Entre agências de eventos comemorativos e o canto do cisne desta sociedade de casino.

 

O problema não está entre o “se este orçamento passar” e o “se este orçamento não passar”, mas antes entre o “se este orçamento passar” e o “se outro orçamento passar”, mesmo que continue um primeiro-ministro do PS, se o patriotismo do Largo do Rato nos libertar desta viela de propaganda.
Felizes súbditos da coroa britânica: em quinze dias podem ouvir a voz do povo em eleições. Por cá, temos que esperar, durante meses, pela eleição de um referencial de segurança. Logo, aprovem um orçamento-cheque em branco e esqueçam-se de quem sufragou estas delongas constitucionais, incluindo as sopeiras do regime que bem pregam, como Frei Tomás!
Logo, há que pedir a integração na ilha do Príncipe, ou no ilhéu das Rolas, dado que não cabemos em Coloane. Mas como já há uma ponte para a Taipa, podemos optar por uma adequado financiamento chinês, dada a nossa potencialidade para casino com largos parques de estacionamento no interior desertificado…
Aliás, as despesas em eventos propagandísticos por parte do desgoverno e dos desautárquicos é uma vergonha que, de há muito existe, mas que só por estes dias começa a ser denunciado pelos grandes órgãos de comunicação social que dele beneficiavam. Já agora podem também elencar as próprias universidades e a seita a que os reitores chamam sociedade civil…
Nesta teledemocracia, só quando a tragédia ameaça é que nos deixam notar que ela estava a ser protagonizada por péssimos actores de comédia, dos tais que, mesmo sem festa, nos inundam de foguetes. O problema é que as canas nos estão agora a cair em cima…
Mesmo a própria universidade serve de palco para encenações de politiqueiros, ávidos de uma passeata de borla e capelo, ao mesmo tempo que a lei gaga que nos rege inventou essa de os reitores, os presidentes e os directores serem eleitos por aqueles que eles escolheram para os conselhos gerais, entre políticos e desempregados, banqueiros e empresários de regime…
O mal de Portugal está no facto de não podermos exercer o primeiro dos direitos do homem, que é mexer-nos, largar esta cadeia e procurar, na terra, outro lugar para o sonho do paraíso. Entalados entre o indiferentismo e o populismo já não podermos salvar o daquém, procurando o d’além…

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