Abaixo a política pimba!

Infelizmente, sofrem sempre dos imprevistos de uma qualquer Quinta da Fonte, que eles não provocaram, mas que lhes pode cair em cima, quando, raspado o verniz, há um Portugalório de sempre, o do desleixo, o da moral do sapateiro de Braga, o do enquanto o pau vai e vem, folgam as costas. Afinal, a questão da Apelação, nesses traseiros da magnífica Expo, onde nasceu o Tratado de Lisboa, começa a delinear-se, como uma questão de “gangs”, esses cogumelos venenosos que não têm etnia, que levaram a comunidade cigana a dar uma imagem péssima de si mesma, ocultando os importantes esforços que tanto a República como os próprios ciganos têm levado a cabo, para todos vencermos a vergonha da tradicional marginalidade a qyue estava condenada. Esperemos que o episódio não sirva para continuarmos a lavar as mãos como Pilatos. Mais de cinco séculos de ciganos em Portugal são uma razão suficiente para termos direito a um Portugal cigano, desde que os responsáveis políticos não caiam no “lapsus calami” de notarem que tudo se passou entre ciganos e africanos, sem intervenção directa dos “portugueses”, quando as três comunidades são hoje radicalmente portuguesas. Acho que o alto comissariado para as minorias étnicas tem que rapidamente dar um curso de pluralismo a certos responsáveis autárquicos, tal como os especialistas em minorias têm que aprender com os autarcas que estes são as principais vítimas de uma falta de política de reidentificação deste novo Portugal Plural.

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