Jul 24

De Breivik a memórias vivas destes e doutros Passos

Conheço alguns suínos em figura humana que, ao lerem o relatório Breivik, se excitam em aprovação silenciosa. Porque são mesmo cobardes. Pior do que eles: conheço outros tantos chefes da porcaria que os instrumentalizam e apaparicam. Isto é, utilizam-nos como método para proclamarem hipocritamente o exacto contrário. Por causa deste entulho é que os Breivik florescem.

Começam os pormenores do sincretismo assassino. Coisas que andam dispersas aqui no Facebook. Até já vi pormenores desses em dissertações de mestrado, para gáudio dos catedráticos orientadores, com suas secretas legiões de bufos. Muito aqui e agora.”

Esta pulhítica de devorismo sem dor vai necessariamente degenerar em crédito mal parado, como sempre acontece quando, em vez da competência, se premeia a fidelidade, revigorando o feudalismo, o patrimonialismo e o sultanismo, com falsos carismas, quando isto devia ser racional-normativo e racional-axiológico, de acordo com a democracia do Estado de Direito.
“‎”…filhos bastardos de mãe nobre e que estão no Pireu os que com uma carta de recomendação mercantil assinada pela ordem, julgam converter o país em uma feitoria sua de poder, salientando que foi a revolução que deu aos ordeiros talher na mesa do orçamento.” (José Estêvão, 1840)”
“‎”O espírito de liberdade morreu e o absolutismo assentou-se tranquilamente sobre o país, quando cessou entre nós o direito político do povo, o reinou despeiado o absolutismo” (Alexandre Herculano, 1837)”

“‎”Portugal não será uma prefeitura britânica nem Sua Majestade um alto-comissário das ilhas Jónicas…Porque Sua majestade manda o que não pode ou o que não deve. ” (Passos, dirigindo-se a um dos sobrinhos da Rainha Vitória, em 1836)”

“Um grande incêndio devasta o Palácio do Tesouro, no Rossio, que havido sido a sede do governo da regência e, antes, Palácio da Inquisição (14 de Julho de 1836)”

“‎”A Nação e as Cortes têm o direito de saber a verdade e toda a verdade, e, sendo nossos males tão profundos, é necessário que sejam conhecidos para serem remediados. A Nação achava-se cansada da guerra civil e de uma luta sanguinária, as fortunas estão desbaratadas pelos fautores da usurpação, e o primeiro dever do governo é entrar nas vias de uma administração económica.” (id.)”

“‎”Desgraçadamente, não se seguiu este caminho: a facilidade de obter dinheiro por via dos empréstimos produziu uma espécie de exaltação a favor do Crédito, e diferentes vezes se exageraram nesta Sala os seus prodígios” (Francisco António Campos, na qualidade de ministro da fazenda, em 1836).”
‎”Soberania popular … o princípio grande, generoso e protector que a nossos pais guiou, como uma estrela, no campo de Ourique e na sala de Almacave”
(Irmãos Passos em 1836)”
“Urgente estudar o processo de venda dos bens nacionais de 1835: “Mudamos de nomes de Senhores: e os bens que eram das extintas corporações e que se tornaram da Nação estão sendo em parte a presa de poucos ambiciosos”"
‎”Os homens que haviam chegado ontem a Portugal com as algibeiras vazias eram agora todos milionários, e escandalizavam a miséria pública com os seus palácios de mármore, e com as suas carroças douradas” (palavras do miguelista João de Lemos em 1847, sobre os devoristas).”

