E apetece dar à república a fundura de uma coroa aberta

Chegam novas da dita estandarte contra os pobres, uma “rating” que não fez relatório conjunto, com o Teixeira dos Santos, como a OCDE. Corremos o risco, de três em três meses, haver um PEC, apesar de novo (velho) presidente e de o mais do mesmo, nesta história trágico-marítimo, onde, quanto mais ao fundo, mais propaganda…

Todo o espaço que vai de Afonso Costa a Sidónio Pais, isto é, os herdeiros do Governo Provisório da República, devem estar a revolver-se no túmulo, com esta tentativa de interpretação revisionista da história com que os bloqueiros da historiografia os cadaverizam. Muito republicanamente monárquico, tenho por esses meus egrégios avós todo o respeito. Não mereciam ser louçanizados, socratizados ou encavacados…

Em nome do rei e da república, não conheço nenhuma revolta contra a ditadura estadonovense onde não tenha participado um monárquico. Julgo até que um dos primeiros desterrados pelo modelo da Constituição de 1933 foi um tal de Paiva Couceiro. Pena que um filho de ministro do “ancien régime” que faz homilias ao domingo não tenha lobrigado que os azuis e brancos vão de 1820 aos 60 anos de Carta!

O velho Camossa, Henrique Barrilaro, Almeida Braga, Vieira de Almeida e Rolão Preto merecem o respeito pela verdade. E dizer que o povo profundo é absolutista apenas serve para demonstrar como a direita vigente e situacionista bem merecia uma adequada Maria da Fonte em forma de gesto à Zé Povinho! Não merecemos estes adesivos e viracasacas!

Apenas recordo a fibra desse grande poeta Afonso Lopes Vieira que deu refúgio a Raul Proença, seu grande amigo, quando este teve que escapar da ditadura, depois de valentemente participar numa revolta, transformando a pena em espada, selando assim o pacto de liberdade entre monárquicos e republicanos, por amor a Portugal!

Como recordo Luís de Magalhães, o filho de José Estevão, activista da monarquia do Norte, defendido em tribunal por republicanos como Basílio Teles. Sempre em nome do respeito e da tolerância, contra a desertificação dos valores, a intolerância, o fanatismo e a ignorância!

Hoje, minha alma é mais azul e branca. E apetece dar à república a fundura de uma coroa aberta. Não contra o 5 de Outubro, mas pelo 24 de Agosto de 1820. Preparemos essa comemoração viva e vivida, daqui a dez anos, para regenerar Portugal, até com o Brasil, em reino unido e armilar!

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