Ai do nosso querido país se entra em vigor, a nível da universidade, o modelo de gestão da conspiração de avós e netos que certos gestores do regime lançaram, com elogios públicos, noutras secções estadualizadas da pracificação socrática. Um deles, bastante elogiado, ele que já anda pelos setenta ou oitenta, não sei se com resolução especial do conselho de ministros para o cúmulo remunerativo, tratou de despedir pela reforma todos os que tinham mais de cinquenta, para mostrar como se rejuvenesceu o campo estatístico que passou a ser capítulo do respectivo currículo, assim se livrando dessa cedência ao velho conceito do dever geral de conselho, só porque entende que a majestade não se coaduna com o pré-absolutismo de ser um mero “primus inter pares”. E lá tive que passear entre wahaabitas, lembrando que também houve almóhadas, almorávidas, sufis de Mértola em revolta, Averróis, Avicena, Ibn Khaldun, Maimónides e a cristianização de Aristóteles por São Tomás de Aquino, trazida pelos mesmos mouros, quando o Mediterrâneo ainda era mar interior onde navegavam as ideias das gentes das religiões do mesmo livro. Infelizmente, quando alguns ainda pensam, muito gnosticamente, que vivemos na modernidade do deicídio, esquecemo-nos de ler Roger Garaudy e não reparamos na proposta que, há tempos, Habermas lançou sobre a necessidade de uma nova era pós-secular.
Jul
17