“Uma nação de empregados
É Portugal? Certamente
Até D. Miguel do trono
De Maria … é pretendente”
(Brás Tisana, versos de 1835)”
‎”Foge cão que te fazem barão… para onde, se me fazem visconde?”
(Almeida Garrett, analisando o mais frequente dos nossos situacionismos, o dos actuais comendadores)”
‎”Postos todos a comer à mesma mesa depressa passariam de convivas satisfeitos a amigos dedicados” (expressão de Rodrigo da Fonseca em 1835, quando se efectivou o regime devorista, pela nomeação de oposicionistas para altos cargos).”
“Temos de acabar de vez com esta economia privada sem economia de mercado, onde prevalecem os métodos salazarentos do condicionamento industrial, cultural e comunicacional, sem “glasnot” nem a prévia “perestroika”. Chegou a hora de PSD e PS rasgaram a pesada herança que os há-de tramar em desconfiança.”
“Este regime, de sociedade aberta mas dependente do condicionamento, continua a ser marcado por pactos de cavalheiros, à semelhança das reuniões de sacristia e de restaurantes finos que precederam a atribuição dos canais privados de televisão a Pinto Balsemão e D. José Policarpo, em detrimento de Daniel Proença de Carvalho, e com os equilíbrios e compensações posteriores”
“Já que o presidente da república não tem poderes suficientes para o desencadear, seria bom exemplo que a geração de jotas que agora comanda os principais partidos políticos desse o bom exemplo da transparência, chamando os bois pelos nomes, nomeadamente com a publicação de um livro branco das nomeações e avenças decretinas no regime, para que houvesse uma clara separação de águas entre a política e economia.”

“O bailado da “pantouflage”, apesar de muitos regulamentos, continua a não ser transparente e deveria ser objecto de imediata contratação pública entre os principais partidos políticos, dado que a chamada comissão de ética do parlamento apenas serve para música celestial e a a lista das incompatibilidades para as excepções que confirmam a regra. Não nos tomem como parvos.”

“No tempo do rotativismo, quando na presidência do Crédito Predial saía o Hintze para a chefia do governo, logo entrava o Zé Luciano, acumulando com a liderança da oposição. Agora é apenas Rui Machete substituindo Daniel Proença de Carvalho, neste nosso Bloco Central de interesses, das empresas de regime e seus clubes de reservado direito de admissão e grandes sociedades de advocacia.”
“Bastavam breves investigações para a elencagem daquilo que continua a ser o sindicato das arcadas, em que se sustenta o nosso poder banco-burocrático, dado que quase todos cabiam numa folha de excel, tratada diacronicamente. Por exemplo, dos PSD, PS e CDS na caixa Geral de Depósitos, bem como dos catedráticos de direito nos órgãos sociais desta e da outra banca.”

“As lentes de muitos lusitanos continuam embaciadas. Dizem-lhe que podem discutir deus, discutir a pátria e discutir a família, mas já é bem difícil discutir os patrões da comunicação social em disputa, as nomeações para as secretas, as variedades da maçonaria ou o discurso dos congreganismos e fundamentalismos.”

“Continuamos cercados pelos fantasmas que, na monarquia napolitana, se identificavam pela tríade “festa, farinha, forca”, dado que os poderes fácticos vão cercando a democracia de antipolítica, a da antipolítica, seja a compra do poder, seja o niilismo, seja a violência terrorista.”

“Seguro está disponível para todos os acordos parlamentares contra a praga que domina o Estado de Direito: a corrupção. Aproveita, Pedro! E cheguem ao PCP e ao BE. Não tenham medo!”

“As sucessivas traduções em calão sobre a Noruega e as suas tradições, com que, muitos vão debitando informações, revelam como se perderam aqueles olhares antropológicos que nos davam universalismo. Quem confunde nomes com coisas nomeadas, até tudo pode explicar com a monarquia e a fé cristã obrigatória dos respectivos 20 000 maçons, do rito sueco, cuja lista é publicamente disponível.”

Jul 24

Farpas

Continuamos cercados pelos fantasmas que, na monarquia napolitana, se identificavam pela tríade “festa, farinha, forca”, dado que os poderes fácticos vão cercando a democracia de antipolítica, a da antipolítica, seja a compra do poder, seja o niilismo, seja a violência terrorista.

 

As lentes de muitos lusitanos continuam embaciadas. Dizem-lhes que podem discutir deus, discutir a pátria e discutir a família, mas já é bem difícil discutir os patrões da comunicação social em disputa, as nomeações para as secretas, as variedades da maçonaria ou o discurso dos congreganismos e fundamentalismos.

 

No tempo do rotativismo, quando na presidência do Crédito Predial saía o Hintze para a chefia do governo, logo entrava o Zé Luciano, acumulando com a liderança da oposição. Agora é apenas Rui Machete substituindo Daniel Proença de Carvalho, neste nosso Bloco Central de interesses, das empresas de regime e seus clubes de reservado direito de admissão e grandes sociedades de advocacia.

