Contra a ignorância, o fanatismo e a tirania!

Passo os olhos pela imprensa semanal, neste dia que foi de São Expresso, e reparo que o Semanário Económico anuncia um estudo sobre o óbvio: os responsáveis pelo monstro são os que agora ditam sentenças para o esmagar. Chamam-se governações de Cavaco Silva e António Guterres, são o PSD e o PS, as duas faces da mesma moeda do Bloco Central, os tais incendiários que agora se assumem como candidatos a bombeiros.

 

Vale-nos que reúne hoje em Lisboa um partido que diz ser o único partido de direita em Portugal, conforme as declarações do seu número um, e onde o seu número dois avisou que propor a extinção do mesmo neste momento é um frete grátis descarado ao CDS e ao PSD. Não posso deontologicamente comentar.

 

Apenas tenho que dar razão ao Professor Paulo Ferreira da Cunha, aos jovens do Movimento Social Liberal, ao Carlos Abreu Amorim e a todos quantos, um dia, escreveram os papéis fundadores de uma tentativa que logo se perdeu nos vícios de vedetismo mediático do Largo do Caldas e dos encontros imediatos de segundo grau com os lobbies da direita dos interesses e do clericalismo. O monstro agradece. E eu repito o que aqui tenho proclamado: se a direita em Portugal voltar a ser Pedro Santana Lopes, Paulo Portas, Ferraz da Costa ou os dirigentes da entidade espiritual que marca o BCP, prefiro continuar a ser liberal.

 

Por isso, recordo o que o grão-mestre do liberalismo em Portugal, Fernando Pessoa, subscreveu nas vésperas da morte, em 30 de Março de 1935:

 

Ideologia política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, com pena, pela República. Conservador de estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservadorismo, e absolutamente anti-reaccionário.

 

Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo mítico, de onde seja abolida toda infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: “Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação”.

 

Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.

 

Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos – a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.

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