Nov 13

O mais do mesmo só merece a gargalhada…

Começo de mais uma semana, depois de uma inspirada peregrinação pela FAC. Leio a parangona onde Bill Gates anuncia que “próxima revolução será acabar com o rato” e reparo que, para quem ainda usa teclado, PCP acredita no futuro do socialismo e PND marcou para Março os “Estados Gerais da Direita” onde pretende definir e “clarificar espaços” da Direita na política portuguesa, numa decisão foi tomada em S. João da Madeira, num encontro que juntou o presidente e alguns membros da direcção, enquanto Mendes prepara medidas para o interior do País.

 

Por isso é que temos de subscrever Sócrates, depois de uma viagem pela nossa terra: os blogueiros e jornaleiros, quando «a análise não é boa», passam «à psicanálise». Vale-nos que o reitor-primaz veio pôr o dedo na ferida: “As universidades públicas vão receber menos 53 milhões de euros do Orçamento de Estado e a quantia transferida (668, 8 milhões) nem dá para pagar os salários dos professores e muito menos para preencher os quadros”. Dizem os metereologistas que a manhã vai estar fresquinha, mas quando o sol chegar ainda podemos gozar o Verão de São Martinho.

Nov 13

Universidade

Como liberal que sou, mas defensor da não fragmentação do papel supletivo do aparelho de Estado, quero que esta forma de comunitarização das universidades, à maneira das “corporations” anglo-americanas, nos consiga libertar das teias do salazarento corporativismo e do seu irmão gémeo negocista, com que muitos socialistas e sociais-democratas traduzem as belas ideias de desregulação e de desestadualização, ao reduzirem-nas aos fins do lucro e da subsidiocracia. Porque a destruição do modelo Pombalista, napoleónico e salazarista de universidade deveria ser acompanhada pelo lançamento de uma forte política pública de criação de um sistema de creditação, que garanta a efectiva igualdade de oportunidades. Mas esta novidade, que, afinal, é um regresso ao conceito medieval de corporação de mestres e sociedade, além de ser flagrantemente inconstitucional, não tem raízes na nossa tradição de deduções cronológico-analíticas, embora seja a mais conveniente para as manobras de engenharia financeira do nosso combate ao défice orçamental, com o governo a poder lavar as mãos como Pilatos e a cair numa espécie de governação sem governo, típica das pilotagens automáticas que pouco se preocupam com as liberdades nacionais. Com alguma desta gente educacionóloga e avalióloga, corremos o risco de uma asiatização do nosso sistema de ensino superior e poderemos cair nas garras sorridentes do grande negocismo, como ocorreu com o lançamento das quase defuntas privadas, cuja imagem de marca se perdeu no Tribunal de Monsanto. Mas vale a pena tentarmos. Os tempos que nos devoram exigem que a ideia de universidade passe a rimar com os homens livres.