Um quadrado confuso e patético

No dia em que se marca no calendário o trigésimo aniversário do fim do PREC, as parangonas foram ocupadas pela libertação de um tal Carlos da Casa Pia, mas muitos reparam no discurso proferido ontem pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, para quem o governo mente e nada faz, enquanto Soares e Alegre trocam acusações de vagas mentiras, com o ex-presidente a denunciar a existência de um “quadrado confuso” que seria “poeticamente interessante”, mas é “politicamente patético”.

 

 

 

Com efeito, Nunes da Cruz, acusou o Executivo de José Sócrates de ser imprudente, incorrecto e indelicado, e de ter mentido aos portugueses: “o actual poder executivo passou a dizer que os tribunais fecham três meses por ano, o que não é verdade; passou a declarar que os juízes precisam de trabalhar mais para ter a justiça em dia, o que é inverdade; passou a afirmar que os juízes querem estar acima de tudo e de todos, o que não é verdade. Talvez outros o queiram”.

 

 

 

Enquanto isto, os três directores de informação dos canais televisivos, juntamente com os representantes dos cinco candidatos presidenciais sistémicos, assinam, diante das câmaras e holofotes dos donos da teatrocracia, um pacto de transmissão do espectáculo dos debates. Assim se demonstra como não há efectiva igualdade entre todos os cidadãos candidatos, dado que prepondera o critério da oportunidade jornalística, onde mandam os comandantes do contingente, nomeadamente os que têm acesso ao clube de reservado direito de admissão que convida Balsemão a perorar sobre a reforma presidencialista do chamado “sistema de governo”.

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