Nov 30

Vale mais descobrir o silêncio do que vir a saber que não há paraíso

Há dias em que compreendemos bem existencialmente quanto custa esse espaço de libertação que nos leva a tentar a procura daquela autonomia que nos manda ser um homem livre, quando apetecia ceder à servidão, sem reconhecermos que a culpa da escravatura está na circunstância de não haver a necessária revolta dos escravizados. Há dias que, em nome de tal exigência, importa mais descobrir o silêncio do que confirmarmos a não existência do paraíso. Por isso, vale mais dizermos que hoje, aqui e agora, não diremos a razão funda da nossa revolta. Por isso, não falaremos em sistema político e universidade, para não sermos acusado de insinuações. Mantendo os pés na lama do caminho e continuando a caminhar, preferimos, hoje, olhar as estrelas, porque ainda não apetece olhar o sol de frente. Apenas apetece dizer que não nos importa pagar a factura do exercício da nossa liberdade de expressão de pensamento neste blogue, contra a ignorância, o fanatismo e a intolerância. Tentarei continuar a viver como penso, sem pensar como vou vivendo. Isto é, sem ceder ao antiquado torcer do velho feudalismo, agora pintado de pós-moderno pelo chamado esquema da idade das redes e da troca de favores. Continuo a dizer, como Régio, que não, não vou por ai. O dia está de um belo azul de Outono, as cores são nítidas e não se reduzem ao preto e branco do maniqueísmo, com que se continua a conjugar o poder.