e o sultanismo, com falsos carismas, quando isto devia ser racional-normativo e racional-axiológico, de acordo com a democracia do Estado de Direito.

Jul 24

DOS PASSOS SEGUROS PARA O REGIME

DOS PASSOS SEGUROS PARA O REGIME

Por José Adelino Maltez

Procurando ler os novos sinais dos tempos que, a Passos, nos acrescenta Seguro, apenas reparo que a democracia estava um nadinha coxa, por falta de refrescada legitimidade da oposição, até para se cumprir o que foi manifestado como originalidade, nas duas mais recentes cimeiras europeias: um parlamento com mais de 85% de apoio ao programa europeu da nossa troikização. É evidente que não insinuo regressos aos discretos negócios do defunto Bloco Central, com as suas encomendas negocistas e o inevitável cortejo de devoristas,  “postos todos a comer à mesma mesa depressa passariam de convivas satisfeitos a amigos dedicados” (expressão de Rodrigo da Fonseca em 1835, quando se iniciou o métodos de nomeação de oposicionistas para altos cargos). Do mesmo modo, não advogo o consenso resignado face aos predadores da geofinança, com os seus feitores dos ricos, incluindo partidos e ministros. Noto que Seguro disse estar disponível para todos os acordos parlamentares contra a praga da corrupção. Isto é, a geração dos jotas pode ter a coragem de encerrar esta economia privada sem economia de mercado, onde prevalecem os métodos salazarentos do condicionamento industrial, cultural e comunicacional. Esta pulhítica de devorismo sem dor que costuma degenerar em crédito mal parado, como sempre acontece quando, em vez da competência, se premeia a fidelidade, revigorando o feudalismo, o patrimonialismo e o sultanismo, com falsos carismas, quando isto devia ser racional-normativo e racional-axiológico, de acordo com a democracia do Estado de Direito.

 

 

Jul 24

Farpas

Não conheço nenhuma boa ideia que não tivesse gerado sistemas de fanatismo, intolerância e ignorância, com o consequente terrorismo. Ontem foi um conservador, cristão, adepto da caça e de jogos de computador, solteiro, director da quinta biológica, maçon, nacionalista e verdadeiro norueguês. Cada um pode escolher o seu fantasma para continuar em preconceito.

O poder, de vez em quando, fica nu. Fica sem concha e sem enfeite, isto é, fora da bainha. Foi o poder dos controleiros dos mercados. É a pressão descarada dos grupos de pressão internos, procurando influenciar certas decisões políticas. E o máximo de poder fáctico: a violência do terrorismo. Tudo sinais de vazio de política.

Nós inventámos a política para deixarmos de ter donos. Infelizmente, vão chamando políticos aos que actuam como verdadeiros inimigos da política. Aos que compram o poder. Aos senhores feudais. E aos senhores da guerra.

E quem assassinou D. João VI? Ainda não sabemos. Como não sabemos de D. Carlos, de Sidónio, de Granjo, de Machado Santos, ou até do autor moral do assassinato de Delgado.

Cada um desculpa-se sempre com o outro, fica entretido com a sua teoria da conspiração e deixa que eles, os assassinos, continuem à solta, até que o crime prescreva.

Os verdadeiros terroristas e assassinos, depois de matarem, dedicam-se a produzir informação e estórias a que chamam história.

Por estes dias, certos candidatos franceses são acusados em França de origem norueguesa. Tal como certos alemães denunciavam o nome norueguês de Willy Brandt. Por cá, também podia dar alguns exemplos, de ataques a Bernardino Machado ou a Dieter Schroeder, vindos da direita ou da esquerda. Mas em França, é hoje.

 

Por isso, essa de atirarmos pedradas, é má conselheira, sobretudo no país que no século XX foi o campeão dos magnicídios na Europa, de 1908 a 1965.

Até não nos damos conta que o presente regime, este, o nosso, é o que menos sangue provocou em toda a nossa história. Convinha conservar esta faceta e reforçá-la.

São mitos urbanos. Como os comunistas comerem criancinhas e de os jesuítas fazerem o mesmo. Conheço outras coisa bem mais reais, como os totalitarismos do século XX e as violências policiais, legalmente protegidas, da polícia política do autoritarismo salazarista.

Aliás, as sucessivas traduções em calão sobre a Noruega e as suas tradições, com que, muitos vão debitando informações, revelam como se perderam aqueles olhares antropológicos que nos davam universalismo. Quem confunde nomes com coisas nomeadas, até tudo pode explicar com a monarquia e a fé cristã obrigatória dos respectivos 20 000 maçons, do rito sueco, cuja lista é publicamente disponível.