Os ministros que marcam o ritmo da governança são quase todos independentes, isto é, não fizeram campanha eleitoral democrática do PSD. São quase todos tão fora do partido quanto os que mais holofotes têm na dita universidade de Verão do principal partido no poder. Não é preocupante, porque apenas confirma a falta de rumo deste acaso onde a única certeza é o programa negociado por Sócrates com a troika.
Li, com cuidado, a notícia do Expresso sobre a suspeita de desnorte numa das secretas e nas operadoras de telemóveis. O a-nível é equivalente à linguagem militar de Ricardo Carvalho que, apesar de seleccionado pela futebolítica, não foi titular do posto de defesa central. Paulo Bento, apesar de tudo, ganhou, neste processo de global madailização em curso.
Subscrevo o que analisa o ministro Gaspar. Só que ele não é o país. Pode ter a ilusão de ser subscrito por uma aritmética parlamentar, mas torna-se dramática a falta de adequada geometria política. Tal como o anterior gabinete PS não foi previamente legitimado para negociar o acordo com a troika, também esta maioria governamental não teve contrato do povo para ir além da troika. Logo, resta a procura de um consenso maior.