Quem se der ao lapidar esforço de comparar a presente pré-campanha presidencial com a de há um lustro, pode facilmente prever o que dois dos principais candidatos irão desenrolar discursivamente, onde os eleitores confirmarão o reflexo condicionado deste sucedâneo de monarquia, à procura do poder moderador perdido. Com efeito, depois de passar esta erupção do orçamento, tudo será um enorme tédio. Com efeito, nas grande políticas públicas, apesar da abundância de consultadorias internas e externas, da modernização da treta, da educacionologia, e de tantos especialistas em ramos de árvore, estrutura da folha ou respiração das raízes, poucos querem ousar compreender a floresta do estadão suicida, com muita banha e pouco nervo, muitos membros e pouco músculo. Aquilo que o re-candidato nos pode oferecer não passa de um crepúsculo mais suave de um sistema político que teme o risco, e continua marcado pelo preconceito da ordem. E lá virá, de vez em quando, mais uma estatística comparada das Europas confirmando o óbvio da falta de organização do trabalho nacional onde abunda a quantidade, mas continua péssima a tecelagem dos que deviam ver de cima e fazer crescer por dentro. Continuamos a padecer de um grave erro de teoria e de um vazio de ciência, com tanto “outsourcing” de traduções em calão. Bastava um pouco de criatividade, inteligência emocional e da tal compreensão da complexidade… Precisávamos de um indisciplinador, capaz de engenharia de sonhos!