Depois do São João e do Santo António e antes do São Pedro, com tantas marchas, sardinha assada e martelinhos de plástico, nada melhor do que passar os olhos, de soslaio, pelas duas dúzias de parangonas da política à portuguesa que enquadram o dia de hoje:
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Lidas e relidas daqui a um mês, a um ano ou a uma década, elas revelarão como nenhum destes ramos da árvore marcou a floresta.
Este é o país onde está prevista a construção de 40 000 000 de habitações, para apenas 10 000 000 de residentes, mas onde ainda temos uma lei das rendas que mantém o essencial da lei excepcional de Bernardino Machado que marcou a entrada da República na Grande Guerra, de 1914-1918. Este é o país onde o socialismo das nacionalizações revolucionárias do 11 de Março de 1975, nunca nacionalizou, ou municipalizou, o direito de superfície dos solos urbanos, como muitos países liberais fizeram. Este é necessariamente o país dos patos bravos e dos apitos dourados e consequente financiamento partidário através dos micropoderes.
Pelo menos, inventámos um socialismo de consumo, onde nacionalizámos os prejuízos e privatizámos os lucros, nesta nossa querida economia mística, bem expressa pelas escutas aos presidentes dos clubes de futebol que os jornais vêm publicando. É por isso que daqui a um pedaço irei à festa-procissão de São Berardo no CCB, onde o Joe vai gozando com o regime e os seus antecessores champas, amorins e belmiros, ao mesmo tempo que anuncia a urgente regeneração do capitalismo popular, como podemos ler em Vita Leggende e Miracoli del Santo Pescinese con la storia della Confraternita.