Partidocracia, democratura, salazarentos e maneleirismo socrático

Não! Não digo o que fiz ontem, anteontem, ou hoje, que o tirador de fotocópias já mandou quem aviava bicas pedir ao sôtor engenheiro que pedisse ao magalhães do filho que pusesse logo na pen o que aquele escreveu contra cá a gente, cá gente é que é a única que trabalha, porque é a única que processa e o processa, isto é, a única gente que vai ocupando o vazio de poder das grandes e gloriosas reformas de Estado… Mais foi bom estar ontem com mais velhos. Até aprendi sobre os meandros do negócio universitário e da grande academia e do grande e enorme ex-ausente que está presente, com um mercedes preto, uma secretária de pau preto, um assessor de imprensa de carne e osso, e muitos e muitos e muitos operadores de reprografia dos dito serviços, entre os quais os tradicionais abóboras do alimirantado, do almoxarifado, do escutadorizado… Digo antes alimentarado, almofadado, ou a esquizofrenia passadista de uma pretensa glória pretensamente monopolizadora de um ideal onde, na prática, a teoria é outra, sobretudo quando impera o dogmatismo maniqueísta que pelo bolor da patifaria quer fazer pão das rosas… Basta que à pretensa verdade se junte a gula devorista do poder pelo poder, só porque tem a mania de confundir o monopólio da palavra com o monopólio do poder… Quem assim pensa que vence através do estrondo da solidão, depressa vai aperceber-se do desastre, onde vencer é pior do que ser vencido, neste mais do mesmo que nos enreda e degenera. A única esperança, capaz de mobilizar este animal de discurso, é a urgente racionalidade complexa, que dê valores ao delírio finalístico dos pretensos homens de sucesso, com amigalhaços, clientes, coleguinhas, espiões e toda a fileira de serviçais que nos embaciam a capacidade de avaliação do mérito… A besta continua impune, sem remorso. Também vi o Prós e os Contras de ontem, como, antes, assisti cuidadosamente ao testemunho de Saldanha Sanches na SICN. Gostei do juiz Ricardo e do ex-juiz Albuquerque. Já conheço os argumentos do Bastonário. Apenas concluo que a solução está em partes do problema dizerem que têm solução. Basta um furinho no Ovo de Colombo. Mas não mandem assassinar Cícero. Continuo a detestar César e a mulher de César. Aconselho-o a desconfiar de Brutus. Prefiro Cícero, especialmente quando cresce a pulsão do despotismo de Césares de Multidões. A partidocracia dominante, porque o sacristão perdeu o sentido dos gestos, acabou ontem a distribuir mais uns “jobs for the boys… and girls”, depois de mais um acordo criando mais “olds” na mesa do orçamento. Como dizia o juiz Ricardo, tudo começou nas viagens-fantasmas dos nossos novos “sanbenitos”. Tudo começou com uma questão de economato e almotaçaria, por causa da permanecente questão das subsistências, onde o pão político já não é o regime cerealífero, mas os sucessivos nomes dos fundos estruturais, do betão negro ao verde da entropia… Entropia é a quantidade de energia gasta numa mudança que fica para sempre na zona do desperdício. É linguagem de Clausius que era físico e tudo. Aprendi com o Fernando Carvalho Rodrigues… Uma década antes de ascender à ditadura das finanças, o futuro filósofo-ditador do novo despotismo esclarecido, escreveu duas obras de acesso à carreira docente, onde nunca se doutorou, sobre questões concretas de regime: as subsistências e o pão político. Pintou de beato o pombalismo e continua a iluminar alguns dos pretensos teóricos daquilo que para eles sempre foi uma democratura… Por outras palavras, é a chamada falta de autenticidade dos freis tomás, olha para o que ele diz e não para o que ele faz. Logo, a moral desta decadência é a do sapateiro de Braga: como não há moralidade querem todos comer os restos do tacho. O Bloco Central já não é o do PS-PSD é o dos salazarentos de todos os regimes que se unem em música celestial e revisionismo de literatura de justificação. O ovo de Colombo é só um furinho na engrenagem: fazer com que a dona inteligência, disfarçada pela engenharia de conceitos do decretino, volte a juntar-se em união de facto, com a dona honra, dos que vivem como pensam sem pensarem como depois disso irão viver.

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