Nesse tempo de pais-fundadores da democracia, quando a nobreza dos criadores não era enredada pela empregomania dos filhos de algo, muitos compreendiam que o Tejo podia continuar a ser o Douro, esses rios que passam naquela aldeia do telurismo oceânico e têm como foz uma mobilização nacional que nos volte a dar a armilar. Até porque, de tal foz, nos veio o nome de Portugal, esse signo que demos a nós próprios, quando sonhadores activos seguíamos a rota do tripeiro Infante D. Henrique, contra as Tormentas. Foi assim que, daí, também nos vieram o Sinédrio de 1820, ou a revolta anti-devorista de Setembro de 1836. Logo, são frustrantes os gritos esquizofrénicos de um revivalismo matamouro, que é o exacto contrário de uma regeneração feita por subscrição nacional. Porque o Porto nunca será cidade sinal dos homens livres, à Francisco Sá Carneiro, se a perspectiva portucalense não voltar a ser porta de partida para um Portugal universal. Resta saber se, daí, pode vir revolta que, contra a decadência, exija uma nova maioria, um novo governo e até um novo presidente, que regenerem o regime contra a partidocracia capitaleira.