Do Pato Donald ao Bloco Central, quando ainda há luar

Volvido mais de um quarto de século, apenas podemos confirmar que o país de hoje é mais continuidade do que evolução face a essa encruzilhada pós-revolucionária. Apesar da integração no projecto europeu, apesar da queda do muro, apesar de Delors, apesar do soarismo presidencial e apesar do cavaquismo governativo. O país continua a esquecer-se do Padre António Vieira, de poeta Fernando Pessoa e do professor Agostinho da Silva. E até continuam alguns frustrados revolucionários em jantaradas com ministros de Salazar , planeando grisalhos regressos ao PREC, ou conspiratas de alcatifa, para que, depois de degolarem a abrilada pela traição, possam ascender ao supremo poder da chefia dos escravos que aceitam ser dos tais contínuos que já não há, para que a revolução passe à mexicana situação do revolucionário institucional, inimigo da tolerância e das saudades de futuro, e tudo continue como dantes, porque felizmente dizem que há luar. Prefiro continuar a ler, ver e sonhar à Walt Disney. Porque vejo, ouço, mas vou calando. Porque devo.

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