Quinta da Fonte: que tal ensinar a pescar, em vez de continuarmos a lavar as mãos como Pilatos, distribuindo migalhas de peixe? Quinta da Fonte: que tal ensinar a pescar, em vez de continuarmos a lavar as mãos como Pilatos, distribuindo migalhas de peixe?

 

Vale-me a velha observação de Daniel Bell sobre um Estado que é, ao mesmo tempo, grande demais e pequeno demais. Apenas me foi dado concluir o óbvio: com tal quantidade de informação escrita e televisionada por dia, com bem mais caracteres do que os d’ “Os Lusíadas” e até que a Suma de São Tomás de Aquino, vão alguns dizendo que a Quinta da Fonte é pior do que Beirute, enquanto outros concluem que temos guerrilha urbana às portas de Lisboa. Valia mais dizermos, muito modestamente que quando entra em crise o Estado-Segurança se gera, inevitavelmente, a vingança privada. Que quando entra em crise o Estado-Imposto, se dá o fim do segredo de justiça na Operação Furacão. Que quando o Estado-Justiça é cercado por apitos e mádis, até o cidadão Murat está há 13 meses arguido por nada. Que quando entra em crise o Estado-Legislação, até o provedor de justiça qualifica o regime socratino como uma espécie de Estado Lenga Lenga. Logo, para furar o esquema, até o representantes dos grandes corpos do Estado usam da demagogia e do populismo, enquanto a governação assenta no palanque propagandístico do Estado-Espectáculo, caindo na gafaria do carro eléctrico… A hiperinformação pode ser a melhor forma de desinformação. Satura e inunda-nos de innformação secundária. Vale-nos que um ex-ministro do império continua a falar no Estado Exíguo e na necessidade de assimilação das etnias, para refazermos a confiança. Daí que poucos consigam ver bois que passeiam diante dos palácios, até porque noventa por cento da população da Quinta da Fonte vive de subsídios mensais do Estado que lhes vão dando migalhas de peixe, mas continuam a não os ajudar a aprender a pescar. Por mim, como liberal, pegava nesses fundos e atribuía-os às mesmas comunidades, auto-organizadas ou apoiadas por organizações da sociedade civil, desde as associações de defesa dos respectivos interesses a igrejas. Ou abria um concurso público internacional para acabar com a marginalização social, deixando de dar prémios aos arquitectos e urbanistas que desenharam tais enormidades. Para tanto é que poderia servir um fluxo de fundos numa folha A4…

 

 

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