 

O bailado da “pantouflage”, apesar de muitos regulamentos, continua a não ser transparente e deveria ser objecto de imediata contratação pública entre os principais partidos políticos, dado que a chamada comissão de ética do parlamento apenas serve para música celestial e a a lista das incompatibilidades para as excepções que confirmam a regra. Não nos tomem como parvos.

 

Já que o presidente da república não tem poderes suficientes para o desencadear, seria bom exemplo que a geração de jotas que agora comanda os principais partidos políticos desse o bom exemplo da transparência, chamando os bois pelos nomes, nomeadamente com a publicação de um livro branco das nomeações e avenças decretinas no regime, para que houvesse uma clara separação de águas entre a política e economia.

 

Este regime, de sociedade aberta mas dependente do condicionamento, continua a ser marcado por pactos de cavalheiros, à semelhança das reuniões de sacristia e de restaurantes finos que precederam a atribuição dos canais privados de televisão a Pinto Balsemão e D. José Policarpo, em detrimento de Daniel Proença de Carvalho, e com os equilíbrios e compensações posteriores

 

Temos de acabar de vez com esta economia privada sem economia de mercado, onde prevalecem os métodos salazarentos do condicionamento industrial, cultural e comunicacional, sem “glasnot” nem a prévia “perestroika”. Chegou a hora de PSD e PS rasgaram a pesada herança que os há-de tramar em desconfiança.

 

Reparei que Seguro está disponível para todos os acordos parlamentares contra a praga que domina o Estado de Direito: a corrupção. Aproveita, Pedro! E cheguem ao PCP e ao BE. Não tenham medo! Peçam um papel ao Luís de Sousa. Ele faz isso em duas páginas de A4. Caso não o façam, podem morrer todos à vista de costa.

 

Esta pulhítica de devorismo sem dor vai necessariamente degenerar em crédito mal parado, como sempre acontece quando, em vez da competência, se premeia a fidelidade, revigorando o feudalismo, o patrimonialismo e o sultanismo, com falsos carismas, quando isto devia ser racional-normativo e racional-axiológico, de acordo com a democracia do Estado de Direito.

Jul 24

DOS PASSOS SEGUROS PARA O REGIME

DOS PASSOS SEGUROS PARA O REGIME

Por José Adelino Maltez

Procurando ler os novos sinais dos tempos que, a Passos, nos acrescenta Seguro, apenas reparo que a democracia estava um nadinha coxa, por falta de refrescada legitimidade da oposição, até para se cumprir o que foi manifestado como originalidade, nas duas mais recentes cimeiras europeias: um parlamento com mais de 85% de apoio ao programa europeu da nossa troikização. É evidente que não insinuo regressos aos discretos negócios do defunto Bloco Central, com as suas encomendas negocistas e o inevitável cortejo de devoristas,  “postos todos a comer à mesma mesa depressa passariam de convivas satisfeitos a amigos dedicados” (expressão de Rodrigo da Fonseca em 1835, quando se iniciou o métodos de nomeação de oposicionistas para altos cargos). Do mesmo modo, não advogo o consenso resignado face aos predadores da geofinança, com os seus feitores dos ricos, incluindo partidos e ministros. Noto que Seguro disse estar disponível para todos os acordos parlamentares contra a praga da corrupção. Isto é, a geração dos jotas pode ter a coragem de encerrar esta economia privada sem economia de mercado, onde prevalecem os métodos salazarentos do condicionamento industrial, cultural e comunicacional. Esta pulhítica de devorismo sem dor que costuma degenerar em crédito mal parado, como sempre acontece quando, em vez da competência, se premeia a fidelidade, revigorando o feudalismo, o patrimonialismo e o sultanismo, com falsos carismas, quando isto devia ser racional-normativo e racional-axiológico, de acordo com a democracia do Estado de Direito.

 

 

Jul 24

Farpas

Não conheço nenhuma boa ideia que não tivesse gerado sistemas de fanatismo, intolerância e ignorância, com o consequente terrorismo. Ontem foi um conservador, cristão, adepto da caça e de jogos de computador, solteiro, director da quinta biológica, maçon, nacionalista e verdadeiro norueguês. Cada um pode escolher o seu fantasma para continuar em preconceito.

