Abr 15

Entre os sinais da doença autoritária e os reflexos condicionados da persiganga

Ninguém duvide que imensos pequenos chefes do micro-autoritarismo subestatal ficaram reconfortados com as palavras abstractas de um chefe regional, quando este qualificou os opositores como um bando de loucos, num misto de salazarismo e de PREC, onde não faltou a palavra diabolizante de fascista, de que foi vítima a imaginação criadora de um meu antigo aluno que, na sua corajosa solidão, têm usado a resistência do lugar representativo que conquistou para uma bela subversão pelo riso. Felizmente que já não há internamentos de opositores políticos por razões psiquiátricos, apesar de, em muitas zonas do mundo, continuar o regime de muitos doentes que governam e não se olham ao espelho. Os sinais da doença autoritária e os reflexos condicionados da persiganga estão a contaminar o edifício democrático e a confiança pública. O chamado défice democrático começa a penetrar nos fundamentos de um aparelho de poder que diz estar ao serviço do Estado de Direito, onde revigora o regime do enquanto o pau vai e vem folgam as costas. Muito terra a terra, direi que essa mistura de absolutismo democrático com personalização do poder atingiu o clímax do paroquialismo, transformando a autonomia regional em algo que continua a depender de uma constipação mal tratada. Com efeito, o melhor dos nossos sindicalistas políticos, defensor de causas de uma sociedade imperfeita contra os maus praticantes do princípio da subsidiariedade, apenas demonstrou como o nosso sistema político continua dependente de sucessivas ditaduras da incompetência.