O próprio PSD só retirou a inspiração marxista do respectivo programa no tempo de Cavaco Silva, já bem depois de o PS de Constâncio ter feito o mesmo. Por outras palavras, Alberto João aderiu a um partido assim originariamente “contaminado” e continua a ser o único político no activo que, ainda há meses, usava o vocábulo “fascista” para denegrir adversários incomodativos… Aliás, Marx militava num partido dito social-democrata da Alemanha (SPD), tal como Lenine pertencia à ala dita bolchevique do partido social-democrata da Rússia… Se, na Itália, se proíbissem organizações fascistas e neofascistas, nunca poderia ter existido MSI. Logo, os antigos neofascistas, agora ditos pós-fascistas, nunca poderiam ter acedido ao actual governo de Roma. E isto na pátria do fascismo originário. Tal como o PSD deve ser o único grande partido lusitano que teve na sua liderança um antigo ortodoxo marxista-leninista-maoísta. Se interditassem organizações comunistas, um sujeito como ele, por resistência, nunca poderia mudar de concepção do mundo e da vida… O perigo de mantermos ou alargarmos a tipicidade proibitiva através de um tópico polissémico, como fascismo ou totalitarismo, interpretáveis pelas mais nefastas diabolizações, implicaria sucessivas actualizações, conforme os ideias de defesa social de conjuntura. Teríamos de alargar a proibição a coisas como o terrorismo e o fundamentalismo e até, cedendo a alguns fantasmas e preconceitos de demagogos do palanque, do microfone, da barra ou do púlpito, estender a indeterminação a sociedade ditas secretas ou discretas, num crescendo paranóico onde costumam ser hábeis os herdeiros dos inquisidores, dos moscas, das formigas e dos pides, incluindo os marcados por alienígenas inspirações, entre SS e KGB. Não tardaria que seguíssemos alguns títulos, como o de Talmon, repetido por Paulo Otero, considerando como totalitária a própria democracia.
Jul
17