Estou com saudades dos velhos debates republicanistas de um PS que caiu nas teias da personalização do poder e do propagandismo de ex-maoistas

Sempre que tento compreender as intervenções cívicas de um Baptista Bastos ou de um Manuel Alegre, sofro com a falta de um debate cívico enraizadamente identitário em Portugal. Sempre que noto o propagandismo dos ex-militantes da extrema-esquerda, nomeadamente os membros da redacção dos muitos jornalecos que se confundiam com nomes de partidos, reparo como eles se instalaram como “opinion makers” e directores dos grandes jornais e semanários, passando para o extremo oposto, mas mantendo o mesmo facciosismo. Pior ainda: quando se pintam de congreganistas e recebem a unção de doutrina social, tanto da igreja dominante como das suas entidades para-episcopais, acrescentando, à herança inquisitorial, a manha de monopólio da inteligência das seitas, como foi timbre daquela esquerda revolucionária que só se converteu à democracia pluralista depois do 25 de Novembro de 1975. Por mim, sem aquela limpeza de sangue que passou pelo apoio à invasão busheira do Iraque, ou pela passagem pela salsicharia ideológica das conversões anglo-americanas de antigos maoístas, confesso que continuo marcado pelas influências de certos subsolos filosóficos francesistas, pelo que andei relendo certas provocações de Alain Renaut, no sentido da restauração do que designa por republicanismo de um povo livre.

Comments are closed.