“”S.M. está tão persuadido, que a única atribuição que tem sobre os povos, é esta do poder da força, a que chamam outros a última razão do Estado, que nos manda jurar o projeto com um bloqueio à vista, fazendo-nos todas as hostilidades” Frei Joaquim do Amor Divino e Caneca (acabou assassinado pelo terrorismo de Estado…)”
“Quando se trata da salvação do Estado, é preciso uma virtude máscula que passa, algumas vezes, por cima das regras da prudência ordinária Richelieu, Cardeal Duque”
“A razão de Estado é contravenção à lei ordinária, tendo em vista o benefício público, isto é, uma maior e mais universal razão (Ammirato, Scipione)”
“-Muito bem, amigo, já mes despertaste. Depois de ontem ouvir o Medina Carreira, no Plano Inclinado, fui logo à estante para reler a “Arte de Furtar”. Telefono-te mais logo…”
“-Los reyes, que son senores de los negocios y tiempos, no sieguen los consejos, si bien tiran a si todas las cosas con ellos. Si algo se suelta de esto, el todo se pierde. Tal es la condicion del imperio, que no se puede mantener si no es remitido a un solo”
“-No porque desprecie los consejos, pues los he persuadido con muchas veras, sino por desear que todo el mundo entienda que es el principe de quien dependen todos. El solo ha de ser juez y arbitro de las cosas por derecho y nombre de rey.”
“-La principal fuerza y honra no solo proceda del príncipe, sino que se esta cerca de el. Digo del principe, para que despache los mayores negocios el mismo, o al menos los ratifique y apruebe, firmándolos, por no enflaquecer el vigor del principado con remitirlo todo al Senado y consejos.”
“-A obra “Politicorum”, de 1589, posta no Index pelo papa Sisto V, em 1590, depois da conversão do autor ao catolicismo, é revista no sentido católico, logo em 1596, tendo cerca de quarenta e cinco edições durante a vida do autor.”
“- O que estás a dizer é leitura directa de Justus Lispius, amigo! -Isso mesmo.”
“-Há três categorias de fraude política: a ligeira, consistindo na desconfiança e na dissimulação, aconselhável a qualquer estadista; a média, incluindo a corrupção e o engano, apenas tolerável; e a grande, desde a perfídia à injustiça, considerada injustificável e absolutamente condenável”
“- Nisto, prefiro o Marocas. Não tem papas na língua sobre o tempo que vai passando. Marra de frente e nem quando erra ´vive da cobardia dos conceitos indeterminados da música celestial…”
“- Ao menos, o Andreoiti esteve sempre no mesmo partido e começou cedo. Os nossos vieram do lado e endam sempre do lado que está ao sabor da corrente e preferem nunca abrir a boca nem os escritos sobre as paixões que nos dividem internamente. Apenas falam das consequências da crise global e das alterações climatéricas…”
“- Pois, quem se lixa é o mexilhão do novo rico que veio das berças. Eles andam sempre a mudar de feitores dos ricos e dos corredores dos salões de estadão, onde eles sabem como poucos usar a técnica da sedução, explicando que os respectivos agentes é que abusaram do poder, mesmo quando mataram…”
“- Andreotti é como o Kissinger, é como foi o Talleyrand e são esses que foram ministros que ensinam os actuais e próximos ministros à técnica da razão de Estado e do segredo de Estado. Nem sequer falam depois da prescrição. Porque o importante não é ser ministro, é tê-lo sido…”
“- Ninguém ouve, ninguém vê, ninguém diz. Mas todos podem ler, ouvir e escutar, mas como não sabem soletrar, preferem o comer e calar. E comem sempre da mesa do orçamento. Aliás, está tudo registado em livros de revolta e de memórias, mas como eles sobrevivem sempre, é mais avidado não os enfrentar…”
“- Sabes, preferi ver o Il Divo, com a estória do Andreotti. Por cá abundam os gajos do mesmo tipo de perfil, chama-se “razão de Estado cristã” e não tem nada a ver com essa do “opus dei”. Preferem roubar o método às seitas e construir uma tribo privativa que vai mudando de membros, mantendo apenas o chefe, com a técnica clientelar da bajulação e do clientelismo do tacho e do penacho”
“(continuam os ruídos estranhos…) – Estes aqui são bem piores do que no tempo da outra senhora dentro desta…Devem ser privados em autogestão, para ver se vendem a informação…”
“- Não sejas alarmista! Tudo o que apareceu desescutado é o normal dos anormais entre políticos que bebem do fino. Se houvesse escutas das concversas de Soares com todos os políticos do país nas conversas que ele teve no Pátio das Damas caía mais do que o Carmo e a Trindade. Era um tsunami pior do que o de 1755…”
“Telefonema recebida, através de aparelho com ruídos não estranhos… – Sim… sim… estive a ver o Il Divo. A coisa é um retrato prospectivo daquilo em que nos vamos tornar, mas agora com escutas que, antes de poderem ser destruídas, têm fugas ao segredo de justiça…”