O poder, de vez em quando, fica nu. Fica sem concha e sem enfeite, isto é, fora da bainha. Foi o poder dos controleiros dos mercados. É a pressão descarada dos grupos de pressão internos, procurando influenciar certas decisões políticas. E o máximo de poder fáctico: a violência do terrorismo. Tudo sinais de vazio de política.

Nós inventámos a política para deixarmos de ter donos. Infelizmente, vão chamando políticos aos que actuam como verdadeiros inimigos da política. Aos que compram o poder. Aos senhores feudais. E aos senhores da guerra.

E quem assassinou D. João VI? Ainda não sabemos. Como não sabemos de D. Carlos, de Sidónio, de Granjo, de Machado Santos, ou até do autor moral do assassinato de Delgado.

Cada um desculpa-se sempre com o outro, fica entretido com a sua teoria da conspiração e deixa que eles, os assassinos, continuem à solta, até que o crime prescreva.

Os verdadeiros terroristas e assassinos, depois de matarem, dedicam-se a produzir informação e estórias a que chamam história.

Por estes dias, certos candidatos franceses são acusados em França de origem norueguesa. Tal como certos alemães denunciavam o nome norueguês de Willy Brandt. Por cá, também podia dar alguns exemplos, de ataques a Bernardino Machado ou a Dieter Schroeder, vindos da direita ou da esquerda. Mas em França, é hoje.

 

Por isso, essa de atirarmos pedradas, é má conselheira, sobretudo no país que no século XX foi o campeão dos magnicídios na Europa, de 1908 a 1965.

Até não nos damos conta que o presente regime, este, o nosso, é o que menos sangue provocou em toda a nossa história. Convinha conservar esta faceta e reforçá-la.

São mitos urbanos. Como os comunistas comerem criancinhas e de os jesuítas fazerem o mesmo. Conheço outras coisa bem mais reais, como os totalitarismos do século XX e as violências policiais, legalmente protegidas, da polícia política do autoritarismo salazarista.

Aliás, as sucessivas traduções em calão sobre a Noruega e as suas tradições, com que, muitos vão debitando informações, revelam como se perderam aqueles olhares antropológicos que nos davam universalismo. Quem confunde nomes com coisas nomeadas, até tudo pode explicar com a monarquia e a fé cristã obrigatória dos respectivos 20 000 maçons, do rito sueco, cuja lista é publicamente disponível.

 

Jul 24

Todos os povos têm os terrorismos que não merecem

Todos os povos têm os terrorismos que não merecem

 

por José Adelino Maltez

 

Os principais inimigos confessos da ordem demoliberal,  nos meados do século XIX, dos cristãos-sociais aos se internacionalizavam como socialistas, são exactamente os mesmos que, volvido um século, se tornam os principais gestores da democracia pluralista. Depois, na viragem do milénio, muitos governos de tal modelo passaram frequentados por ex-totalitários, de comunistas a fascistas. Por outras palavras, o nosso regime, ao jogar no risco da tolerância, da reconversão e do arrependimento, tem levado os adversários a sucessivos revisionismos “rerum novarum”. Infelizmente, todo o bem tem pedações de mal, gerando sistemas de fanatismo, intolerância e ignorância. E a besta da tirania não se veste apenas no pronto-a-vestir que alguns vendem no hipermercado da caça às bruxas. Se o maior inimigo da liberdade é o terrorismo, convém não esquecer que o Estado que o tenta combater também já foi um Estado-Terrorista, quando teve a ilusão daquele terrorismo da razão gerido por déspotas esclarecidos ou ditadores-filósofos. Cada um pode escolher o seu fantasma para continuar em preconceito e, até por cá, o filho do rei que aboliu a pena de morte acabou em regicídio, para que o tiro saído pela culatra gerasse republiquicídios, os de 1918, 1921 e 1965. Convinha não deixarmos os assassinos à solta até que o crime prescreva, para que eles se dediquem a produzir contra-informação. Todos os povos têm os terrorismos que não merecem. Até os de brandos costumes.