Por uma democracia em que desapareçam não só os despotismos centrais mas também os despotismos privados

Investigação coordenada pelo DCIAP ‘descobriu’ mais 2 mil milhões de euros ligados a negócios da construção civil (DN, hoje, sobre o paradigma da governação laranja na Pérola).

O meu contributo para a comemoração do 25 de Abril: a defesa do pacto de constituição, pela regeneração do pacto de união ou pacto de comunidade. Só depois vem o pacto de governo, ou pacto de sujeição. Há muitos que pensam que se pode viver ao contrário, com o governo a revogar clandestinamente a constituição e a inventar a pátria por decreto. Registo da minha intervenção na Reitoria da Universidade do Porto.

O drama do nosso tempo são esses papagaios de certo discurso dominante para os quais a liberdade e os homens livres merecem o respeito da história, pelo que fizeram, mas agora já não fazem sentido, porque a história agora são eles e os que que querem passado presente com saudade de futuro devem ser denunciados e marcados com o triângulo invertido.

Ouvi o discurso Cavaco. Foi mais um discurso Cavaco. Para se guardar no sítio. Com posterior prefácio. De facto, não valia a pena lá ir.

Quem cantou?
Ó vós, que sois secretários
das consciências reais,
que entre os homens estais
por senhores ordinários;
porque não pondes um freio
ao roubar que vai sem meio,
debaixo de bom governo?

E mais:
Ó vós, que sois secretários
das conciências reais,
que entre os homens estais
por senhores ordinários;
porque não pondes um freio
ao roubar que vai sem meio,
debaixo de bom governo?
Pois um pedaço d’inferno
por pouco dinheiro alheio
se vende a Mouro e a Judeu

Porque a mente, afeiçoada
sempre à real dignidade,
vos faz julgar por bondade
a malícia desculpada.
Move a presença real
üa afeição natural,
que logo inclina ao juiz
a seu favor; e não diz
um rifão muito geral
que “O abade donde canta,
[daí janta”?

Nada dá quem nam dá honra, no que dá.
Nada tem, que agradecer, quem, no que recebe, a nam recebe, porque bem comprado vai, o que com ella se compra.
Nada se dá de graça, o que se pede muito.
Está certo, quem quem nam tem hua vida, tem muitas.
Onde a razão se governa pela vontade, há muito que praguejar, & pouco que louvar.
Nenhua cousa homezia os homes tanto consigo, como males, de que senão guardarão, podendo.
Nem ha alma sem corpo, que tantos corpos faça sem almas, como este Purgatorio, a que chamais honra, donde muitas vezes os homes cuidão, que a ganhão, ahi a perdem.
Onde ha inveja, nam ha amizade, nem a póde haver em desigual conversação.
Bem mereceo o engano, quem crê mais o que lhe dizem, que o que vê.
Agora, ou se há de viver no mundo sem verdade, ou com verdade sem mundo…

Quem disse: “Um governo autoritário, que vive à custa do silêncio dos adversários e nega os direitos do cidadão, pelo que pode impor-se num país de escravos, nunca a um povo que teve de lutar com extremos de bravura para fundar a sua independência e expandir-se no mundo. Nada de um português do velho cerne pode perdoar do que reduzirem-nos à condição de menor. “?

Quem disse: “as ditaduras, por muito que durem, são um regime sem futuro”?

quem disse: “Por uma democracia em que desapareçam não só os despotismos centrais mas também os despotismos privados, aquela em que a liberdade abstracta se transforme em liberdades concretas, em que a igualdade tenha uma base e um sentido económico, em que a fraternidade não morra como uma ave ferida, nos silveirais das fronteiras”?

Em finais de 1807 um frota inglesa comandada pelo Almirante Samuel Hood ocupou a ilha da Madeira. A ilha foi declarada colónia britânica e os funcionários portugueses obrigados a juramento de fidelidade ao monarca de Londres. Beresford foi o Governador nomeado para dirigir a Madeira. É por isso que digo Malvinas em vez de Falkland. Para homenagear Gomes Freire e não chamar populista a Cristina Krichner.

Este General António Ramalho Eanes é mesmo o meu general. Tenho orgulho de fazer parte de uma geração que o elegeu e o serviu.

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