Jan 26

Porque a democracia pode ser democraticamente afastada , quando uma maioria exaltada quiser acabar com a democracia

Terá sido descoberto um astro semelhante ao planeta Terra, em pleno centro da Via Láctea, também dita Estrada de Santiago, mas tal coisa está a centenas de anos de luz e só poderemos concluir que ele é habitável dentro de algumas décadas, quando, segundo as pouco científicas crenças cientificistas, estivermos mais próximos da pretensa certeza absoluta. Cientificamente falando, também reparámos que os chamados manda-chuvas, ditos meteorologistas, que, ontem nos davam como inevitáveis grandes temporais de alerta amarelo, felizmente não acertaram. Mas, no dia seguinte, ninguém justificou o natural erro das parangonas.  Também cientificamente, nenhuma sondagem se aproximou dos resultados das eleições palestinianas, onde os Fatás passaram de heróicos libertadores a bojudas figuras ministeriais, untadas pela corrupção, por deterem as alavancas do distributivismo das ajudas internacionais. A dita velha guarda do laicismo socialista e dos atentados de Munique ameaça, assim, ser substituída por um misto de universitários puritanos e de religiosos caritativos que, nos intervalos, usam meninos-bombas fara fazerem pum-pum, visando a destruição do Estado de Israel. Neste sobremundo do videopoder e da teledemocracia, o resultado de um mais um pode não ser igual a dois, até porque não há factos, mas apenas interpretação de factos. Porque a democracia pode ser democraticamente afastada , quando uma maioria radical, terrorista e pouco laica quiser acabar com a democracia. Esperemos que as ajudas financeiras da integração europeia e os agentes das multinacionais do consumo consigam untar a tempo os extremistas da esquerda ainda marxista-leninista-trotskista e as sementes de fundamentalismo inquisitorial que por aí emergem. Amen!