O desabamento do situacionismo não será estivalmente provocado por movimentações de forças políticas internas. Está tudo adiado para o orçamento das presidenciais. O imprevisto indisciplinador vai inevitavelmente acontecer, só não sabemos é quando… Quando anoto a sucessão de adesivos e viracasacas neste situacionismo crepuscular, em nome da possibilidade de distribuição de recursos e prebendas a partir das várias instâncias centralistas das honrarias e dos subsídios do capitaleirismo da sociedade de Corte do bom e velho estado, apenas sorrio… Hoje, tal como depois de 1910 e de 1926, nos começos tal como nos crepúsculos, há sempre um Afonso Costa que vai captando caciques e marechais regeneradores, tal como há viracasacas anedóticos, porque este sistema já entrou em decadência… Há muitos que, aqui e agora, não servem, apenas procuram servir-se. Porque, por cá, continua a haver muitos pé e poucas botas (expressão de Afonso Costa). Pior do que isso: continua muita gente tão descalça que nem sequer se importa em usar sapatos de defunto… Basta darmos umas voltinhas pelos corredores e elevadores do poder para confirmarmos o ensalivamento crescente dos esfaimados, desses que continuam a rebolar-se como carpideiras pelas alcatifas infestadas de ácaros dos pretensos donos do poder…