como é possível controlar o poder daqueles que mandam

O problema central de uma democracia não está em saber-se quem manda, mas antes em saber-se como é possível controlar o poder daqueles que mandam, ensinava Karl Popper. Para comentar o que agora começa a publicitar-se, sem vírgulas: o Tribunal de Contas detectou o buraco da Madeira desde 2006. O resto da democracia fez de Pôncio Pilatos. Isto é, não defendeu o contribuinte. Pelo contrário, reverenciou quem venceu. Por cá, com uma maioria, um presidente e uma região, o situacionismo rejubila. Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti. Metade do chamado Estado (o central, o indirecto, o autónomo, o local e o regional) transformou o que devia ser serviço público, isto é, do povo, para o povo, e pelo povo, em actividade de grupo de pressão e de grupo de interesse. São uns contra os outros, em sucessivas subversões da organização do trabalho nacional. Aqueles a quem pagamos para os fiscalizarem continuam a pensar que a culpa vai morrer solteira, só porque alguns não querem ouvir falar de contas e preferem comício com porco no espeto.

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