Neste tempo de tudo ser véspera, as novas são o decadente mais do mesmo, com muitas pequenas notas de rodapé de um dia a dia que nem registos deixará no médio prazo. A medida da falta de autenticidade deste poder tem a ver com as casas para pobrezinhos com a autarquia capitaleira brindou a Corte das várias Cortes daqueles animais que são todos iguais, mas onde há alguns mais iguais do que outros, nos “jobs for the boys”, nos “boys for the jobs” e agora na rica casinha de renda limitadíssima para amigos e amiguinhos, incluindo artistas e jornalistas, assim se elevando a cunha à categoria de pouca vergonha. Porque não se trata de uns partidos contra outros tantos, mas de todos contra esses alguns que continuam a mais clássica das privatizações de bens públicos, à boa maneira dos devoristas. Julgo que é quase impossível construir um Estado de Direito neste permanecente feudalismo, onde quem pensa ter conquistado o poder o vai fragmentando em muitas quintarolas, onde a lei é uma para os amigos e outra para os adversários e os indiferentes. Vale-nos que temos uma expedita administração da justiça em nome do povo que vai imediatamente procurar crimes quando eles já estão prescritos, e continuamos sem assumir que a questão é, acima de tudo, moral e cultural, numa terra onde continua a vigorar o bem pregas frei tomás e a moral do sapateiro de braga, porque enquanto o pau vai e vem folgam as costas…
Set
28