Agradeço aos muitos amigos que me enviaram o artigo, de hoje, do jornal “Público”, da autoria de Pedro Rosa Mendes, dito “Timor Leste, a Ilha Insustentável”. Sobre a matéria, as frases que, neste blogue, já escrevi assumem uma perspectiva diversa da expressa pelo correspondente da Lusa, homem de excelente palavra, óptima informação e com valores e crenças. Sobretudo, porque não tenho, nem nunca tive, altas expectativas de uma ilha da utopia, nem as consequentes frustrações. Segundo, porque basta fazer comparativismo, e colocarmos Timor do Sol Nascente no contexto de outras Nações da respectiva Sociedade das Nações, paraconcluirmos que se trata de uma realidade tão normal em tal anormal quanto o seria a República dos Portugueses, se a relativizássemos no contexto de uma pequena Sociedade das Nações, restrita aos nórdicos escandinavos. Feliz, ou infelizmente, o meu estatuto de agente da cooperação obriga-me a ter que dizer antes e, para dentro, através de adequado relatório à consideração superior, mesmo que seja um tombo no caixotinho do lixo, o que, para fora, me apetecia comunicar e até polemizar. Mas, dentro de algumas semanas, poderei, em plena liberdade académica, se ela ainda houver, para mim, analisar, não tanto a questiúncula portuguesa, quanto a existência de uma das primeiras tentativas de criação de uma secção colonial do anticolonialismo da supra-estadualidade onusiana, com o seu “state building” de laboratório e o seu “nation building” de teses de mestrado e doutoramento. Felizmente, não oriento nenhuma e se, por improvável acaso, for convidado para um júri desses, recordarei que continuo em regime de “non grata” para com os missionários e missionárias de tal “way of life”. Apesar de herético, prefiro a companhia e os conselhos do Padre João Felgueiras, que é homem de fé e maneja tão bem o lume da razão quanto o lume da profecia. E vou continuar a decifrar os conselhos do Professor José Mattoso.