Farpas 27 de Janeiro de 2012

Fui um dos vencidos da vida neste combate, onde alguns adversários caíram na esparrela do divide et impera

Senhores do poder, estais pisando as fronteiras da religião secular da pátria! Não por imposição dos outros, mas por politiqueirice manhosa, como essa do corta um feriado aos republicanos e outro aos monárquico e negoceia dois com a Conferência Episcopal. Eu pensava que a representação democrática era directa, imediata e de primeiro grau com a própria cidadania…sem recurso aos esquemas do velho feudalismo. O terceiro estado já é soberano desde 1820.

Quando a ministerialidade se torna assexuada, isto é, não é republicana, não é monárquica, não é católica, não é maçon, corre o risco de deixar mesmo de ser portuguesa, porque devia ser monárquica, republicana, católica, maçónica e, sobretudo, patriótica. Se fosse alguma coisa além de ter direito de antena em conferência de imprensa. Isto é, se fosse. Porque nem tudo o que parece, ou aparece, é.

Segundo rezam os jornais, certas condutas de violação das comunicações privadas de um ilustre jornalista terão sido derivadas, não do dinheiro, não de sociedades iniciáticas, mas da mais antiga relação privada, a da relação de namoro. Logo, que se determine o óbvio: o registo de todas as relações, incluindo as de amor, namoro e namorico. Se levarem tudo ao extremo, até poderão emitir decreto antigo do nosso século XVI pós-inquisitorial, que Mao Tse Tung repetiu, sobre a relação doentia e pecaminosa de cada um com o seu próprio sonho, através do corpo, também próprio.

Esta onda de não resignação dita ética não fez adequado exame de consciência. A minha não está tranquila, depois do relato da morte por abandono de duas irmãs doentes, na multidão solitária da minha cidade. As que nem sequer quiseram pedir prévia ajuda dos sistema de assistência dita pública. A de um povo tão tranquilo que nem se indigna com os milhares que fraudulentamente declararam falsos nascimentos, em nome da subsidiocracia. Eu sinto vergonha. Revolto-me. Até comigo, pela solidariedade que não pratico como devia.

Não comento publicamente bobos da Corte, sobretudo quando fingem tragicomédia. Muito menos os que me insultaram pessoalmente, usando meios publicamente sustentados. Critico políticas. No local próprio. Até na boca dos lobisomens.

Não gosto de regicídios, republiquicídios e independenticídios. Nem que tenha de ser irredentista. Contra o niilismo. Detesto o jacobinismo decretino. O do estadão deslumbrado e sem conserto.

 

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